quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

DENOMINAÇÕES DE ORIGEM NA EUROPA - França

Continuamos nossa viagem pela Europa para descobrir um pouco mais sobre as denominações de origem dos vinhos da França.
Antes de nos aprofundar na história e nas características do sistema de qualidade dos vinhos em vigor na França vale a pena repetir e sublinear que os principais objetivos dos sistema de qualidade são de tutelar os consumidores e os produtores quanto ao nível de qualidade dos vinhos produzidos, enaltecendo os fortes vínculos territoriais de cada uva e definindo regras bem restritivas quanto a produção, comercialização e ao sistema de controles.
Os primeiros movimentos para constituição de um sistema de qualidade dos vinhos franceses tomaram força por volta de 1900 patrocinados por 79 viticultores de Chablis que, cansados dos métodos pouco ortodoxos utilizados pela maioria dos produtores franceses para aumentar os volumes dos vinhos de baixa qualidade produzidos após a terrível praga da filoxera que destruiu mais de 3/4 das videiras,  criaram as primeiras associações de produtores para tutelar a qualidade dos próprios vinhos. Logo em seguida surgiram outras associações, como as dos produtores da região de Bordeaux, do Medoc e até 1912 foram definidas regras e leis para tutelar os consumidores e produtores, como a obrigatoriedade de comunicar os volumes produzidos de cada safra e dos estoques das safras anteriores e a proibição de acrescentar açúcar aos mostos.
Os princípios básicos do sistema de qualidade dos vinhos franceses se regem pelo sistema desenvolvido em 1923 pelo Barão de Le Roy, um imponente e importante produtor de Chatneauneuf-du-Pape, que adota regras muito rígidas e restritivas para a produção dos próprios vinhos, que incluem a definição da área geográfica, as variedades das uvas permitidas, as metodologias de cultivo e de poda e o grau alcoólico mínimo do vinho. O sistema de qualidade francês começa a ficar consistente por volta de 1930 com o nome de Appellation  d'Origine Contrôlée (AOC), sistema esse que foi o mais imitado do mundo servindo de base para os outros sistemas de qualidade adotados na Europa e no resto do mundo como o AVA americano (American Viticultural Areas), o DOC italiano (Denominazione di Origine Controllata), a DO espanhola (Denominación de Origen) ou a DOC em Portugal (Denominação de Origem Controlada). Em 1935 é constituído o INAO (Institut Nacional des Appellation d'Origine) com objetivo específico de definir, estabelecer e reforçar os disciplinares de cada AOC, seguindo os princípios elaborados pelo Barão de Le Roy, disciplinares que, de qualquer jeito, são atualizados ao longo dos anos.
Os principais critérios que permitem que um vinho possa obter a denominação AOC são sete, mais exatamente:
  1. TERRITÓRIO: as áreas dos vinhedos são definidas de maneira exata através documentos históricos sobre a localização e sobre a utilização ao longo dos anos. Se avalia, também, o tipo de terreno, a posição e a altitude;
  2. UVAS: as uvas permitidas para produção em casa área são estabelecidas em conformidade a tradição histórica do local, e o rendimento em função do clima e do território;
  3. PRÁTICAS DE PLANTIO: definem o número máximo de videiras por hectare, as modalidades de poda e de uso dos fertilizantes;
  4. RENDIMENTO: cada AOC define a quantidade máxima de vinho que pode ser colhido e produzido para cada vinhedo, expresso em hectolitros (100 Kg.) por hectare;
  5. GRAU ALCOÓLICO: cada AOC estabelece o título alcoólico mínimo que o vinho deve ter;
  6. TÉCNICAS ENOLÓGICAS: cada AOC estabelece técnicas e procedimentos enológicos, de acordo as tradições da área, que permitam obter, os melhores resultados em termos de qualidade do vinho;
  7. CONTROLES: todos os AOC desde 1979 devem ser controlados e avaliados por uma comissão específica
Assim sendo atualmente o sistema de qualidade dos vinhos da França prevê quatro níveis, do mais alto ao mais baixo:

AOC (Appellation d'Origine Cintrôlée): é o nível de qualidade mais alto e mais rigoroso. uma AOC pode incluir, também, várias sub áreas;
VDQS (Vin Délimitéde Qualité Superieure): inclui regiões similares as da AOC mas com restrições menores. É a categoria menos utilizada em todo o sistema de qualidade com somente o 2% de todos os vinhos produzidos na França.Os vinhos nesta categoria, normalmente, estão na espera de ser reconhecidos como AOC;
Vin de Pays: incluem regras parecidas as das precedentes categorias mas com menores restrições, por exemplo os vinhos nesta nível tem rendimentos maiores, níveis alcoólicos menores e são produzidos em áreas maiores que não os AOC
Vin de Table: é a categoria dos vinhos que, por varias razões, não tem os requisitos para pertecemcerem a um dos níveis anteriormente analisados.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

