segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

TORRONTÉS, a uva branca argentia

Quando falamos de uva argentina a primeira e mais emblemática que lembramos é a Malbec: isso é correto no caso de uvas tintas mas quanto as brancas é o Torrontés que tem a supremacia sobre as outras uvas.
O surgimento do Torrontés foi possível graças ao cruzamento genético de duas variedades ao longo do período colonial da Argentina: a uva preta (Criolla) e o Moscatel de Alexandria, cepa autóctone da Itália, mais precisamente da Sicília onde é chamada de Zibibbo. Esta nova cepa argentina ficou escondida até o meado do século XIX já que não possuía nem base ampelográfica, nem nome, simplesmente não existia. Só a partir de 1860 é que se começou a usar na viticultura argentina o nome Torrontés.
Atualmente o Torrontés encontra-se ao longo de todas as regiões da Argentina, desde Salta até o Rio Negro mas é bem ao norte, no Valle de Cafayate, em Salta, que esta uva está obtendo os melhores resultados graças a um microclima especial e a vinhedos que atinge até 3.000 metros de altura com chuva muito escassa, proporcionando um desenvolvimento excepcional as videiras que se exprimem em vinhos de forte personalidade, frutados, saborosos e prolongados na boca.
Na Argentina existem três tipos de Torrontés: o mendocino e o sanjuanino, mais aptos para o consumo jovem e o riojano que é o mais cultivado, aquele que expressa as melhores qualidades para a elaboração de vinhos muito frutados e ao mesmo tempo secos e a mais importante enologicamente falando pois é a única uva Criolla originada na América de alto valor enológico.
 vinho Torrontés é um dos brancos mais aromáticos, é muito perfumado, com aromas floreias de rosas, jasmins e gerânios. Na boca é intenso, aparecendo sabores frutados e especiados, com acidez refrescante. Deve ser consumido jovem. Tem cor amarelo claro até porque para manter os aromas floreais, o frescor a acidez acentuada raramente é afinado em madeira.
Ótimo como aperitivo, acompanha bem os sabores delicados de peixes e frutos do mar e harmoniza perfeitamente com a comida aromática e picante, como a tailandesa.
Deve ser consumido frio, a uma temperatura não superior aos 8 graus C.

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