quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Investimentos baixos para comunicação dos vinhos

O Instituto Nielsen realizou um estudo sobre o mercado americano, que é o de referência para o setor do vinho a nível global, para avaliar o investimento das mídias tradicionais daquele pais para divulgação  dos vinhos, em comparação as cervejas e aos distilados em geral.
Os dados publicados relativamente ao ano de 2016 sobre os gastos gerais em publicidade nas mídias tradicionais são assustadores: enquanto o volume de investimento para o setor das cervejas alcançou 1,59 bilhões de US$, o dos super alcoólicos e distilados em geral 376 milhões de US$, o montante de gastos para divulgar os vinhos somente registrou um volume de 129 milhões de US$, menos que a metade do valor gasto com os distilados e menos de um décimo do valor gasto com as cervejas.
Este estudo, apesar de analisar somente um mercado e avaliar só as mídias tradicionais, é muito esclarecedor de quanto a comunicação, ou neste caso a falta dela, pode-se refletir sobre a popularidade de um produto, independentemente da qualidade ou do preço.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Vinho mais valioso que carro

De acordo com o Knight Frank Luxury Investment Index que mede o crescimento dos preços dos bens colecionáveis uma garrafa de vinho vale mais que um carro.
No último ano os preços das garrafas para coleção cresceram 25% (61%nos últimos 5 anos e 231% nos últimos 10 anos) enquanto os preços dos carros, que a muitos anos dominavam a classifica dos bens mais valiosos para colecionar, despencaram  2%, atestando-se no sexto lugar. Melhor que os carros as peças de arte, as joias, os relógios, e os selos.
O aumento do desejo pelo vinho é devido, em grande parte, a força dos vinhos franceses de Bordeaux e da Borgonha, dos italianos do norte e ao mercado chinês e seus magnatas que além de ter desenvolvido uma paixão muito grande pelos vinhedos (os fundos chineses compraram mais de 100 chateaux franceses) afinaram muitos os próprios gostos e conhecimentos enológicos, virando experts.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Governo All'uso Toscano

Estamos assistindo nestes últimos anos a vários vinhos toscanos que evidenciam na etiqueta o dizer "Governo All'uso Toscano", mas poucos consumidores sabem o que isso significa.
Governo All'uso Toscano é uma específica técnica de vinificação inventada na Toscana no século XIV e muito utilizada no século passado pelo barão Ricasoli para obter vinhos frutados (especialmente Chianti) para serem consumidos jovens.
Esta técnica prevê que ao vinho obtido através da maceração do mosto tradicional (vinho base) seja acrescentado um mosto obtido de cachos expostos ao ar, para secagem, por 6 semanas após a colheita, resultando em uvas passas com alta concentração de açucares, que propicia o início de uma segunda fermentação prolongada do vinho base até a primavera.
Ao contrário dos vinhos toscanos tradicionais, que se beneficiam do afinamento em madeira por vários anos, os "governatos" fazem do frescor e da vivacidade do próprio frutado suas características principais. Devem ser consumidos jovens.

sábado, 23 de setembro de 2017

Vinhos Biológicos e Biodinâmicos

Hoje em dia se fala sempre mais de novas definições a respeito de vinhos produzidos com técnicas diferentes, porém poucos consumidores sabem exatamente qual a diferença entre estes produtos e, mesmo entre os experts, as vezes, se cria confusão até em função de não ter ainda uma legislação específica que regulamente tal matéria.
Quando falamos de vinhos, normalmente, nos referimos a legislação europeia que é aquela que melhor defende e tutela os consumidores e garante a qualidade dos produtos que chegam aos mercados de distribuição, mas quando nos referimos aos vinhos biológicos e biodinâmicos encontramos poucas referências legislativas.
O vinho biológico na Europa só começou a ser certificado como tal após a entrada em vigor da nova legislação europeia em 01/08/2012: a lei estabelece que para para um vinho ser certificado como biológico, além da cultivação das videiras sem química devem-se respeitar práticas específicas durante a fase de transformação na cantina. Para tanto não são admitidas, entre outras, práticas como a concentração parcial à frio, a dessulfuração dos mostos, a eletrodiálise, o tratamento de vinhos com permutadores catiônicos. Quanto aos ingredientes e coadjuvantes de processo são permitidos todos aqueles de origem natural com a recomendação de preferir os de origem biológica. No caso das leveduras enológicas são permitidas somente aquelas biológicas e de família específicas aptas a vinificação (neste caso o produtor pode contar com, aproximadamente 43 tipos de leveduras, contra 70 no caso de produção de vinho não biológico).
Podemos afirmar que o vinho BIOLÓGICO é o fruto de uma filosofia agrícola e produtiva que privilegia a relação entre o território e a natureza, e desta maneira: vinhos produzidos com baixa ou nenhuma utilização de substâncias químicas e sulfitos, com redução dos recursos hídricos utilizados e a adoção de técnicas de culturas biológicas para prevenir de maneira natural os ataques de parasitas.
Já quando nos referimos ao vinho BIODINÂMICO vemos uma evolução do vinho biológico que, seguindo as regras de Rudolf Steiner, além de ser produzido com o máximo respeito a natureza deve também levar em conta as fases lunares e técnicas de produções muitos peculiares. Neste caso, porém, ainda não existe uma legislação específica em matéria que regulamente a produção e comercialização deste tipo de vinho.
Espero ter esclarecido um pouco mais, aos meus leitores, as diferenças destes dois tipos de vinhos que, no futuro, com certeza, ocuparão sempre mais espaços nas prateleiras de supermercados e lojas especializadas.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

TERROIR

Se tentamos traduzir para o português ou para qualquer outro idioma a palavra francesa terroir, veremos que não existe tradução e a palavra original é utilizada também nos outros idiomas. Porque?
A primeira imagem que associamos quando escutamos a palavra terroir é terra, porém o conceito de terroir é muito mais abrangente e, em enologia, define uma interação complexa entre solo, clima, região geográfica e intervenção humana, que da origem a uma uva com identidade e qualidade próprias.
Para entender melhor este conceito temos que partir do solo, pois é onde são plantadas as videiras, passando pela região geográfica e pelo clima, pois são estreitamente relacionadas e definem as políticas agrícolas para que as videiras se desenvolvam da melhor maneira em função do tipo de solo, da umidade e da altitude, para obter o exato grau de amadurecimento das uvas, para terminar pela intervenção humana através os processos para catalisar e extrair quanto de melhor existe na terra.
É só entendendo bem o terroir com que se trabalha que se consegue entender quais as uvas que melhor se adaptam ao terroir, como plantar a vinha, aonde localiza-la exatamente, etc. 

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

França - mercado interno encolhe mas continua dinâmico

Sempre se fala muito da França, mas os dados até aqui publicados enfocam somente algumas características do setor enológico do país: de um lado é um dos maiores produtores do mundo e do outro é o mercado interno que mais encolheu nos últimos anos, com retrações médias anuais de 2%.
Pela primeira vez um estudo elaborado pela Wine Intelligence, o "France Landscape 2017" foca não tanto sobre os aspectos produtivos mas sim nos hábitos de consumo e relacionamento com o vinho dos franceses.
Este mercado interno, apesar da diminuição constante dos consumos, continua extremamente interessante e muito expressivo tanto que, em 2016, 38 milhões de consumidores franceses beberam 3,1 bilhões de garrafas de vinho, o que corresponde a uma média de 61 litros per capita.
O que mais chama a atenção no Report da Wine Intelligence é que o mercado francês continua muito dinâmico e em mudança, como demonstram os dados relativos ao consumo de vinho em bag-in-box e de vinho rosado. Mas a palavra chave é a curiosidade acerca dos vinhos nunca degustados ou pelas variedades menos conhecidas: se em 2014 os 47% dos amantes do vinho declarava de querer experimentar novos vinhos, em 2017 esta percentual sobe até 55% e, como consequência, o número de consumidores que escolhem vinhos que conhecem melhor, diminui de 40% para 31%.
Uma novidade muito interessante para o futuro do consumo do vinho em um país extramente tradicionalista como a França, onde os consumidores estão até aceitando com menores restrições o utilizo das rolhas de rosca nos vinhos.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

China, o novo mercado mundial do vinho

Nos primeiros 6 meses de 2017 a China registrou um volume de importação de vinhos engarrafados de 2,5 milhões de hectolitros, aumento de 14%, correspondente, em valor, a 1,12 bilhões de US$.
Este dados colocam a China como um dos principais mercados consumidores mundiais do vinho e os números só tendem a crescer não só em volume mas em valor também pois, como se evidencia pelos fluxos comerciais de vinhos italianos naquele país, no mesmo período, as exportações crescem 17% em volume e 18,2% em valor, tendência que evidencia que os consumidores chineses bebem sempre mais vinhos e de melhor qualidade.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Franciacorta - Os reis dos espumantes da Itália

Franciacorta é uma área localizada na região da Lombardia, de 2.800 hectares, delimitada pela cidade de Brescia e o lago de Iseo, que inclui 19 comuni (distritos) da área, com 116 cantinas associadas.
Não se sabe com certeza a origem do nome Franciacorta: alguns escrevem que Carlo Magno, enquanto passava com seu exercito pela terras da região para combater os Longobardos, ficou tão maravilhado das belezas que a comparou a uma pequena França, já outros dizem que o nome deriva do fato que naquela área delimitada vigorava uma zona franca de livre comércio. O que sabemos com certeza é que hoje esta micro região produz os melhores espumantes italianos método clássico, que por muitos sommelier e enólogos são qualitativamente iguais ou melhores a muitos Champanhes franceses.
O Consorcio Fanciacorta nasce no 5 de Março de 1990, e em 1995 a qualidade dos espumantes produzidos é oficialmente reconhecida com a obtenção da denominação DOCG.
Dos 2.800 hectares, 82% são plantados para o Chardonnay, 14% para o Pinot Noir e 4% para o Pinot Branco.
Atualmente existem 5 tipos diferentes de produtos:
  • Franciacorta (Chradonnay e/ou Pinot Noir com possibilidade de utilizar Pinot Branco até o máximo de 50%);
  • Franciacorta Satin (Chardonnay e Pinot Branco até o máximo de 50%);
  • Franciacorta Rosè (Pinot Noire - mínimo 25%, Chardonnay e Pinot Branco - máximo 50%);
  • Franciacorta Millesimato (quando o vinho é obtido a partir de uma única safra (mínimo 85%). Ante de ser comercializado devem passar 37 meses a partir da vindima;
  • Franciacorta Riserva: são millesimati que para exprimir as melhores notas olfativas e degustativas devem permanecer, pelo menos, 5 anos em contato com as leveduras durante a fase de afinamento em garrafa. 
Podem ser comercializados nas versões Pás Dosé (até 3 g/l de açucares residuais), Extra Brut (até 6 g/l), Brut (até 12 g/l), Extra Dry (de 12 à 17 g/l), Sec (de 17 à 32 g/l) e Demi Sec (de 33 à 50 g/l).
Em 2015 foram comercializadas 16,5 milhões de garrafas, cuja 1,5 milhões para exportação.
No Brasil encontram-se algum importadores que oferecem estes néctares por, aproximadamente, R$ 315,00 ou na Itália estão sendo comercializado entre 18 e 24 Euros.
Para quem quer ter uma experiência única, recomendo. 