DENOMINAÇÕES DE ORIGEM NA EUROPA - Itália

A partir desta semana enfrentaremos, uma vez por semana, as varias denominações de origens nos principais países europeus produtores de vinho, analisando a história, as características e as peculiaridades de cada País quanto a regulamentação dos sistemas de qualidade vigente em cada estado da Comunidade Européia, começando pela Itália, nada de mais justo já que quem escreve é italiano.
Antes de mais nada temos que entender que os principais objetivos dos sistema de qualidade são de tutelar os consumidores quanto ao nível de qualidade dos vinhos produzidos, enaltecendo os fortes vínculos territoriais de cada uva e definindo regras bem restritivas quanto a produção, comercialização e ao sistema de controles. 
A Itália atual começou a ser chamada assim a partir de 1861 com a unificação dos vários reinos e ducados em uma única nação e a partir desde momento começaram a ser traçadas as políticas nacionais, inclusive as agrícolas. Para o setor vitivinícola nada de muito importante aconteceu até 1930 pois os vários políticos que se sucederam no comando da nova Itália se preocuparam mais, em âmbito vinícola, em garantir a genuinidade do vinho mais que zelar pela qualidade e a origem das produções.
O primeiro sinal de mudança data 1930 quando foi promulgada uma lei com as primeiras indicações para a tutela das produções vitivinícolas italianas: o Ministério da Agricultura teve a incumbência de reconhecer e delimitar as áreas de produção deste vinhos e, pela primeira vez, foi introduzida uma classificação qualitativa dos vinhos "Típicos" em três níveis: Finos, Superiores e Especiais.
A grande mudança acontece em 1963 com a publicação do Decreto n. 930 sobre as tutelas das Denominações de Origem dos Vinhos: tratava-se da primeira lei de respaldo nacional que disciplinava as produções vitivinícolas de qualidade, estabelecendo o conceito atual de Denominação de Origem (DOC), codificando o significado e reforçando o conceito de vínculo com o território. Esta lei estabelece regras bem precisas para a produção e comercialização dos vinhos como os disciplinares de produção, específicos para cada denominação, a instituição de cadastros especiais para registração das superfícies produtivas e o sistema de informação dos quantitativos produzidos para produção de vinho de cada denominação. A nova lei prevê três níveis de classificação: Denominação de Origem simples, Denominação de Origem Controlada e Denominação de Origem Controlada e Garantida.
Graças a lei acima aparecem as primeiras Doc: a primeira foi a Vernaccia di San Giminiano e logo depois o Brunello di Montalcino que, em 1980 será o primeiro vinho italiano a ser classificado como Docg.
Outra mudança significativa acontece em 1992 com a publicação da Lei 164 que apresenta importantes novidades no setor como a valorização das denominações, a introdução da denominação IGT (Identificação Geográfica Típica), a escolha vindimal que permiti a utilização de uma mesma uva per mais de uma denominação de origem, o reconhecimento das subáreas ou seja, áreas mais restritas dentro de uma denominação de origem e a introdução da obrigatoriedade das análises físico-química antes da comercialização. Na realidade a grande novidade introduzida por esta Lei é o sistema piramidal das denominações de origem conforme imagem abaixo:

Com a intensificação das atividades legislativas da Comunidade Europeia que estavam tentando uniformizar os padrões europeus a todos os países membros, em 2008 são introduzidas novidades quanto a forma de produção e comercialização, a rotulagem, a defesa e promoção das denominações em âmbito internacional e a introdução de um sistema de controle e rastreabilidade que cada país membro pode aplicar de maneira autônoma sobre as próprias denominações para tutelar ainda mais o consumidor final. Além de deixar as regras mais claras e transparentes as disposições do universo vitivinícola se adequam àquelas dos produtos agroalimentares de qualidade, utilizando as mesmas denominações, sendo que para o vinho as novas denominações passam a incluir, somente, duas categorias: vinhos com identificação geográfica (DOP - Denominação de Origem Protegida e IGP - Identificação Geográfica Protegida) e vinhos sem identificação geográfica.
Apesar desta nova Lei da Comunidade Europeia a Itália, assim como a França, tiveram a permissão, pela tradição que estes dois países representam no universo vitivinícola mundial, de utilizar, conjuntamente ou não, as velhas denominações (Igt, Doc e Docg) já tradicionalmente aceitas e reconhecidas pelos consumidores.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

