segunda-feira, 23 de abril de 2018

BRASIL - IMPORTAÇÃO DE VINHO 2017

Os números expressos em Euros das importações de vinho do Brasil estão evidenciados no gráfico abaixo onde notamos que, desde 2009, existe uma clara tendência de aumento das importações de vinhos estrangeiros, com record em 2017, aonde o volume de vinhos importados alcançou o valor de 328 milhões de Euros (aproximadamente 1,25 bilhões de R$)

Além do aumento do consumo de vinho importado que, em R$,  foi de 20%, no ano passado o aumento do volume das importações, que foi de 29%,  se deve principalmente ao aumento dos vinho do velho mundo (Itália, França e Espanha); Chile e Argentina, parceiros históricos, apesar dos aumentos, viram diminuir a própria participação no mercado local apesar de ser o primeiro e segundo país em termos de participação.


Quando analisamos as importações em valor podemos constatar que nos últimos 5 anos o mercado cresceu 7% ao ano em Euro e 15% ao ano em R$ e os volumes importados, como podemos notar da tabela abaixo, acompanharam esta tendência:

Neste caso o aumento em hectolitros foi de 30% alcançando 1,195 milhões de hectolitros com o Chile que ocupa o primeiro lugar no mercado com 43% de participação (em 2016 era mais de 47%), o Portugal que pela primeira vez ocupa o segundo lugar em termos de participação de mercado, superando a Argentina (13,9% e 13,5%), com a Itália em quarto lugar (11,4%) e a Espanha em quinto (6,7%). Justamente Portugal e Espanha foram os países que mais cresceram em volumes nos últimos 5 anos (71% e 142%) seja pelos preços competitivos dos produtos que pela políticas dos respectivos governos que investem pesado na divulgação dos próprios vinhos.
Já nos vinhos espumantes o grande vilão é ainda a França que, sozinha, representa quase 50% do todo o valor dos espumantes importados:



sábado, 14 de abril de 2018

VINHOS DO PORTO - DADOS DE VENDA 2017

Os dados recém publicados pelo Instituto de Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) evidenciam um cenário estrutural negativo com tendencia de queda de volume ao longo dos anos (-7,85).
Enquanto as vendas em volume do vinho do Porto estão em queda ao ritmo de 1,5% ao ano, conforme gráfico abaixo:


em valor a situação é diferente, com vendas que aumentaram 1,5% em termos gerais com o maior aumento das vendas registrado no mercado interno, com um trend de crescimento de 6-7%, conforme abaixo:


Em 2017 o valor de todas as vendas de vinho do Porto alcançaram 378 milhões de Euros com um aumento de 1% em comparação ao ano anterior, enquanto os dados expressos em volume registraram uma queda de 1,8% de 2016 à 2017. As vendas no Portugal, como precedentemente mencionado, aumentaram de 2016 à 2017, em volume 1,2%, já em valor 2,7%. Do volume de vendas o Portugal representa o 19% do total (+7,2%) com um preço médio de 5,8 Euro/litro.
Os volumes das exportações ficou praticamente igual ao de 2016 em 304 milhões de Euros mas vale a pena ressaltar como as vendas externas diminuíram drasticamente de 2011 (-11,5%), passando de 705 mil hectolitros para 624 mil em 2017.
Se analisarmos os principais mercados de venda do vinho do Porto podemos facilmente verificar que a França, o mercado mais tradicional deste produto, em 2017 perdeu o primeiro lugar para o mercado interno, com uma diminuição, em volume de 3,6%. O mercado da Inglaterra, terceiro depois de França e Portugal, registra um aumento de 5% seja em valor que em volume, enquanto Bélgica e Holanda tem fluxos decrescentes já ha alguns anos.
Poucos são os sinais estruturalmente positivos para as vendas do vinho do Porto e examinando as duas tabelas abaixo podemos verificar que os grandes aumentos percentuais são registrados em países de expressividade marginal que só contribuem no total das vendas com menos de 3 milhões de Euro, como Rússia e Brasil:




domingo, 8 de abril de 2018

PRINCIPAIS CASTAS DO MUNDO E POR PAÍS - OIV

Todo ano a OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) publica um estudo temático e o de 2018 é muito interessante porque traz um estudo sobre as castas nos principais países produtores (menos a Nova Zelândia) e no mundo.
Antes de analisar mais de perto os números vale a pena esclarecer que:
  1. o estudo analisa todos os tipos de uvas, não só aquelas para produção de vinho mas também as de mesa e uva passa;
  2. os dados não se referem a um ano específico;
  3. o estudo cobre 44 países e o 75% das castas do mundo todo com maior representatividade de uvas para vinho, ou seja o estudo não é completo apesar de ser extremamente interessante e exaustivo.
Analisando os dados gerais não deve espantar que a casta mais plantada no mundo é uma uva de mesa chinesa (Kyoho) e que apareçam castas muito locais e muito plantadas de que nunca ouvimos falar, mas o que vale mais a pena ressaltar é que:
  • Cabernet Sauvignon e Merlot são as uvas mais cultivadas no mundo;
  • se falamos em termos de presença, a casta Chradonnay é aquela cultivada no maior número de países;


