segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

QUASE 500 MILHÕES DE GARRAFAS DE ESPUMANTES ITALIANOS CONSUMIDOS NO MUNDO EM 2018

Os dados recém publicados pelo OVSE (Observatório dos Vinhos Espumantes e Efervescentes) falam claro: excluindo os vinhos frisantes, que de qualquer jeito consolidam a própria posição do ano passado com 230 milhões de garrafas enviada para os mercados externos, o número de garrafas de espumantes italianos vendidos em 2018 em 124 países fora da Itália foram 492,8 milhões.
O 99,5% do volume corresponde a espumantes obtidos com o "método italiano" (Charmat ou Martinotti) e da percentual acima o 80% é representado pelo Proseccos Doc e Docg.
Analisando os principais mercados de exportação dos espumantes italianos se verifica que, enquanto a Alemanha continua sendo o maior mercado mundial de vinhos gaseificados (1,7 bilhões de garrafas entre frisantes e espumantes), de 100 milhões de garrafas importadas, 34 são italianos cuja 20 milhões são de Prosecco, a Inglaterra é o principal destino dos vinhos italianos gaseificados (espumantes+frisantes) com a melhor relação valor/volume: de 200 milhões de garrafas consumidas, 124 milhões são italianas cuja 113 milhões de Prosecco.
Na Russia os sinais são positivos e o trend de venda começou a crescer novamente, marcando um volume de 22 milhões de garrafas, na França foi registrado um novo record de vendas, com 11 milhões de garrafas (inclusive algum Franciacorta e Cartizze).
Se o Prosecco Doc representa o motor trainante deste fenômeno italiano, o Docg ainda não emplacou, apesar do aumento das vendas: na Inglaterra 6 milhões de garrafas, na Suíça 5,5, na Áustria e EUA 4,5, no Canadá 1,5 por um total exportado de aproximadamente 40 milhões de garrafas.Obvio que o mercado principal deste Prosecco mais de qualidade continua sendo a Itália, com quase o 60% da produção consumida no país de origem.
Os vinhos espumantes continuam salvando todo o mercado de exportação do vinho italiano.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

CONSUMO MUNDIAL DE VINHO

Os dados da IWSR (International Wine and Spirit Records) comprovaram que o consumo mundial de vinho "fermo", ou seja não frizante e não espumante, como é chamado pelos italianos, nos últimos 3 anos cresceu com uma taxa de 0,5%, correspondente a um aumento de 250 milhões de taças. Um crescimento lento mas superior á média dos últimos dez anos 2007 - 2017 (+0,2%), com um volume complexivo que chegou a 2,4 bilhões de caixas, ou seja 1,2 bilhões de garrafas a mais que foram abertas nos últimos dez anos. 
Na década anterior (1997 - 2007) esta tendência era mais acentuada tanto que o aumento médio foi de +1%: os fatores que mais afetaram a diminuição do trend de crescimento nos últimos dez anos foram, sem sombra de dúvida:
  • a instabilidade econômica oriunda da crise financeira de 2008;
  • a diminuição dos consumos por parte dos países produtores (Itália, França, Espanha e Argentina) e dos mercados mais maduros (Inglaterra especialmente); e
  • o desamor, do público mais jovem, pelo consumo de vinho.
Neste quadro as compras de garrafa de médio ou baixo custo (abaixo de US$ 10,00) diminuíram de 0,2% ao ano na última década, com participação no mercado que passou de 91% para 88%, enquanto a faixa dos vinhos premium (acima de US$ 10,00 por garrafa) ganho o 3,6% no mesmo período.
Voltando a análise dos últimos 3 anos o consumo dos vinhos domésticos mostrou sinais de lenta retomada (0,1% a.a.), graças principalmente à Itália que passou de 380 milhões de caixas compradas em 1990 as 244 milhões em 2014 para chegar, em 2017, a 256 milhões de caixas. 
Os dois principais mercados para os vinhos "fermi" são Alemanha e Inglaterra, mas ambos em diminuição nos últimos 10 anos: Berlin perdeu 12 milhões de caixas enquanto Londres 21 milhões de caixas, a maioria de baixo custo. A diminuição destes dois mercados foi, de qualquer jeito, amenizada pelo crescimento da China (+57 milhões de caixas), Japão (+9 milhões), Canada (+8 milhões), Austrália e Brasil (+5 milhões respectivamente), EUA e Polônia (+4 milhões).

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

VITICULTURA BIOLÓGICA NA ITÁLIA

Foram publicados pelo SINAB (Sistema de Informação Nacional da Agricultura Biológica) os dados relativos as superfícies plantadas de videiras biológicas na Itália em 2017. A superfície total, incluindo os vinhedos em conversão,  continua aumentando, apesar de registrar um incremento de 1,7% de 2016 à 2017, bem abaixo da média dos últimos 5 anos (14,8%).


Analisando os dados acima fica evidente que dentro as regiões italianas a que detém a liderança em cultivação de videiras biológicas é a Sicília (35.939 ha) que apesar de ter tido uma diminuição do volume total plantado do 7,2% no último ano (principal causa da diminuição do trend de aumento), concorre com o 34% de superfície total plantada na região.
As outras regiões que registraram os maiores aumentos foram aquelas do centro-norte onde esta prática teve um desenvolvimento atrasado em comparação as regiões do sul: Umbria, Trentino Alto Adige, Lazio e Emilia Romagna incrementaram em mais de 20% a superfície biológica plantada em 2017.
Cruzando os dados ISTAT (Instituto Nazionale di Statistica) sobre a superfície total e os da SINAB sobre o biológica, podemos verificar que a maior penetração do vinhedo biológico é na Calabria (51% do total), Basilicata (50%), Marche (35%), Sicília (34%) e Toscana (24%). As regiões mais "atrasadas" neste aspecto, com representatividade nacional, são o Piemonte (8%), Veneto (6%), Friuli Venezia Giulia (5%), conforma atesta a tabela abaixo:


Apesar de estar registrando aumentos significativos nos últimos 5 anos os vinhedos biológicos representam somente o 17% de toda a superfície plantada, colocando a Itália no terceiro lugar por presença desta prática vitivinicula, atrás de Espanha (30%) e França.