quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O vinho e sua acidez

Ácidos são compostos orgânicos que proporcionam um sabor azedo as comidas e as bebidas. Uma das características dos vinhos é sua acidez já que as uvas são repletas de ácidos, principalmente tartárico, málico e cítrico. Alguns ácidos podem ser produzidos durante o processo de vinificação, sendo que a acidez é um fator fundamental para o melhor envelhecimento do vinho (quanto mais baixo o ph maior é a capacidade de envelhecimento) e para a harmonização com a comida.
Todos os vinhos tem alta acidez, mas o grau de concentração depende muito da cepa e da área geográfica onde a uva é cultivada ou seja, o fator clima é fundamental para definir o grau de acidez das uvas: a acidez tende a diminuir conforme a fruta amadurece (através do sol e calor) e se torna mais doce, Como o açúcar é a matéria prima do álcool e a quantidade de açúcar aumenta conforme a acidez cai, os vinhos com mais álcool tendem a ser menos ácidos.
Abaixo vamos fornecer alguns exemplos de níveis de acidez por tipo de vinho:

BAIXO: Merlot, Primitivo/Zinfandel, Chardonnay da Califórnia, Muscat, Viognier
MÉDIO: Chardonnay francês, Pinot Grigio, Cabernet Sauvignon, Syrah, Bordeaux, Rioja, Vinho do Porto.
ALTO: Champagne, Prosecco, Cava, Sauvignon Blanc, Riesling, Barolo, Pinot Noir, Chenin Blanc

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

FELIZ NATAL

A todos os amigos e conhecidos que seguem este blog e que compartilham comigo o interesse pelo fantástico mundo do vinho, desejo de coração um FELIZ NATAL e, lembrem-se......muitas borbulhas para festejar.

TCHIN TCHIN  Resultado de imagem para brinde

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O papel do anidrido carbônico na degustação

As borbulhas e a efervescência são o resultado da presença, no vinho, de dióxido de carbono, elemento produzido espontaneamente durante a fase de vinificação.
O dióxido de carbono é um elemento que desenvolve vários papeis em enologia. Este gás que normalmente encontramos nos cálices de espumantes e de champanhes se manifesta também na boca através da típica efervescência, deixando no paladar a sensação de "espetadas de agulhas". Mas este vinculo entre vinho e dióxido de carbono vai além dos vinhos espumantes pois, mesmo naqueles não gaseificados, este gás é produzido durante a fermentação alcoólica e, quando permitido pelas práticas enológicas, durante a fermentação malolática (apesar que neste último caso não se trata de uma verdadeira fermentação mas sim de degradação pois o acido málico presente no vinho degrada em acido lático e dióxido de carbono por meio das bactéria láticas) e, em seguida, disperso no ambiente por meio de válvulas de escapes que se encontram nos tanques de fermentação: por isso os vinhos de mesa não tem a efervescência tipica dos espumantes ou champanhes.
Para os vinhos espumantes a presença do gás é o resultado de uma segunda fermentação onde o vinho base, obtido com a fermentação alcoólica, sofre um ulterior processo de fermentação que, dependendo de onde acontece, caracteriza o método Charmat (quando a segunda fermentação acontece em tanques pressurizados, mais conhecidos como autoclaves) ou o método clássico ou Tradicional ou champenoise (quando a segunda fermentação acontece diretamente dentro das garrafas). Apesar do objetivo dos dois métodos ser o , ou seja a dição de anidrido carbônico ao vinho para obter um vinho espumante, existem diferenças bem distintas no resultado final do produto: o método clássico, apesar de ser o mais caro em termo de custo, proporciona um produto de maior qualidade, mais fino, com as borbulhas produzidas pelo anidrido carbônico mais finas e cremosas.
O dióxido de carbono (ou anidrido carbônico) além de produzir efervescência aos vinhos desenvolve um papel crucial para a conservação dos mesmos já que, durante a fase de fermentação alcoólica, sendo mais pesado que o oxigênio, cria uma camada de pressão no fundo do tanque que serve para eliminar o oxigênio presente e evitar processos de oxidação do vinho. Já para os vinhos gaseificados, seja com o método Charmat que clássico, durante a segunda fermentação o gás cria uma camada de proteção dentro das garrafas ou dos autoclaves que não permite a entrada de oxigênio, evitando a oxidação; especialmente para o método clássico o período de afinamento do espumante em garrafa pode durar vários anos em ausência de oxigênio até o processo de degorgement aonde, para retirada das lias presentes, a garrafa é aberta e o vinho, além de ser adicionado do licor de expedição, entra em contato após muito tempo com o oxigênio.
Do ponto de vista sensorial o anidrido carbônico produz os mesmos efeitos na boca independente da modalidade do método de produção utilizado para solubilizar o gás no vinho. As únicas diferenças são nas sensações tácteis já que no gosto a interação com os estímulos é a mesma. A primeira impressão do dióxido de carbono quando colocado na boca é representada pela característica efervescência, e a intensidade e delicadeza desta sensação dependem, principalmente, da técnica de produção utilizada, especialmente das dimensões das borbulhas e de como o gás foi incorporado ao vinho. No caso dos espumantes produzidos com o método clássico a dimensão das borbulhas é menor e assim a sensação de efervescência é menos agressiva. 
Quanto ao gosto o anidrido carbônico tem um sabor tendencialmente ácido que se sobrepõe a acidez natural existente nos vinhos, ressaltando, no produto final, as características de frescor destes produtos espumantes e acentuando as sensações "duras" presentes no vinho como a adstringência e a acidez.
Por fim, olfativamente, a presença deste gás ajuda a liberação dos aromas dos vinhos ajudando a percepção dos mesmos no nariz.  