Levando em consideração as áreas plantadas das principais castas e se concentrando somente sobre as uvas para vinho podemos verificar como:

o Cabernet Sauvignon é a casta mais plantada nos 44 países que fizeram parte deste censo, com 341 mil hectares plantados, seguida da Merlot com 266 mil e do Tempranillo com 231 mil. Não deve surpreender a expressividade do Tempranillo já que isto deve-se a forte presença das castas espanholas em função da representatividade da Espanha, em termos de superfície plantada (1 milhão de hectares sobre 7,1 milhões dos 44 países considerados no estudo). A Airen, outra casta espanhola, é a sexta em termos gerais (218 mil hectares), e é utilizada na Espanha para produção de brandy. Logo após achamos a Chardonnay com 210 mil hectares, relativamente atrás no ranking geral mas se analisamos bem a primeira matriz aqui publicada podemos facilmente verificar que esta uva é a mais presente no mundo, pois aparece em 41 dos 44 países considerados no estudo.
Analisando os principais países produtores europeus verificamos que:

na Itália a casta mais plantada é a Sangiovese (54 mil hectares) seguida pela Montepulciano (27 mil) e pela Glera (27 mil) e que das primeiras 10 castas consideradas, excluíndo o Sangiovese que representa quase o 8% de toda a superfície plnatada da Itália (682 mil hectares) as outras 9 são muito parecidas em termos de área plantada (de 2,6% à 3,9% do total).

O que notamos na França é uma clara predominância da casta Merlot (quase 14% da superfície plantada geral) seguida pela Ugni Blanc ou Trebbiano Toscano (pouco mais de 10%) e pela Grenache Noir.

Já na Espanha o Tempranillo representa quase o 21% de toda superfície plantada (974 mil hectares) enquanto em segundo lugar aparecem a Bobal e a Grenache Noir (ambas com 6%).

No Portugal a casta mais presente é, aqui também, a Tempranillo (9%) seguida pela Touriga Franca (7,5%) e pala Castelão (6,5%).

Quando voltamos a nossa atenção para a América do Sul, podemos verificar que:
a Malbec continua a casta mais plantada na Argentina, representando quase o 18% de toda superfície plantada, seguida pela Bonarda (8,4%), enquanto a Cabernet Sauvignon aparece somente na 5 posição com 6,6%.

No Chile a casta definitivamente mais presente é a Cabernet Sauvignon (20%) seguida pela Sauvignon Blanc (7%) e Merlot (5,6%). A Carmenere, talvés a mais representativa do Chile, representa somente o 5% da superfície total plantada.
Já no Brasil as principais tipologias de uvas são do tipo "de mesa" e a Cabernet Sauvignon aparece na 9 posição representando somente pouco mais que 1% de toda a superfície plantada.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

CHILE - EXPORTAÇÕES DE VINHO EM 2017

As exportações de vinho chileno continuam crescendo em valor (+7% em Euro) graças principalmente à China que representa a metade do aumento das exportações de vinho chilenos em 2017. O aumento do fluxo de exportações para China evidencia que se exporta em larga quantidade vinho de qualidade, considerando que 1,4 milhões de hectolitros (correspondente a 286 milhões de Euros) são de vinhos exportados em garrafa. Também se registram trends positivos nas exportações de vinho para Japão, Brasil e Alemanha mas o dado que preocupa é que os mercados históricos para os vinhos chilenos, como EUA, Inglaterra, Canadá e Países Baixos estão perdendo terreno.

Analisando os números gerais com 1,8 bilhões de Euro e 9,8 milhões de hectolitros exportados o Chile se confirma a 4 potência mundial para exportação de vinho:

Se falamos de países que mais contribuíram com o crescimento das exportações de vinho chileno em 2017, como já falamos a China ocupa primeiro lugar com +26% em valor e -5% em volume (a testemunho que a qualidade das exportações para China cresceu), o Brasil ocupa o segundo lugar com +16% em valor e +17% em volume e o Japão o terceiro lugar com +10% em valor e +11% em volume, conforme as tabelas abaixo: