segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Batonnage

Batonnage é uma palavra utilizada em enologia e indica o processo de afinamento dos vinhos brancos feitos sobre as lias (leveduras mortas).
A expressão deriva da palavra francesa Batôn (bastão) pois é exatamente com a ajuda de um bastão que é colocado dentro do barril aonde o vinho branco está sendo afinado que as lias são movimentadas de modo que entrem em contato com a inteira massa de vinho.
Este sistema que está sendo muito utilizado nestes últimos anos, principalmente pelos produtores europeus, permite que o vinho branco, mesmo quando a fermentação alcoólica é feita em tanques de aço inox, adquira maior estrutura no corpo, que os aromas fiquem mais expressivos e que o vinho resulte mais equilibrado e possa ter uma maior vida útil.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Espanha e seus vinhos

A relação da Espanha com os vinhos é muito antiga, aproximadamente entre 4.000 e 3.000 A.C, mas foi somente durante a dominação romana na península ibérica que a plantação de videiras e a produção de vinho começou a prosperar.
Durante as invasões dos bárbaros e dos árabes na Idade Média a cultura do vinho sobreviveu graças ao cristianismo e a dedicação dos monges que produziam vinhos para servir nas missas. No meado do século XIX, quando os vinhedos da França foram atingidos pela filoxera, alguns produtores migraram para a Espanha levando consigo as técnicas sofisticadas de vinificação utilizadas na França da época.
Mais recentemente, a partir de 1990, a indústria vitivinícola espanhola passou por profundas transformação nos campos, nos processo de vinificação e nas regulamentações setoriais e hoje a Espanha, além de ser o país com maior superfície plantada a videira (1 milhões de ha), é o berço de alguns entre os vinhos mais conhecidos no mundo, graças as características morfológicas do solo (terrenos com altura média de 600 à 1.000 metros acima do nível do mar e rodeados por cadeias montanhosas) e ao clima diferenciado que proporcionaram uma grande variedade de produções de cepas.
UVAS TÍPICAS
A maior parte dos vinhedos plantados são de cepas brancas como Verdejo, Albariño, Xerel-lo e Viura mas, sem sombra de dúvida, os vinhos espanhóis mais conhecidos são tintos oriundos de uvas tipicamente espanholas como Garnacha, Tempranillo, Cariñena, Monastrell, Graciano, Mencía e Manzuelo, sem esquecer, obviamente, as cepas internacionais presentes na península ibérica como Cabernet sauvignon, Merlot, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
LEGISLAÇÃO
A legislação espanhola para classificação de seus vinhos segue as regras estabelecidas pela Comunidade Européia e a principal divisão diferencia os vinhos DOP (Denominacíon de Origen Protegida) dos IGP (Identificacíon Geográfica Protegida). Todos os vinhos que não se enquadram nos dois critérios acima só podem ser rotulados como "Vino".
Por sua vez os vinhos DOP se subdividem em:
DO (Denominacíon de Origen): vinhos que devem atender as especificações quanto as variedades das uvas permitidas, ao modo de cultivo e localização dos vinhedos;
DOCa (Denominacíon de Origen Calificadas): denominação mais prestigiosa. Apenas vinhos que tenham ficados, pelo menos, 13 anos na categoria precedente podem-se beneficiar desta denominação. Hoje existem duas na Espana: Rioja e Priorat;
VP (Vinos de Pago): categoria que se aplica a uma propriedade de reputação elevada e a produção, vinificação e afinamento devem acontecer dentro da propriedade.
VCIG (Vinos de Calidad con Identificacíon Geográfica): é uma categoria intermédia entre o Vino de la Tierra (VdlT) - a maioria dos IGP são classificados desta maneira - e DO. Só após 5 anos de utilização da denominação CVIG é que uma região pode solicitar a obtenção da DO.
ENVELHECIMENTO
Além da classificação por denominações a legislação espanhola estabelece regras específicas para o envelhecimento dos próprios produtos identificando as respectivas categorias:
JÓVEN: vinhos colocados em comercialização seis meses após a safra, podendo ou não ser afinados em madeira;
CRIANZA: para os tintos, envelhecimento mínimo de 24 meses, sendo que 6 em carvalho. Para os brancos e rosados envelhecimento mínimo de 18 meses sem restrição de afinamento em madeira;
RESERVA: para os tintos, mínimo de 36 meses de envelhecimento, cujo 12 em barris e o resto em garrafa. Para os brancos e rosados, período de envelhecimento mínimo de 18 meses, sendo 6 em barris e o resto em garrafa 
GRAN RESERVA: vinhos produzidos apenas em safras excepcionais. Tintos: envelhecimento mínimo de 60 meses, sendo que 18 em madeira e o restante em garrafa. Para brancos e rosados mínimo 48 meses sendo que 6 em madeira e resto em garrafa.
DOCa Rioja e DO Ribera del Duero tem legislação diferenciada para a nomenclatura evidenciada em função do envelhecimento de seus produtos, prevendo períodos mais longo que os anteriormente evidenciados.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Aumenta a superfície plantada da uva Glera (Prosecco)

A região do Veneto acolheu a proposta apresentada pelo Consórcio do Prosecco Doc de aumentar a superfície plantada a uva Glera, utilizada para produção do Prosecco, dos atuais 23.000 hectares para 24.450 hectares até 2019.
O aumento da superfície de produção visa aumentar a oferta de Prosecco, mas, como explica o Ministro da Agricultora da Região do Veneto, este aumento controlado está sendo direcionado para favorecer os micro empresários com o intuito de manter as novas gerações no setor agrícola. 
A proposta do Consórcio de tutela do Prosecco Doc prevê um incremento total da superfície plantada de 1200 hectares cuja 978 no Veneto e 222 no Friuli.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

E se sobra vinho, o que fazer?

Quantas vezes abrimos uma garrafa e no final da refeição sobra vinho.
Isso não é o fim do mundo e o vinho, quando aberto e se conservado de maneira correta, especialmente se for tinto, pode ser consumido dentro de 4 o 5 dias após a garrafa ser aberta.
Obvio que cada uva tem característica diferente e isso influi diretamente sobre a vida útil do mesmo, assim como o processo de vinificação utilizado e o eventual afinamento em barricas de madeira.
De modo geral podemos afirmar que os brancos, quando abertos, devem ser consumidos mais rapidamente que os tintos (em média podem durar 2 dias), se conservados em temperaturas entre 8 e 12 graus. Os tintos, dependendo do tipo de uva (Merlot e Cabernet Sauvignon são mais resistentes que Pinot Noir ou Sangiovese) e se o vinho é de safra recente (fresco) ou de safras mais antigas e afinado em madeira, quando aberto poderá ter uma sobrevida de, no máximo 4 o 5 dias desde que conservado em temperatura controlada (ideal entre 14 e 17 graus).
Para todos vale a regra que, quando o vinho que sobrar for mantido na garrafa original, a mesma deve ser vedada com rolhas tipo " vacuvin" que, com a ajuda de uma bomba, que pode ser manual ou elétrica", remove o oxigênio presente na garrafa mantendo o vinho á vácuo. Deste modo, apesar de serem expelidos também alguns aromas, se impede a oxidação do vinho que causa o fenômeno do "vinho passado" ou seja quando o vinho perde as características principais e seu sabor começa a ficar diferente.
Existem em comércio vários tipos de bombas que, normalmente, são vendidas em embalagem com 2 rolhas de vácuo, com preços a partir de R$ 60,00.
Outra solução, se não se dispõe de rolhas vacuvin, é a de transferir o vinho de uma garrafa grande para uma de 375 ml, melhor se com rolha de rosca, porém neste caso a vida útil é de, no máximo, 2 dias, se conservado em temperatura controlada (pode ser na geladeira mas não na porta, para evitar que o liquido seja agitado demais).
Lembre-se, de qualquer jeito, que mesmo que o vinho tenha "passado" e não seja mais apto ao consumo, pode sempre ser utilizado na cozinha para acondimentar pratos como um assado, ou para enriquecer um risoto.

domingo, 22 de outubro de 2017

Pinot Noir para todos os dias

Sou fã da uva Pinot Noir e, apesar dos vinhos elaborados com esta uva serem considerados tintos  "disfarçados" de brancos, pela cor transparente e pelo corpo leve, acho que não existe outro vinho tinto com aromas tão finos e aromáticos como os Pinot Noir. Os taninos suaves fazem deste um vinho elegante, fino, delicado e sobretudo suave, não é a toa que o Pinot Noir é elemento essencial no blend que compõe os Champanhes e melhores espumantes.
Para fãs como eu o problema de tomar com maior frequência um Pinot Noir é o preço: até poucos dias atrás não consegui achar uma boa garrafa com preço razoável (quero dizer menos de R$ 45,00/50,00) e, sendo assim, só podia beber um Pinot Noir de vez em quando.
Em uma de minhas investidas no Prezunic, aonde costumo fazer as compras para família, encontrei o rótulo abaixo e, por pura curiosidade, até em função do preço, acreditem se quiser R$ 23,90, decidi experimentar o vinho:

Este Pinot Noir chileno do Valle Central, produzido pela vinícola Luis Felipe Edwards. me conquistou pelo equilibro, características aromáticas e pelo preço: com certeza daqui para frente, enfim, na minha adega vou ter mais Pinot Noir para beber no meu dia a dia..... 
Quem quiser pode provar e concordar, ou não, com minha opinião.

sábado, 21 de outubro de 2017

Estimativas definitivas da vindima 2107 na Itália

Assoenologi (Associação dos Enólogos Italianos) divulgou esta semana as estimativas definitivas sobre a vindima italiana deste ano, evidenciando que...."as geadas de Abril e o calor absurdo deste verão consumiram 15 milhões de hectolitros de vinho italiano".
Após o conferimento de todas as uvas nas respectivas cantinas os dados são assustadores: -28% a nível nacional (38,9 milhões de hectolitros) em comparação com 2016 e as realidades regionais são até piores:
Toscana, Lazio-Umbria e Sardegna: -45% (produções respectivamente de 1,6, 1,2 e 0,44 milhões de hectolitros);
Lombardia: -35% (0,96 milhões de hectolitros);
Marche, Abruzzo, Puglia e Sicilia : -30% (produções respectivas de 0,66. 2,7, 6,7 e 4,2 milhões de hectolitros);
Piemonte e Emilia Romagna: -25% (1,9 e 5,8 milhões de hectolitros);
Veneto, Friuli e Campania: -20% (8,1, 1,4 e 1 milhões de hectolitros de produção, respectivamente);
Trentino: -15% (1 milhão de hectolitros de produção)
Com estes dados a Itália registra a segunda pior vindima após a ultima guerra mundial, só superada por aquela de 1947, que registrou uma produção de 36,4 milhões de hectolitros.
Quanto a qualidade a situação é melhor do que se esperava, apesar da heterogeneidade das uvas italianas: "As uvas conferidas as cantinas, sob o ponto de vista sanitário, estão sãs - explica o Presidente da Assoenologi Riccardo Cotarella - mas com diferentes graus de amadurecimento até dentro do mesmo vinhedo e muitas vezes com cachos muito desidratados. Deste jeito a qualidade é muito heterogênea, complexivamente bastante boa, mas com diferentes variáveis que evidenciam pontas de níveis qualitativos ótimos e outros, aonde o clima foi particularmente desfavorável, com qualidade inferior".


quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Codorniu e a independência da Catalunha

A incerteza que paira sobre a situação política da Catalunha depois do referendum do 01/10/2017 referente a própria independência e consequente separação da Espanha está trazendo sérios problemas a muitas empresas com sede na região.
Mais de 500 empresas de vários setores, sediadas na região, já transferiram as próprias sedes com medo que uma decisão unilateral em pro da separação possa acarretar eventuais retaliações por parte da Comunidade Européia que é contra a separação e apoia expressamente o governo espanhol.
Depois de bancos e empresas seguradoras um dos símbolos da Catalunha enológica decidiu deixar a região, pelo menos sob o ponto de vista legal,  depois de mais de 450 anos, se transferindo para Rioja: estamos falando da famosíssima Codorniu, grife internacional do Cava. A empresa catalã, que atualmente produz 60 milhões de garrafas por ano, manteve a própria área operacional em San Saturnì D'Anoia, no coração do Penedès, mas levou para Rioja a sede legal.