domingo, 17 de setembro de 2017

PRIMITIVO DI MANDURIA DOC


Este vinho é a DICA da semana para quem quer degustar um vinho único pelas suas características.
Este vinho, produzido pela  Schenk Itália, é um dos produtos enológicos de excelência da região da Puglia, localizada no salto da bota.
Elaborado com 100% de uvas primitivo colhidas no final de Agosto, quando os níveis de concentração de açúcares são mais elevados, o mosto passa 25 dias em maceração a uma temperatura controlada de aproximadamente 33 graus C. aonde são enaltecidos os aromas e a estrutura do vinho.
Antes do engarrafamento o vinho é afinado por 4 meses em barriques de carvalho.
De cor vermelho rubi intenso, com buque de frutas vermelhas maduras com tons de especiarias, na boca é equilibrado e muito harmônico, e graças ao resíduo de açúcar de 12 g/l este vinho tem um retro gosto levemente adocicado.
No Prezunic o preço deste vinho, em importação própria, é comercializado a R$ 69,90...vale muito mais que isso.
Experimentem

sábado, 16 de setembro de 2017

Despenca o consumo de bebidas alcoólicas na França

Um recente estudo desenvolvido por uma associação que compreende todas as industrias produtoras de bebidas alcoólicas em geral descobriu que em 2016 o consumo de vinho, cerveja e distilados diminuiu 1,8 litros por pessoa (praticamente o mesmo volume de consumo pro-capite de vinho no Brasil).
Mesmo assim, o consumo destas bebidas somadas, atingiu 70,8 litros por pessoa por ano.
Em 2015 os franceses bebiam 72,5 litros por ano, em 2014 73,2 e, acredite quem quiser, em 2007 consumiam 80,7 litros de bebidas alcoólicas por pessoa.
Em 10 anos registrou-se uma retração de 10 litros pro-capite.
Interessante também a frequência de consumo: 9% da população consume bebidas alcoólicas 1 vez por dia enquanto 19% consomem 1 vez por semana ou nunca.
O que não teve alteração nestes últimos 10 anos foi o gasto com a bebida alcoólica: ou seja, na França se bebe menos mas melhor.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Decantar o vinho

Acho que quase todos mundo que conhece de vinho antes ou depois se deparou com um decanter: e aí? O que fazer? Quando utilizá-lo?
Antes de mais nada o decanter é um recipiente de vidro ou de cristal com bojo largo e gargalo fino, cujo objetivo principal é arear o vinho para exaltar os aromas e sabores. Porém nem todos os vinhos precisam ser "decantados", já que muitos vinhos não se beneficiam com a decantação, mas ao contrário, quando em contato com o oxigênio, se deterioram aromaticamente.
Os vinhos ESPUMANTES, BRANCOS ou ROSÉS  não se decantam quase nunca. Só pouquíssimos brancos de guarda podem ser decantados, para que, o contato com o oxigênio libere todas as suas virtudes. Em relação aos brancos tradicionais os aromas destes vinhos são muito frágeis e basta tirar a rolha da garrafa para que os aromas se mostrem com perfeita intensidade e exuberância. Precisam de pouca exposição ao oxigênio sendo assim é aconselhável consumir o vinho logo após ser servido no copo.
Para os VINHO TINTOS a situação é um pouco diferente: só precisamos decantar vinhos tintos que tenham uma alta concentração de polifenóis (cor, aroma e sabor), que sejam de safras antigas e/ou passaram por afinamento em barris de madeira, pois estes vinhos precisam de oxigênio para liberar os aromas e sabores que ficaram presos nas garrafas por muito tempo. Ao contrário vinhos varietais jovens, sem afinamento em madeira, podem sofrer com uma exposição excessiva ao oxigênio.
Para simplificar podemos dizer que vinhos tintos jovens e simples, para consumo rápido, não devem ser decantados e vinhos de melhor qualidade, mais concentrados, que tiveram guarda em madeira ou de safras antigas devem ser decantados de 20 à 30 minutos antes de serem consumidos.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

LAMBRUSCO: herói ou vilão?

Como italiano não posso deixar de pensar que o  Lambrusco seja mais um vinho que represente bem a realidade enológica italiana, oriundo de um sistema produtivo que ao longo dos anos privilegiou os volumes para satisfazer a sempre crescente demanda do mercado internacional.
Para muitos o Lambrusco, um vinho fácil de se beber, pouco alcoólico, frisante ou espumante, seco ou amabile, é o vilão entre os vinhos italianos e seu sucesso só se deve ao baixo preço de venda que justificaria o sucesso nos mercados internacionais dos países emergentes onde o consumidor tem pouco conhecimento dos vinhos em geral. Poucos dias atrás em um blog sobre vinho me deparei com uma postagem, justamente sobre o Lambrusco, onde o autor dizia, entre outras coisas que....."Por ser um vinho fácil de beber, docinho e com uma quantidade de gás suficiente para esconder boa parte de seus defeitos, o Lambrusco se tornou o vinho mais exportado da Itália".
Não escondo que este ataque a um vinho da minha terra me deixou um pouco triste, mas decidi refletir mais objetivamente sobre o tema para entender melhor qual o papel do Lambrusco no cenário vitivinícola internacional, especialmente aqui no nosso País, e não pude deixar de pensar que:
  • O Lambrusco é um vinho ideal para os consumidores iniciantes, pois congrega todas as características do vinho fácil de beber, ou seja um baixo teor de álcool, presença de gás e possibilidade de ser seco ou amabile. Ou seja para um consumidor que não esteja acostumado a consumir vinho, especialmente em um país tropical, a possibilidade de começar a experiencia do consumo de vinho com um produto menos complicado, e que pode ser tomado gelado, é tudo de bom;
  • O sistema produtivo mais utilizado para o cultivo das uvas lambrusco (sistema cooperativado) era mais voltado a produção de grandes volumes de uvas e, consequentemente, de vinhos, para garantir o bem estar social da famílias cooperativadas, o que, se de um lado permitiu que volumes expressivos pudessem satisfazer a demanda sempre crescente dos mercados estrangeiros, do outro restringiu a produção de qualidade ao mercado interno, regional, onde os vinhos Lambruscos, graças a acidez acentuada, são parceiros ideais da típica cozinha da Emília Romagna;
  • O consumo de Lambrusco na Itália  se concentra, em sua maioria, no vinho TINTO SECO (infelizmente não são disponíveis dados estatísticos) e, em uma porcentagem menor, no TINTO AMABILE. É muito raro encontrar nos supermercados italianos Lambrusco branco e ainda por cima amabile que, no Brasil, ao contrario, é campeão de vendas;
Depois de refletir sobre os pontos acima cheguei a conclusão que não se pode julgar este vinho como herói ou vilão, apesar do Lambrusco congregar algumas peculiaridades de ambos os adjetivos anteriormente utilizados.
Pessoalmente acho que tem mais a ver com a figura de herói que vilão, porque permitiu que o brasileiro no começo dos anos noventa, acostumado a consumir whisky ou cerveja durante as refeições, começasse a transição do próprio paladar e se educasse ao consumo do vinho graças as suas características únicas. Esta transição foi fundamental para que, em poucos anos, o consumidor nacional passasse a conhecer e apreciar mais o vinho e prova disso são o sucesso dos vários cursos ministrados pela associações de categoria que estão criando um numero sempre crescente  de enófilos, confrarias, clubes e blogs.
O importante é beber o vinho que proporcione mais prazer, pois beber vinho deve ser uma experiência pessoal, subjetiva, que pode ser compartilhada com amigos, sem se importar se o vinho é ou não badalado na mídia ou na crítica: desde que o vinho seja do agrado, com preço acessível, e de qualidade, porquê não?!
Então amigos, um brinde com nosso vinho de preferência, mas sem exagerar

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Vindima 2017 na Itália - novas previsões

Infelizmente, os dados anteriormente comunicados acerca de uma diminuição sensível da produção de vinho na Itália para a safra 2017 estão mais que confirmados e as novas previsões da ISMEA-UIV, divulgadas entre final de Agosto e a primeira semana de Setembro, estimam uma diminuição da produção de 26% se comparada ao ano anterior, levando o volume produzido a um record negativo de 40,2 milhões de hectolitros, nível mais baixo dos últimos 50 anos.
Esta previsão ainda pode piorar se uma chuva de granizo inesperada ou condições meteorológicas extremamente adversas se abatessem na península nesta fase final da vindima.
Quase todas as regiões registram diminuições de, no mínimo, 20%, com exceções, no  norte, do Veneto, Trentino Alto Adige e Friuli Venezia Giulia, e no sul, da Campania.
Qualitativamente se apresentam anomalias específicas que deverão ser gerenciadas em fase de vinificação pela cantinas. O clima mais quente e seco favoreceu o desenvolvimento de uvas mais integras e sãs, com menor necessidade de tratamentos fitossanitários. Da mesma maneira o conteúdo de açúcar resulta maior que a média enquanto a reduzida excursão térmica entre o dia e a noite dificultou o desenvolvimento ideal dos aromas das uvas. As uvas brancas apresentam, em geral, uma acidez menor que a média, já as uvas tintas apresentam um menor conteúdo de antocianos e uma consequente coloração menos incisiva do bago.
Analisando as previsões por regiões vemos que:
PIEMONTE (-27,5%)
LOMBARDIA (-27,5%)
VALLE D'AOSTA (-32,5%)
LIGURIA (-25%)
VENETO(- 17,5%)
TRENTINO ALTO ADIGE (-12,5%)
FRIULI VENEZIA GIULIA (-11,5%)
EMILIA ROMAGNA (-25%)
TOSCANA (-32,5%)
UMBRIA (-35%)
MARCHE (-27,5%)
LAZIO (-32,5%)
ABRUZZO (-30%)
CAMPANIA (-12,5%)
CALABRIA (-25%)
PUGLIA (-30%)
SICILIA (-35%)
SARDEGNA (-35%)

sábado, 9 de setembro de 2017

Bons e Baratos - Nero d'Avola e Montepulciano d'Abruzzo Il Coppiere

Estamos falando de 2 vinhos italianos tradicionais, Nero d'Avola Igt e Montepulciano d'Abruzzo Doc, Il Coppiere.
O Nero d'Avola, típica expressão de uma uva autóctone da Sicília, de cor vermelho rubi escuro com tons roxos, com aromas de frutas vermelhas e no paladar sabor característico de especiarias.
O Montepulciano d'Abruzzo é un dos vinhos mais tradicionais da Itália, que harmoniza com todos os tipos de comidas pelas suas características enológicas:seco, de médio corpo, boa acidez e taninos bem estruturados. 
Graças a importação direta as lojas dos supermecados Prezunic, no Rio de Janeiro, comercializam estes vinhos ao preço de 
R$ 19,90
Não percam esta oportunidade de beber dois vinhos italianos bons....e baratos

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Vinho e saúde: os POLIFENOIS

Todo mundo já teve ter escutado que beber moderadamente vinho tinto faz bem a saúde e isso graças aos polifenóis contidos no vinho, então que tal saber um pouco mais sobre eles?
Polifenóis são uma classes de compostos bioativos encontrados nos vegetais, principalmente em frutas, hortaliças, oleaginosas, ervas aromáticas e especiarias, bebidas (entre elas o vinho) e chocolate amargo com mais de 70% de cacau. Os polifenóis tem reconhecidas propriedades anticâncer, anti-inflamatórias e antioxidantes.
Já que no vinho tudo que não é água ou álcool são polifenóis vale a pena saber que, no vinho, nesta substância incluem-se taninos, pigmento de cor, aromas, resveratrol, procianidinas e mais de outros 5.000 componentes vegetais. Agem no organismo inibindo a formação de placas de colesterol nos vasos sanguíneos e é por isso que o vinho está relacionado com a saúde do coração.
Mas como saber quais vinhos tem os mais altos níveis de polifenóis? Já que os polifenóis são encontrados nas cascas e nas sementes das uvas, todos os vinhos que são obtidos através do contato com as cascas (vinhos tintos) tem níveis mais elevados de polifenóis. Algumas variedades de uvas tem mais concentração de polifenóis como: 
  • Tannat
  • Sagrantino
  • Petite Sirah
  • Marselen
  • Nebbiolo
Estas uvas contém de 2 à 6 vezes mais quantidade de polifenóis que outras uvas mais comuns como a Pinot Noir ou Merlot. Os níveis de polifenóis são maiores em vinhos jovens.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Cresce o mercado mundial do vinho