TORRONTÉS, a uva branca argentia

Quando falamos de uva argentina a primeira e mais emblemática que lembramos é a Malbec: isso é correto no caso de uvas tintas mas quanto as brancas é o Torrontés que tem a supremacia sobre as outras uvas.
O surgimento do Torrontés foi possível graças ao cruzamento genético de duas variedades ao longo do período colonial da Argentina: a uva preta (Criolla) e o Moscatel de Alexandria, cepa autóctone da Itália, mais precisamente da Sicília onde é chamada de Zibibbo. Esta nova cepa argentina ficou escondida até o meado do século XIX já que não possuía nem base ampelográfica, nem nome, simplesmente não existia. Só a partir de 1860 é que se começou a usar na viticultura argentina o nome Torrontés.
Atualmente o Torrontés encontra-se ao longo de todas as regiões da Argentina, desde Salta até o Rio Negro mas é bem ao norte, no Valle de Cafayate, em Salta, que esta uva está obtendo os melhores resultados graças a um microclima especial e a vinhedos que atinge até 3.000 metros de altura com chuva muito escassa, proporcionando um desenvolvimento excepcional as videiras que se exprimem em vinhos de forte personalidade, frutados, saborosos e prolongados na boca.
Na Argentina existem três tipos de Torrontés: o mendocino e o sanjuanino, mais aptos para o consumo jovem e o riojano que é o mais cultivado, aquele que expressa as melhores qualidades para a elaboração de vinhos muito frutados e ao mesmo tempo secos e a mais importante enologicamente falando pois é a única uva Criolla originada na América de alto valor enológico.
 vinho Torrontés é um dos brancos mais aromáticos, é muito perfumado, com aromas floreias de rosas, jasmins e gerânios. Na boca é intenso, aparecendo sabores frutados e especiados, com acidez refrescante. Deve ser consumido jovem. Tem cor amarelo claro até porque para manter os aromas floreais, o frescor a acidez acentuada raramente é afinado em madeira.
Ótimo como aperitivo, acompanha bem os sabores delicados de peixes e frutos do mar e harmoniza perfeitamente com a comida aromática e picante, como a tailandesa.
Deve ser consumido frio, a uma temperatura não superior aos 8 graus C.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

AUMENTO DOS PREÇOS DOS VINHOS ITALIANOS

Começam a aparecer os efeitos da baixíssima vindima 2017 na Itália, que registrou pouco menos que 39 milhões de hectolitros (-28% em comparação ao 2016 com algumas regiões, como a Toscana, que tiveram uma diminuição da colheita de 45%). O esperado aumento dos preços e das cotações dos vinhos a granel estão preocupando produtores e engarrafadores que estão vislumbrando reduções nas margens de lucro e pensando em como os consumidores finais reagirão aos aumentos dos preços em um mercado tão competitivo como aquele italiano.
 A análise feita pela ISMEA (Instituto dos Serviços para o Mercado Agrícola Alimentar) atualizada a novembro de 2017 põe em evidência um universo generalizado de aumentos, a maioria de dois dígitos, em comparação ao mesmo período de 2016. Os vinhos brancos comuns registraram aumento de quase 85% e os tintos de quase 59%, mas o aumento não se limita somente aos vinhos comuns, mas também interessou a maioria das principais denominações italianas.
Começando a análise com os tintos e com aquele que talvez seja o vinho tinto italiano mais conhecido, e aquele de maior cotação no universo enológico italiano, o Brunelo di Montalcino, notamos logo que o preço do “quintale” (unidade de medida utilizada para os produtos agrícolas, que corresponde a 100 Kg) aumentou 12,9% em comparação ao 2016, atestando-se a € 1.050. Já o Barolo, segunda maior cotação do mercado, foi uma rara exceção no universo generalizado dos aumentos, registrando uma cotação praticamente estável comprada com o ano anterior de € 820/quintale. Infelizmente ainda não se chegaram os dados finais do outro grande vinho tinto italiano que, junto aos dois recém mencionados, forma a tríade dos tintos top, o Amarone, mas as primeiras indiscrições falam de um preço por quintale em aumento de, aproximadamente 11% (€ 910).
Todo os vinhos do Piemonte registram aumentos consistentes, Barbaresco +21% (€ 580/quintale), Nebbiolo d’Alba +8,8% (€ 310/quintale) e Barbera d’Alba +23,5% (€ 210/quintale), o mesmo aconteceu com a Toscana onde o preço do Chianti aumentou de, aproximadamente, 27% (€ 130/quintale) e o Chianti Clássico de 17% (€ 257,5/quintale) e na Emilia Romagna o “mundo Lambrusco” fez registrar aumentos médios na faixa de 30%. Esta tendência é, infelizmente, comum a todas as regiões produtoras da Itália: no norte o Friuli Grave Merlot aumenta 37,5%, o Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon 21,1% e o Merlot “somente” 6,9%; no sul a música não muda, pois a denominação siciliana Etna aumenta 15,4%, o Castek del Monte da Puglia registra o maior aumentos dentro o universo dos tintos (75%) enquanto o Montepulciano d’Abruzzo é o vinho que menos aumento, com uma variação de “somente” +2%.
Quando analisamos os vinhos brancos a denominação a situação não muda: mesmo faltando os dados dos vinhos brancos do Alto Adige se destacam as cotações dos Prosecco DOCG de Conegliano e Valdobbiadene com um aumento de 20% em comparação ao 2016 (€ 300/quintale) e dos Prosecco Doc que registram um aumento de 18,4% (€ 225/quintale). Se no Piemonte o preço do Asti Moscato fica estável (€ 160/quintale) o do Piemonte Moscato tem uma variação de +53% e o Roero Arneis de +17,6%. Crescem , também de maneira significativa o Friulano (+19%) assim como o Orvieto (+13,9%), o Marsala (+20%), o Frascati (+15,65), os Pinot Noir do Trentino que servem como base para os espumantes (+12,8%), o Chardonnay dell’Oltrepò Pavese (+70,4%) e o Soave (+17%). O único branco com uma diminuição nas cotações é o Orvieto Classico (-5%).

