quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Vindima 2020 na Itália - dados provisórios

O ISTAT (Instituto Nacional de Estatística) acabou de divulgar no próprio database os números detalhados relativos a vindima 2020 na Itália: mesmo com a estabilização dos dados que passarão por algumas variações "marginais" nos próximos meses, em função das publicações das outras fontes setoriais, temos que considerar as informações aqui publicadas como "provisórias". Os principais temas embutidos nos números que evidenciarei abaixo podem ser resumidos da seguinte forma:

  1. A produção em 2020 ficou praticamente estável se comparada com 2019 (quase 50 milhões de hl.), mais expressiva na região Norte que no Sul;
  2. Continua o aumento constante da produção dos vinhos brancos que agora representam o 57,4% do volume total produzido (em 2019 era o 56%):
  3. Continua a diminuição dos vinhos IGT que se atestam ao 23%, perdendo em 10 anos o 10% de share de produção, substituídos pelos Docg/Doc (em maior porcentagem) e também pelos vinhos de mesa.

Considerando as informações a nível regional deve-se evidenciar os bons resultados das duas regiões mais expressivas em termos de produção, o Veneto e a Puglia, que registraram aumentos bem superiores à média histórica dos últimos dez anos, enquanto os dados da Sicília são abaixo desta média histórica e de 2019.



Pela análise da tabela acima podemos deduzir que:

  • A produção total ficou estável com um volume de 49,9 milhões de hl.;
  • A produção de vinhos brancos aumenta de 2% (28,6 milhões de hl.), enquanto a de vinhos tintos diminui 3% (21,2 milhões de hl.);
  • Considerando as denominações podemos notar um aumento dos vinhos de mesa (+3%) por um volume total de 16,5 milhões de hl., enquanto os Docg/Doc diminuem 1% (21,7 milh. hl.) e os IGT 2% (11,6 milh. hl.). Se comparados com a média histórica dos últimos 10 anos os Docg/Doc e os de mesa são 20% acima da média, enquanto os IGT são 15% abaixo;
  • Já a nível regional o Norte é muito mais produtivo que o Sul, situação que já tinha-se verificado em 2019, porém os dados comparativos com as médias históricas devem ser interpretados de maneira diferentes. No Sul a produção de 19,8 milh. de hl. é 12% superior à média 2010-2019 apesar de diminuir a cada ano de 7%. No Norte, por sua vez, os 24,4 milh. de hl. produzidos equivalem a um aumento de 7% sobre o dado de 2019 e são 9% maior que a média histórica.
  • Quanto a cada região, a tabela abaixo mostra grandes volatilidades para as regiões menores e alguns resultados importantes para as maiores. O Veneto ficou a região mais produtiva com 10,8 milh. de hl. produzidos com aumento de 5% em comparação ao ano anterior e aquela de maior expressão de produção de vinhos brancos (graças especialmente ao Prosecco). A Puglia com uma produção de 9,4 milh. de hl. teve uma produção estável mas superior a média histórica de 40%. Ao contrário a Sicília registrou uma diminuição de produção de 21% (4,5 milh. de hl.) se comparada com 2019





terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Recorde de vendas em 2020 para o Brunello di Montalcino

 Apesar das dificuldades econômicas causadas pelo Covid 19 e dos resultados negativos registrados pelos comércios de quase todos os países ao redor do mundo, especialmente no setor vinícola, algumas denominações conseguiram a proeza de ver as próprias vendas em franca expansão, como no caso do prestigioso Brunello di Montalcino Docg, sem sombra de dúvida o vinho mais glorioso e mais conhecido da Itália.

Á poucos dias foram publicados pelo "Consorzio di Tutela del Brunello di Montalcino" os dados relativos aos selos DOCG entregues em 2020: mesmo que a equação "selos entregues x garrafas vendidas" não seja perfeita, o número publicado pelo Consorzio é um indicador muito claro do andamento do mercado. Em 2020 foram entregues 9 milhões de selos DOCG: isto quer dizer que foram produzidas o mesmo número de garrafas, prontas para serem comercializadas (boa parte já foi). Este número é 12,2% superior as garrafas comercializadas em 2019 e 4,3% a mais da média de venda dos últimos 5 anos.

A protagonista desta façanha foi a safra 2015, considerada extraordinária pela crítica internacional e objeto de pedidos de compra já antes de ser oficialmente comercializada. No primeiro ano de venda a safra 2015 superou em 53% a comercialização da safra 2014 e em 32% a da safra 2013. Ótimas notícias também pela nova safra 2016, que começou a ser comercializada a partir de 01 de Janeiro: entre Novembro e Dezembro de 2020 foram solicitados 2,7 milhões de selos ao Consorzio.