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Consumo total e per capite de vinho em 2016

De acordo aos mais recentes dados publicados pela Organização Internacional do Vinhedo e do Vinho (OIV) o consumo mundial de vinho continua em constante e moderado crescimento. O consumo mundial de vinho em 2016 alcançou os 241 milhões de hectolitros, 0,4% a mais que em 2015 mas 3 milhões a menos que 5 anos atrás e quase 10 milhões de hectolitros a menos que em 2008.
O mapa mundial do vinho evidencia que o principal mercado mundial são os EUA, com um aumento médio anual entre 2 e 3% e um consumo total em 2016 de 31,8 milhões de hectolitros que, agregando o volume de consumo do Canada (5 milhões), faz de modo que o dado de consumo da America do Norte corresponda ao 15% do volume total de consumo de vinho. A França teve um pequeno recuo no consumo (de 27,2 a 27,0) enquanto na Itália o volume aumentou 5%, passando de 21,4 milhões de hectolitros para 22,5 milhões.
O primeiro País não Europeu é a China, em quinto lugar, com 17,3 milhões de hectolitros e depois a Argentina, em oitavo lugar, com 9,4 milhões de hectolitros.
Quanto aos consumos per capite a França é ainda líder mundial com 46 litros por pessoa por ano, em segundo lugar aparece o Portugal com 38 litros, em terceiro a Itália com 36,1 e depois a Suíça com 35,5. O primeiro País não Europeu é a Austrália, em décimo lugar, com 23,1 litros/ano e depois a Argentina, em décimo segundo lugar, com 22,4 litros/ano. O Chile aparece em vigésimo lugar com 10,9 litros/ano e o Brasil em vigésimo quinto lugar com 1,4 litros/ano.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