Apesar de serem dados parciais e incompletos é clara a tendência dos aumentos generalizados de Norte ao Sul da Itália é o grande desafio por parte dos produtores será achar uma forma de comercializar os produtos de modo que os consumidores não sejam tão prejudicados pelos aumento de preços na produção.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Quanto pagam, por litro, os maiores importadores de vinho do mundo?

A Aawe (The American Association of Wine Economists) publicou, a poucos dias, o gráfico abaixo onde são evidenciados os preços médios por litro, em US$, que os principais países pagaram, em 2016, para importação de vinho:


Este gráfico evidencia que entre os 20 maiores importadores de vinho no mundo os que mais gastam são, respectivamente, Suíça (5,82 US$), Japão (5,43 US$), EUA (5,2 US$) e Suécia (5,06). Numa faixa logo abaixo (US$ 4,27) se posiciona o Canadá, enquanto a maioria dos países internacionais se coloca no grupo, de preço médio por litro compreendida entre US$ 2,0 e 4,0. Abre esta faixa de preços a China (US$ 3,71), seguida por Dinamarca e Austrália (US$ 3,64), pela Bélgica (US$ 3,38) e pelo Brasil (US$ 3,06) que fecha a primeiro grupo dos países com importações médias por litro de 3,00 à 4,00 US$. Na faixa inferior (entre US$ 2,00 e 3,00) aparecem a Holanda e a Inglaterra (US$ 2,85 e 2,81 respectivamente), seguidos pela Irlanda (US$ 2,55) e a Polônia (US$ 2,30).
No último grupo, dos vinhos cujo preço médio fica abaixo de US$ 2,00 por litro, achamos os principais produtores mundiais de vinho, como a Itália (US$ 1,97), a França (US$ 1,05) e o Portugual (US$ 0,68) único país a registrar importações de vinhos de valor inferior a US$ 1,00 por litro.