O Presidente do Consorzio, Fabrizio Bindocci, ressalta que o aumento das vendas, em um ano considerado "normal", poderia ter sido o dobro, e que, apesar deste período de dificuldade, o Brunello teve a sorte de registrar duas safras (2015 e 2016) entre as melhores da história do vinho. A 2015 permitiu que a denominação se defendesse das retrações comerciais vinculadas ao menor poder de compra dos consumidores, já a 2016 será a responsável para consolidar a marca Brunello no mundo inteiro.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Os recordes dos vinhos contidos no "Guinness World Record"

 Estou de volta. Depois de um ano bem difícil decidi me dedicar um pouco mais as publicações em meu blog, como forma de manter um relacionamento mais estreito com os que apreciam as informações que aqui publico. E vamos começar 2021 com algo sugestivo.......os recordes relativos ao vinho publicados no "Guinness World Book", que a muitos anos registra e certifica qualquer tipo de recorde, inclusive aqueles que dizem respeito ao mundo do vinho, mesmo que, as vezes, pareçam os mais absurdos. Por questões mais práticas vou numerar todos os recordes que contam no livro e que dizem respeito ao universo do vinho, alguns sérios outros fantasiosos, em uma ordem é puramente casual:

  1. O vinho mais antigo da história data de 8.000 anos atrás (Neolítico). Nos artefatos arqueológicos achados nos sítios de Gadachrili Gora e Chulaveris Gora, localizados a 50 Km. ao sul de Tbilisi (capital da Geórgia), foi evidenciada, através de análises químicas, a presença de ácido tartárico que, no Oriente Médio, é presente em grandes quantidades somente nas uvas do tipo Vitis Vinifera e no vinho produzido a partir deste tipo de uva. Além do mais foram achados vestígios de outros ácidos (málico, cítrico e succínico) que também são encontrados nas Vitis Vinifera da Eurásia;
  2. Em 18/01/2011 em Londres, a "The Antique Wine Company", vendeu a mais cara garrafa de vinho branco da história: Chateau d'Yquem 1811 por 75.000 Libras (aprox. R$ 539.000), comprada por Christian Vanneque, proprietário de um Wine Bar na ilha de Bali (indonésia);
  3. A fila mais longa de garrafas de vinho, alinhadas por Michel Golembiowski e pelo Ski Lodge Winery, no estado do Ohio, que em Setembro de 2011, alcançou 132,28 metros utilizando 1.725 garrafas;
  4. Em 2008 o restaurante Chiggeri, da cidade de Luxemburgo, tinha na própria carta de vinhos 1.746 etiquetas diferentes, toda a disposição dos clientes, na própria cantina, por mais de seis meses consecutivos;
  5. A maior degustação de vinho já organizada, aconteceu em 15/09/2006 em Aranda del Duero (Espanha), na presença de 5.095 pessoas todas reunidas na Plaza de toros da cidade;
  6. A fraude de vinho mais lucrativa foi arquitetada por dois italianos da cidade de Novara, que em 2013 foram acusados pela polícia de terem falsificados e comercializado 400 garrafs de Romanèe-Conti e vendido cada garrafa por 9.000 Euro cada, lucrando no total 2 milhões de Euros;
  7. A cantina maior do mundo pertence a cooperativa sul-africana Wijnbouwers, em Cidade do Cabo, que detém 22 ha. de terreno com uma capacidade de 121 milhões de litros de vinho;
  8. O barril maior do mundo é italiano. Foi produzido pela empresa italiana Garbellotta em 2013 e sua capacidade máxima é de 42.909 litros;
  9. A maior coleção de etiquetas de vinho ao mundo é aquela da colecionadora grega Sophia Vaharis-Tsouvelekakis que ininterruptamente, desde 2000, detém este recorde. Uma paixão que começou em 1986 e que em 2019 alcançou 17.758 etiquetas entre vinhos e Champagnes;
  10. A cantina com o maior número de garrafas estocadas é a de Milistii Mici na Moldávia: nas galerias escavadas pelos mineradores da região ao longo de 55 km, em 2005, se alcançou o número de 1,5 milhões de garrafas de vinho estocadas (a primeira garrafa foi estocada em 1968);
  11. O vinho mais caro vendido em leilão foi adquirido em 13/10/2018 na Sotheby's de Nova York. Tratava-se de um Romanèe-Conti 1945 Domaine de la Romanèe-Conti vendido por 481.976 Euros. O preço de venda superou 17 vezes sua cotação inicial (27.640 Euros) e foi posto a venda pelo Sr. Robert Drouhin, patriarca da Maison Joseph Drouhin, também da Borgonha;
  12. O maior número de garrafas abertas em 1 minuto com um saca-rolha em T pertence a Alain Dorette que em 18/04/2001 conseguiu a façanha de abrir 13 garrafas;
  13. Em Mendrisio, na Suíça, em 05/09/2015 foi organizado o evento "Os Sabres dos Momòs" onde 487 pessoas abriram, contemporaneamente, um garrafa de Champagne utilizando o próprio sabre. Um recorde, apesar de terem sido desclassificadas 13 pessoas por terem quebrado a própria garrafa.