domingo, 3 de junho de 2018

CONSUMOS DE VINHOS TOTAIS E PER CAPITA EM 2017

Os dados recém publicados pela OIV no último press release da organização relatam que o consumo total de vinho cresceu 1 milhão de hectolitros em 2017, no mesmo ritmo dos últimos 2-3 anos. Este aumento junto a diminuição da produção que totalizou 250 milhões de hectolitros criou não poucas tensões no setor: 243 milhões consumidos e 30 milhões, aproximadamente, utilizados para produção de destilados do vinho contra 250 milhões de hectolitros produzidos geraram um deficit de 23 milhões de hectolitros que explica os recentes aumentos dos preços dos vinhos na origem, especialmente daqueles de menor valor.
Os dados por mercado não suscitam nenhuma surpresa inesperada, como mostra a tabela abaixo:


Os EUA continua a distanciar os outros mercados: em 2017, de acordo aos dados da OIV, nos EUA foram consumidos 32,6 milhões de hectolitros com um aumento de 2,8% confirmando a tendência de crescimento dos últimos anos no valor de 2-3% a.a.
A França, segundo mercado a nível global, registrou uma pequena perda de 0,4% em comparação ao ano passado com um volume de 27 milhões de hectolitros, enquanto a Itália, terceiro mercado, registrou um aumento de 0,2 milhões de hectolitros devolvendo o volume total consumido a 22,6 milhões de hectolitros, mesmo que em 2012, igual ao que aconteceu na Alemanha, quarto na classifica do consumo mundial de vinho.
O calculo do consumo na China foi feito por indução, considerando produção local e importação-exportação: deste jeito o volume total de consumo alcançou quase 18 milhões de hectolitros, com aumento de 3,5% em comparação a 2016, aumento este bem maior da média do crescimento registrada nos últimos 5 anos (1% a.a.).
Os mercados que registraram aumentos e parecem ter saído definitivamente das crises internas são Espanha, Austrália e Romênia enquanto Russia e Argentina continuam com suas tendência negativas já registradas nos anos anteriores, com perdas de, respectivamente, 5 e 3% em relação ao 2016.
No Brasil o consumo cresceu quase 6% no último ano levando o volume consumido a 3,5 milhões de hectolitros, mesmo valor de 2015, depois de ter alcançado o volume máximo em 2011 de 3,8 milhões de hectolitros.


Quando analisamos os consumos per capita acima, cujos dados foram calculados pela OIV baseando-se sobre o método da população total (a partir do próximo informativo a OIV decidiu que o calculo será feito com base na população acima de 15 anos) vemos que a tendência geral é de diminuição dos volumes de praticamente quase todos os países, com a França em primeiro lugar com 45 litros por pessoa, seguida pelo Portugal (38,1), Itália (35,8), Suíça (35,3) e Croácia (34,4).
O que desperta uma análise mais aprofundada é o consumo per capita relativamente reduzido de EUA (9,8 litros) e da China (1,2), sinais que estes dois mercados, motores das economias mundiais, tem muito espaço para crescimento.
Quanto ano nosso País o consumo por pessoa estacionou em 1,5 litros com perda de terreno desde 2010 quando o consumo per capita era de 1,9.

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