domingo, 7 de janeiro de 2018

CHILE - Dados de produção de vinhos em 2017

No 2017 o Chile registrou uma diminuição da produção enológica de 6,4% em comparação a 2016, com um volume total de 9,492 milhões de hectolitros.
Os vinhos que mais sofreram foram aqueles de menor qualidade, com -15% para os vinhos de mesa e -10% para os restantes vinhos não DOC. Já os DOCs foram os vinhos que menos diminuíram, com -6% em comparação ao 2016, com um volume total produzido de 8,05 milhões de hectolitros.
Quanto a tipologia, os vinhos brancos permanecem praticamente estáveis, com 2,6 milhões de hectolitros, graças, especialmente, ao aumento de produção dos Sauvignon Blanc (+2%), levando a participação dos brancos ao 33% do volume total produzido. Os tintos, ao contrário, sofrem uma acentuada diminuição (-8%): o Cabernet Sauvignon, mesmo representando o 28% do total do vinho produzido, perdeu terreno com o volume produzido se atestando a 2,3 milhões de hectolitros (quando o record de produção histórica foi de 3,8 milhões). Analisando a produção das outras cepas, notamos que o Merlot continua estável com 1,1 milhões de hectolitros (13% da produção total) enquanto o Chardonnay diminui 0,7%, representando o 9% do total da produção. A uva que registrou o maior aumento, como acontece também em outros mercados, é o Syrah com +7%, alcançando um volume total de 636 mil hectolitros.
O que mais preocupa é que o Chile não consegue expandir muito mais a produção: analisando os dados, o volume total dos consumo interno e das exportações (13 e 42 milhões de hectolitros, respectivamente) correspondem exatamente ao volume total produzido nos últimos 5 anos, ou seja 55 milhões de hectolitros.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

NERO D'AVOLA, história e curiosidades

Começamos o 2018 falando de um dos meus vinhos preferidos: o Nero d'Avola
HISTÓRIA
Esta uva autóctone da Sicília é uma das mais conhecidas e seu vinho, de grande intensidade e personalidade, é entre os mais requisitados, mesmo a nível internacional. 
O primeiro povo a introduzir a videira na Sicília foram os fenícios mas somente na época da dominação grega se começa o verdadeiro cultivo adotando técnicas até hoje utilizadas na agricultura. Obvio que o clima da região mais conhecida como "terra do sol" teve um papel fundamental para o desenvolvimento desta uva capaz de produzir vinhos únicos e de grande expressividade.
CURIOSIDADES
A palavra Nero d'Avola é oriunda do antigo dialeto siciliano "calaurisi" que é a junção de duas palavras: "calea", que quer dizer uva e "aulisi", que significa de Avola, uma pequena cidade perto de Siracusa, no sul oeste da ilha. Existem vários sinônimos para esta uva, como "Calabrese d'Avola" ou "Calabrese dolce"; alguns acham que a palavra calabrese foi a tradução errada para o italiano de "calaurisi", outros pensam que a associação a palavra calabarese possa ter motivações comerciais já que os franceses, principal mercado de exportação dos vinhos da Sícília no século XIX, apreciavam mais os vinhos da Calabria.
CARACTERÍSTICAS
È uma uva de bago escuro com cacho de tamanho médio que proporciona vinhos encorpados e de baixa acidez de cor intensa vermelho rubi com reflexos roxos que tendem ao grená com o envelhecimento. No nariz as características aromáticas essenciais são os perfumes de fruta como framboesa, cereja e groselha e dependendo das áreas de cultivo se evidenciam também notas de especiarias e quando afinado em madeira se destacam os aromas de chocolate, tabaco e café.
Esta uva, antes principalmente utilizadas para "corte", se vinifica sempre mais em pureza onde já conquistou o paladar de muitos apreciadores ao redor do mundo (o meu já foi conquistado à alguns anos), ou em blend com outras uvas mais leves da Sicília para agregar corpo e equilíbrio, como no caso dos Merlot e Syrah.
Depois de tanto falar, só resta degustar este magnifico vinho da amada Sicília.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Espumante 100% nacional

Feliz 2018 a todos meus amigos e amigas que participam e compartilham este humilde blog e para deixar a vocês todos os votos de um excelente 2018 os presenteio com uma novidade (ao menos para mim) que quero compartilhar com todos vocês, graças a uma minha querida amiga que, por sua vez, me deu esta garrafa para festejar o ano novo.
Trata-se do espumante Fausto Brut, 100% nacional, produzido pela Pizzato Vinhas e Vinhos, uma vinícola brasileira fundada pela família Pizzato, que veio da Itália no final de 1880 e se estabeleceu na Serra Gaúcha nos Vales dos Vinhedos em Bento Gonçalves, onde ainda possue 42 hectares de vinhedos. Este espumante, produzido com método tradicional (segunda fermentação nas garrafas) é obtido de uvas Chardonnay (93%) e Pinot Noir (7%) cultivadas nas videiras localizadas em Dr. Fausto de Castro, Município de Dois Lajedos, por isso o nome da linha de vinhos da Pizzato, que também inclui vinhos tintos e brancos.
Vale a pena experimentar pois é um espumante de ótima qualidade: quanto ao preço, nos supermercados Zona Sul está sendo vendido numa faixa entre R$ 65,00 e R$ 70,00