domingo, 15 de outubro de 2017

Novos dados sobre a vindima 2017 na Europa

A COPA-COGECA, associação europeia das cooperativas agrícolas, divulgou na última quinta feira uma nova estimativa sobre a a vindima na Europa, e, além dos números que ainda não são definitivos, o que fica claro é que 2017 foi um dos anos mais difíceis para a viticultura européia, causa os eventos climáticos extremos e as mudanças climáticas. O volume estimado de produção é de 145 milhões de hectolitros em comparação a 2016, ou seja uma diminuição de 14%.
Muitos produtores europeus devido as condições extremas, como geadas e secas, optaram por vindimas prematuras antecipando a colheita em duas semanas.
Entre os principais países produtores quem teve mais prejuízos foram a Itália e a França: as estimativas para o país da bota prevê uma produção de 40 milhões de hectolitros, ou seja 26% a menos que o ano passado, enquanto na Franca o volume deve registrar o mínimo histórico de 37 milhões de hectolitros, diminuição de 18% em comparação a 2016. A Espanha também vai pagar as esquisitices do clima, com uma diminuição na produção estimada em 20%, equivalente a 36 milhões de hectolitros. O Portugal, na contramão dos outros, vai ser o único país que registrará um aumento de produção estimado em 10%.
Se as quantidades despencam, parece que as uvas serão de ótima qualidade em toda a Europa com produções de vinhos excelentes.
Infelizmente deveremos preparar nossos bolsos pois, com certeza, os preços  dos vinhos do velho continente ficarão mais salgados

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Vinho? Melhor quando faz "POP"

De acordo a uma recente pesquisa do crossmodal resarch lab da Universidade de Oxford da Inglaterra um dos fatores decisivos na hora da escolha de um vinho, além do sabor, da cor, do aroma e da etiqueta, é o tipo de rolha utilizada na garrafa.
Foi feito um estudo com 140 participantes aonde se pedia a cada um de fornecer uma nota a duas garrafas de vinhos idênticos (sem que eles soubessem) porém, uma fechada com rolha de cortiça e outra com rolha de rosca. O resultado foi que 15% dos participantes avaliaram os vinhos tampados com rolha de cortiça como de melhor qualidade em comparação ao mesmo vinho vedado com rolha de rosca. Além disso o vinho contido nas garrafas com rolha de cortiça foi considerado, por 20% dos participantes, mais apropriado para celebrações.
Esta tendência, em conformidade a quanto evidenciado pelo estudo, deve-se ao "popping" que é o barulho que faz a rolha de cortiça quando abre-se uma garrafa. A tendência é de associar o som da tampa de cortiça com a tradição e, assim, com a qualidade, como bem demonstra o estudo da Oxford University.
"O som e a vista de uma rolha de cortiça - como explicou o professor Spence que liderou esta pesquisa - cria expectativas antes mesmo que o vinho toque nossos lábios, e estas expectativas influenciam a nossa experiência de degustação. O resultado do estudo -  conclui Spence - ressalta a importância das formas de vedação para as garrafas de vinho, com uma clara associação, no nosso subconsciente, entre cortiça e qualidade "

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Incêndios na Califórnia destroem vinhedos importantes

Os incêndios que se alastraram deste sábado a noite na Califórnia, mais precisamente em Napa Valley, Sonoma Valley e Santa Rosa estão destruindo hectares de vinhedos e obrigando mais de 20 mil pessoas a abandonar suas casas e empresas.
As áreas atingidas são responsáveis pela maior parte da produção enológica dos EUA e pelos dados até agora publicados, pelo menos 3 empresas do ramo foram completamente destruídas pelo fogo (Signorello Estate em Napa, Paradise Ridge em Santa Rosa e Frey Wineyard em Redwood Valley).
Se registram danos de entidade menor, mas ainda a serem determinados, em mais de 10 outras empresas como Nicholson Ranch Winery, William Hill Estate, Gundlach Bundschu Winery, Chateau St. Jean, James Cole e Dariush que, de qualquer jeito, como escreve o napa Valley Register, ainda estão de pé.
A safra deste ano não sofreu grandes perdas pois a vindima pelo 90% dos casos já tinha terminado porém é difícil calcular as perdas em termos de produtividade para o futuro, pois além das videiras, em alguns casos, o fogo atingiu as cantinas e as áreas de produção.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Aula degustação de vinhos do Abruzzo

Para maiores informações e inscrição ao curso com degustação, favor consulte a home page: http://www.italianorio.com.br
Espero vocês lá para falar da realidade enológica da região italiana do Abruzzo e saborear vinhos fantásticos.

domingo, 8 de outubro de 2017

Os Taninos na degustação

Os taninos, que na química são definidos como compostos polifenólicos, são substâncias geralmente presentes nos vegetais e desenvolvem um papel essencial na enologia, não somente durante a produção dos vinhos mas também nas degustações sensoriais.
Os taninos são componentes fundamentais para o equilíbrio dos vinhos tintos e são os principais responsáveis pela sensação de adstringência durante as análises gustativas; apesar de serem geralmente associados aos vinhos tintos os taninos são também presentes, em quantidades bem inferior, em outros vinhos, contribuindo para criar o exato equilíbrio entre o aspecto gustativo e de estrutura. 
Nas uvas os taninos são encontrados na casca, nas sementes e no engaço e contribuem de maneira significativa a formação da cor do vinho, inclusive nos brancos. As modernas técnicas de vinificação, devido a preferência dos consumidores internacionais por vinhos com taninos mais macios, normalmente não utilizam os engaços durante a fase de fermentação pois os taninos ali presentes são muito concentrados e vivos e passariam ao produto final um grau de adstringência muito elevado comprometendo o equilíbrio do mesmo. Porém a maciez dos taninos no vinho dependem de vários fatores como a utilização de barricas de madeira, o grau de torrefacção da madeira e o tipo de uva utilizada.
A quantidade e qualidade dos taninos presentes no vinho dependem, também, do tempo e da condição no momento da vindima: quando falamos em tempo nós referimos ao afinamento, em barrica ou garrafa, e quanto na condição no momento da vindima estamos analisando a evolução dos taninos. Enologicamente falando o amadurecimento da uva, que determina o período da vindima, acontece na presença do amadurecimento tecnológico e, para as uvas tintas, também no amadurecimento fenólico. A amadurecimento tecnológico é determinado pela quantidade de açúcares e ácidos presentes nas uvas, lembrando que durante o processo de maturação os níveis de açucares tendem a aumentar enquanto os de ácidos tendem a diminuir. Já o amadurecimento fenólico tem a ver com a evolução dos taninos e das outras substâncias fenólicas, condição essencial para obter taninos mais macios e menos agressivos.
Do ponto de vista técnico a ação e o efeito dos taninos não dizem respeito somente a degustação sensorial dos vinhos, mas desenvolvem uma ação muito importante também na conservação dos mesmos graças ao poder anti oxidante tanto que, geralmente, os vinhos com altos conteúdos de taninos podem se afinar em garrafa por muitos anos (Barolo, Cabernet Sauvignon, Sagrantino).
Os taninos contribuem de maneira significativa à estrutura do vinho, criando o corpo e o justo equilíbrio: a prática de acrescentar taninos ao vinho diz respeito aos tintos, aos brancos e passitos também, e além de melhorar a estrutura garantem uma maior vida útil graças a uma melhor estabilização. Os taninos são cedidos ao vinho durante a fase de fermentação e amadurecimento em barricas de madeira, e dependendo do tipo de barrica, do tipo de madeira utilizada, do grau de torrefacção da madeira e do número de passagem do vinho na madeira teremos uma maior ou menor cessão de taninos ao vinho.
Do ponto de vista sensorial os taninos influem sobre três qualidades do vinho: no aspecto, no gosto e nas sensações percebidas na boca durante a degustação. 
Aspecto: os vinhos tintos são os que mais se beneficiam da ação corante dos taninos, pois um dos compostos polifenólicos dos taninos são os antocianos que são substâncias corantes hidrossolúveis que determinam a cor dos vinhos tintos durante a fase de maceração, quando a polimerização dos taninos provoca a própria precipitação junto com as propriedades corantes de tons azuis, deixando ao vinho a característica cor vermelha;
Gosto e sensações: a polimerização dos taninos tem consequências também no gosto do vinho e não somente no seu aspecto. Os taninos não tem um sabor específico mas no vinho se definem por um sabor de amargura na boca, o efeito sensorial é aquele típico da adstringência, já que precipitam os níveis de proteínas presentes na boca e na saliva  dando a sensação de secura. 
As substâncias polifenólicas contribuem de maneira decisiva à formação da estrutura do vinho: muito depende do tipo de uva utilizada mas em geral pode-se afirmar que a adstringência dos taninos é mais agressivas nos vinhos novos (quando as moléculas não tiveram tempo de polimerizar e, assim, de precipitar) e dependendo do tipo de uva e da prática de vinificação utilizada tendem a diminuir e a se amaciar com o passar do tempo.

sábado, 7 de outubro de 2017

Chegou a farinha de vinho

Chegou a farinha de vinho: produzida artesanalmente nos EUA de cascas e sementes das uvas que, depois de descartadas dos processos de vinificação, são secadas e moídas finamente nas pedras, este produto tem tudo para, em pouco tempo, ganhar força no comércio e virar um "must" entre os produtos naturais.
Atualmente poucas empresas estão produzindo esta farinha que é disponíveis nas versões: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Syrah, Sauvignon Blanc, Pinot Nero, Zinfandel e Riesling.
Esta farinha não substitui as farinhas tradicionais mas pode ser utilizada em várias receitas, especialmente em bolos e tortas variadas, para dar uma cor mais intensa ao produto final e, sendo uma produto de origem vegetal, é ideal para as dietas vegetarianas e pode ser consumida por pessoas celíacas, além de ser rica em vitaminas e anti oxidantes.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Pizza e Vinhos

O binômio pizza e cerveja parece estar chegando ao fim depois de muitos anos de "atividade". Pelo menos é quanto escreve o Wall Street Journal em uma recente pesquisa, e é meu pessoal pensamento de quase leigo a muito tempo sobre o tema, não fosse pelo fato, mas isso sou eu que falo, que a cerveja, gaseificada, estufa o estômago e por isso não permite degustar por completo o sabor da pizza.
Mas voltando a quanto escreve a jornalista Lettie Teague, que talvez entende mais do que eu sobre o assunto, pelo menos em relação as pizzas, o que melhor acompanha o prato italiano mais conhecido no mundo é, sem sobra de dúvida, o vinho.
Para a clássica pizza napolitana o acompanhamento perfeito, inclusive da mesma região, seria um Lacryma Christi del Vesuvio, vinho branco da região da Campania, ou para quem quer algo de mais sofisticado, um Nebbiolo Langhe, vinho tinto do Piemonte que com seus aromas de frutas vermelhas e diversos graus de acidez pode ser uma alternativa mais cativante.
Para a tradicional pizza margherita (escrita à italiana) se aconselha um vinho produzido com uvas Sangiovese, que é considerado um coringa para as harmonizações.
Já para a pizza linguiça e cogumelos o vinho ideal seria um branco do Piemonte tipo Gavi que.
Em geral podemos afirmar que o vinho e a pizza formam um par quase perfeito, sem esquecer que, se não queremos errar na harmonização, independente do tipo de pizza, podemos pedir tranquilamente um bom Montepulciano d'Abruzzo...
Bom apetite e cin cin

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Primitivo di Manduria - Vindima 2017

A vindima 2017 do Primitivo di Manduria está concluída confirmando quanto previsto antes da colheita, ou seja qualidade excelente com uvas sadias e perfeito grau de açúcar.
Até mesmo na quantidade podemos afirmar que o Primitivo de Manduria foge a realidade generalizada da Itália de diminuição de volumes, pois, pelos dados divulgados pelo Consorcio de Tutela, a quantidade deve ser mais ou menos igual àquela da vindima passada. Foram registradas diminuições de rendimento no campo ligados a menor carga das videiras desde a floração e a duas semanas de calor muito intenso no final do mês de julho e deste jeito muitos agricultores preferiram se dedicar ao produção dos DOC e a diminuição da produção foi contida graças aos novos estruturas de irrigação que permitiram aumentar a superfície das videiras a DOC.
O Consorcio evidencia, ainda, que sob o ponto de vista organoléptico o produto é perfeito: uvas sem mofos e amadurecimento com grau de açúcar ideal.
Apesar de 2017 ser lembrado como o ano do recorde de calor (na Puglia foi alcançada a temperatura de 45 C.) e da ausência de chuvas, a situação extrema foi mitigada pelo vento de tramontana,  pelas políticas inteligentes de utilização da água para irrigação e pela grande capacidade de adaptação e resistência as altas temperaturas da uva Primitivo.
Um menor volume foi registrado para as uvas destinadas a produção do DOCG pois o grau de açúcar não foi tão elevado para o Dolce Naturale
Os números desta vindima falam de 20 milhões de litros de vinho que permitirão a produção de 25 milhões de garrafas, cuja 70% serão destinadas para exportação

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O Vinho mais caro do mundo

Uma pesquisa realizada pela Wine-Searcher (www.wine-searcher.com) cruzou o preço médios de milhares de revendedores no mundo todo e das diferentes safras comercializadas.
Isso permitiu montar The World's Top 50 Most Expensive Wines onde, no primeiro lugar, encontramos o vinho Romanée-Conti da Domaine de la Romanée-Conti: o custo médio das garrafas é de US$ 15.703,00 com pontas, para as safras mais raras, de US$ 87.277.
No segundo lugar, bem distante, um vinho da região da Mosela, o Egon Muller Sharzhof Sharzhofberger Riesling Trockenbeerenauslese que custa, em média US$ 9.883,00 e no terceiro lugar, um outro vinho da Borgonha, o Domaine Leroy Musigny, vendido a US$ 8.770,00.