MALBEC - curiosidades e características principais

Antes de mais nada o nome do vinho vem da uva utilizada para a sua produção, ou seja Malbec, já o nome da uva tem a sua origem no nome de um viticultor húngaro chamado Malbek.
Apesar da uva ser originária da França, na região de Cahors, esta cepa atualmente é presente em diferentes regiões do mundo como Chile, Austrália e Nova Zelândia mas é na Argentina que esta uva encontrou o ambiente mais favorável, graças a condições climáticas ideais, especialmente na região perto da cidade de Mendoza, para produção de vinhos de excelente qualidade. Hoje o Malbec argentino é reconhecidamente um dos vinhos de maior qualidade no mundo e a uva virou simbolo emblemático dos nossos vizinhos.
Mas quais são as principais características deste vinho?
COR: este vinho possui cor em tom vermelho purpura bem intensa, também conhecida como rubi violácea, característica dos vinhos tintos clássicos. Trata-se de um vinho robusto, bem concentrado, puxando um pouco mais para o roxo que para o vermelho.
AROMA: o Malbec possui um aroma que lembra frutas de coloração forte como cerejas maduras, ameixas e morangos. Em geral podemos afirmar que o Malbec tem aroma de frutas vermelhas porém de casca mais escuras, como as ameixas. Além disso são presentes aromas floreais de violeta e baunilha, especialmente quado o vinho é afinado em barriques, tornado-o ainda mais agradável.
SABOR: prolongado e suavemente adocicado proporcionado pelas intensidades das frutas maduras. Deste jeito não podemos considerar o Malbec um vinho fresco, apesar te ter sabor suave. Por ter uma acidez equilibrada e taninos redondos este vinho tem um paladar longo e aveludado, com textura agradável, sem ser demasiadamente adstringente.
Por se tratar de um vinho aromático, de bom corpo e espessura, com taninos marcantes mas equilibrados, o Malbec é um vinho ideal para ser tomado em dias mais frios, durante o inverno ou outono, especialmente acompanhando carnes, com cogumelos ou molhos de cogumelos ou com pratos e/ou molhos que contenham nozes.
Agora é só aproveitar.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Exportações mundiais de Espumantes em 2016

De acordo aos dados publicados pela UN Comtrade em 2016 as exportações mundiais de vinhos espumantes cresceram 3% em valor alcançando 5,3 bilhões de Euros e 7% em termos de volumes, com 8,2 milhões de hectolitros exportados.
A Itália lidera as exportações em volume, com 3,3 milhões de hectolitros (+20% em comparação ao 2015), seguida pela França (1,9 milhões) e Espanha (1,8 milhões). Já em valor a França fica em primeiro lugar com 2,89 bilhões de Euros, a Itália em segundo (1,19 bilhões) e a Espanha em terceiro (422 milhões).
Analisando melhor estes três países podemos afirmar que a Espanha, terceira em volume e valor, está perdendo posições no panorama mundial, apesar de uma relação preço/qualidade interessante (2,4 Euros/litro contra 3,6 da Itália) e de um crescimento estrutural do mercado na ordem de 3% ao ano.
Quanto a França, no ano de 2016, em conformidade a UN Comtrade as exportações de Champagnes diminuíram 2% pela redução dos volumes exportados que deixa entender um trend estrutural negativo, apesar do excelente trabalho dos franceses em prol da valorização dos próprios produtos permitindo que o preço médio do Champagne aumentasse 50% nos últimos 5 anos (de 10 à 15 Euros/litro).


terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Novo cardapio e carta de vinhos no La Trattoria em Copacabana

Há pouco o tradicionalíssimo La Trattoria de Copacabana foi completamente reformado para modernizar o ambiente da casa que foi inaugurada em 1976 pelo Piemontese Mario Pautasso.
Aproveitando a oportunidade a família Pautasso (Regina, esposa de Mario, e Guilherme e Luciana, filhos) que perpetua a tradição de servir comida italiana para brasileiros, renovou o cardápio, sem alterar os preços, coisa rara nestes tempos, e reformulou completamente a carta de vinhos, dando, obviamente, uma enfase especial no néctar de baco italiano, para honrar as origens da casa.
Entre os vinhos italianos destacamos dois da região do Piemonte, o Barbera d'Alba Ruvei Marchesi di Barolo e o Amerai da Cantine Serragrilli, um blend de uvas do Piemonte (Barbera, Pinot Nero, Dolcetto e Freisa) que captura o paladar dos clientes.
O Restaurante fica na Rua Fernando Mendes, 7 e está aberto para almoço e jantar.
VALE A PENA CONFERIR

