sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

AUMENTO DOS PREÇOS DOS VINHOS ITALIANOS

Começam a aparecer os efeitos da baixíssima vindima 2017 na Itália, que registrou pouco menos que 39 milhões de hectolitros (-28% em comparação ao 2016 com algumas regiões, como a Toscana, que tiveram uma diminuição da colheita de 45%). O esperado aumento dos preços e das cotações dos vinhos a granel estão preocupando produtores e engarrafadores que estão vislumbrando reduções nas margens de lucro e pensando em como os consumidores finais reagirão aos aumentos dos preços em um mercado tão competitivo como aquele italiano.
 A análise feita pela ISMEA (Instituto dos Serviços para o Mercado Agrícola Alimentar) atualizada a novembro de 2017 põe em evidência um universo generalizado de aumentos, a maioria de dois dígitos, em comparação ao mesmo período de 2016. Os vinhos brancos comuns registraram aumento de quase 85% e os tintos de quase 59%, mas o aumento não se limita somente aos vinhos comuns, mas também interessou a maioria das principais denominações italianas.
Começando a análise com os tintos e com aquele que talvez seja o vinho tinto italiano mais conhecido, e aquele de maior cotação no universo enológico italiano, o Brunelo di Montalcino, notamos logo que o preço do “quintale” (unidade de medida utilizada para os produtos agrícolas, que corresponde a 100 Kg) aumentou 12,9% em comparação ao 2016, atestando-se a € 1.050. Já o Barolo, segunda maior cotação do mercado, foi uma rara exceção no universo generalizado dos aumentos, registrando uma cotação praticamente estável comprada com o ano anterior de € 820/quintale. Infelizmente ainda não se chegaram os dados finais do outro grande vinho tinto italiano que, junto aos dois recém mencionados, forma a tríade dos tintos top, o Amarone, mas as primeiras indiscrições falam de um preço por quintale em aumento de, aproximadamente 11% (€ 910).
Todo os vinhos do Piemonte registram aumentos consistentes, Barbaresco +21% (€ 580/quintale), Nebbiolo d’Alba +8,8% (€ 310/quintale) e Barbera d’Alba +23,5% (€ 210/quintale), o mesmo aconteceu com a Toscana onde o preço do Chianti aumentou de, aproximadamente, 27% (€ 130/quintale) e o Chianti Clássico de 17% (€ 257,5/quintale) e na Emilia Romagna o “mundo Lambrusco” fez registrar aumentos médios na faixa de 30%. Esta tendência é, infelizmente, comum a todas as regiões produtoras da Itália: no norte o Friuli Grave Merlot aumenta 37,5%, o Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon 21,1% e o Merlot “somente” 6,9%; no sul a música não muda, pois a denominação siciliana Etna aumenta 15,4%, o Castek del Monte da Puglia registra o maior aumentos dentro o universo dos tintos (75%) enquanto o Montepulciano d’Abruzzo é o vinho que menos aumento, com uma variação de “somente” +2%.
Quando analisamos os vinhos brancos a denominação a situação não muda: mesmo faltando os dados dos vinhos brancos do Alto Adige se destacam as cotações dos Prosecco DOCG de Conegliano e Valdobbiadene com um aumento de 20% em comparação ao 2016 (€ 300/quintale) e dos Prosecco Doc que registram um aumento de 18,4% (€ 225/quintale). Se no Piemonte o preço do Asti Moscato fica estável (€ 160/quintale) o do Piemonte Moscato tem uma variação de +53% e o Roero Arneis de +17,6%. Crescem , também de maneira significativa o Friulano (+19%) assim como o Orvieto (+13,9%), o Marsala (+20%), o Frascati (+15,65), os Pinot Noir do Trentino que servem como base para os espumantes (+12,8%), o Chardonnay dell’Oltrepò Pavese (+70,4%) e o Soave (+17%). O único branco com uma diminuição nas cotações é o Orvieto Classico (-5%).

Apesar de serem dados parciais e incompletos é clara a tendência dos aumentos generalizados de Norte ao Sul da Itália é o grande desafio por parte dos produtores será achar uma forma de comercializar os produtos de modo que os consumidores não sejam tão prejudicados pelos aumento de preços na produção.

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