A demanda mundial de vinho continua crescendo, com os sete principais países exportadores (que representam o 80% do mercado) que registram, no primeiro semestre de 2017, um valor global de exportações de 11 bilhões de euros, conforme relatou a empresa Business Strategies.
Quanto ao volume das exportação a Itália cresce em 8,8% em comparação com 2016, mas quem detém o recorde de crescimento é a França com +13,3%, confirmando que o bloco europeu de produtores históricos detêm os três quartos das vendas globais de vinho. 
Se se comparam os 7 países líderes em exportação nos 8 principais mercados importadores (EUA, Inglaterra, China, Alemanha, Canadá, Japão, Suíça e Rússia) se evidencia a vivacidade do mercado, não somente daquele oriental (pela primeira vez a China ultrapassou a Alemanha em volume de importações 1,149 contra 1,137 bilhões de Euros), mas também do dos EUA, primeiro importador mundial de vinho, com um crescimento de 10,2% a.a. Em retração as importações dos principais players europeus (Inglaterra -1% e Alemanha -2,3%)

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Doença da rolha - Bouchonné

A contaminação pela rolha, ou doença da rolha, é o defeito mais comum dentro dos vinhos. Este defeito se evidencia principalmente pela presença de mofo nas rolhas e pelo aroma acentuado de papelão molhado ou ainda pelo típico cheiro de úmido, causado por um composto conhecido como TCA (tricloroanisol) que é uma substância química que surge na rolha pela presença de fungos.
O TCA não é prejudicial à saúde mas  pode transmitir ao vinho os aromas de mofo que rende praticamente impossível o consumo do produto
Em caso de vinho Bouchonné o cliente pode e deve pedir a troca da garrafa.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Degustação de vinhos da Emília Romagna



Na próxima quinta feira dia 14 no Instituto Italiano di Cultura do Rio de Janeiro ministrarei uma aula sobre vinhos da Emília Romagna, com degustação de 3 vinhos. dois Lambruscos (um tinto seco e outro branco amabile) e um Sangiovese del Rubicone.
Para maiores informações: http://www.italianorio.com.br
Participem

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Na Itália consumo de vinho branco supera o do tinto

Pela primeira vez na história em 2016 o consumo de vinhos brancos não frisantes na Itália superou, mesmo que de pouco, o dos vinhos tintos não frisantes (40,6% dos brancos contra 40,2% dos tintos).
Já na exportação os vinhos tintos italianos continuam líder registrando uma participação de 41% de todos o export, em valor, dos vinhos italianos.

sábado, 2 de setembro de 2017

Blend bordalês do Bordeaux

Quando falamos de blend, ou seja da mistura de variedades em vinhos tintos da região de Bordeaux, estamos falando basicamente de Merlot, Carbernet Sauvignon e Cabernet Franc, mesmo que esta última em proporções marginais, além de outras possíveis cepas adicionais.
Cada Chateaux, porém, pode escolher livremente as proporções das uvas que utilizará em cada ano, apesar de alterar pouco estas percentuais para garantir a uniformidade dos vinhos nos anos. Geralmente os produtores da margem esquerda do rio Gironde, como Médoc, Margaux e Pauillac tendem a usar uma proporção maior de Cabernet Sauvignon, enquanto os da margem direita como Pomerol e Saint-Emílion costuma utilizam mais Merlot e Cabernet Franc.
Nesta região, historicamente, sempre foi preferida a produção de vinhos resultado em blends pois em caso de algum tipo de problema em uma das castas, a qualidade do vinho pode ser mantida graças a utilização das outras castas que fazem parte do corte bordalês.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Pirulitos de vinho

Uma empresa americana do Texas, a Lollyphile, criou uma série de pirulitos com gosto de vinhos.
Os doces tem sabor de Merlot, Chardonnay e Cabernet Sauvignon e podem ser consumidos pelas crianças pois não tem álcool e na composição não aparece algum traço de vinho, sendo feito com uma combinação de sabores artificiais e naturais.
Para maiores informações: https://www.lollyphile.com/collections/all-lollies