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Futebol e Champagne

Após o sorteio das chaves da próxima copa do mundo da FIFA 2018 na Russia, a Maison Taittinger, histórica grife do Champagne, anunciou a parceria com a FIFA para patrocinar o evento do próximo ano.
Para honrar o patrocínio a Tainttinger lançará uma garrafa especial com edição limitada que terá como tema a conquista do espaço.
Além disso a Maison Tainttinger já confirmou que patrocinará também a copa do mundo de futebol feminino de 2019, que se disputará na França. Neste caso podemos afirmar que a Taittinger...jogará em casa.

sábado, 2 de dezembro de 2017

MALBEC: uma das minhas uvas preferidas

Todos meus amigos sabem que prefiro os vinhos tintos aos brancos, por uma pura questão pessoal (como sempre digo nos meus cursos, o vinho é extremamente pessoal e subjetivo) e entre os tintos meus campeões são o Pinot Noir e o Malbec, por isso decidi escrever sobre esta última uva.
O vinhedo é originário da França onde ainda é cultivado em pequenas áreas da região de Bordeaux e principalmente nos terrenos calcáreos e rochosos de Cahors, mas devido à filoxera teve que emigrar para Argentina no começo do século XIX graças ao enólogo francês Miguel Pouget.
E foi exatamente na Argentina que este vinhedo encontrou as características ideais para se transformar em um dos vinhos mais premiados, como testemunha a última International Wine and Spirit Competition (IWSC) que premiou o Malbec da vinícola Viniterra, na região de Lujan del Cuyo (Mendoza), como o melhor Malbec do mundo de 2017. Os vinhedos responsáveis pela produção do Malbec Single Wineyard 2015 Viniterra são plantados a 1020 metros de altura, os mais altos do mundo e, apesar do Malbec ser uma uva que sempre foi extramente sensível às geadas, exprime o melhor de si nas alturas. Isso é possível graças ao clima perfeito e as grandes excursões térmicas entre dias e noites que possibilitam a produção de um vinho robusto e com notas aromáticas intensas (é exatamente isso que me fascina no argentino): ao contrário do gémeo francês o Malbec argentino tem taninos mais macios e aveludados, é mais denso e concentrado, e as notas aromáticas são muito mais expressivas.
Para os cultores do Malbec argentino aconselho o Catena Malbec (na Mistral R$ 111,50) ou Luigi Bosca Malbec DOC (na faixa de R$ 130,00), duas ótimas escolhas para um presente diferenciado ou para degustar um vinho único,

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Espumantes: método Charmat ou Charmat longo?

O método Charmat ou Martinotti (nome do italiano que inventou esta metodologia de espumantizar os vinhos) é normalmente utilizado para produzir vinhos espumantes jovens, onde devem ser preservadas as características de acidez, frescor e aromas frutados deste produtos. É também a metodologia mais utilizada das empresas que querem comercializar os próprios espumantes em períodos mais curtos de tempo, já que o processo de tomada de espuma, graças a ação de leveduras selecionadas, em média, demora de algumas semanas á alguns meses (normalmente 3 mas nunca passando de 6).
Quando se quer um espumante mais estruturado, com um corpo mais presente, cor mais intensa, menores perfumes frutados porém maior complexidades aromáticas, se utiliza o método Charmat longo, inventando em 1970 pelo enólogo italiano Nereo Cavezzani, onde o processo de fermentação é mais demorado (de 6 á 12 meses) e aonde os tanques de aços inox pressurizados são munidos de um agitador em hélice para colocar em suspensão os sedimentos da fermentação (lias), favorecendo a estrutura do vinho e criando um perfil sensorial mais complexo, prerrogativa típica dos espumantes produzidos com o método clássico ou tradicional.