Investir em ativos alternativos está cada vez mais na moda, e isso também se aplica a ativos físicos, como vinhos finos ou com “grau de investimento”. Historicamente, o ouro tinto é considerado um ativo confiável de refúgio seguro e talvez mais seguro que o ouro, apesar que nos primeiros meses de 2025 houve uma grande queda nos índices Liv-Ex. No entanto, não se trata de um mercado simples com ganhos imediatos fáceis: pelo contrário, investir em vinho é uma questão para especialistas e requer sólidos conhecimentos técnicos. Uma coleção de garrafas de prestigio - além de ser uma grande paixão para os conhecedores - pode embasar um investimento bem diversificado, ajudando a complementar a estratégia financeira e a proteger o capital. Quais ad dicas para construir uma pequena adega de colecionador e investir em vinho de forma lucrativa?
Juntamente com outros tipos de ativos alternativos, o vinho de coleção tem conseguido atrair um interesse crescente de pequenos e grandes investidores nos últimos anos. O que sempre agradou foi a estabilidade desse setor: nos últimos anos, os índices dos vinhos mais valiosos do mundo registraram ganhos médios de cerca de 7% ao ano, sem sofrer colapsos repentinos ou quedas significativas durante períodos de crise econômica. A situação, no entanto, tornou-se um pouco complicada devido a vários fatores, como tensões geopolíticas, guerras comerciais, desafios climáticos e de safra e, não menos importante, uma mudança no comportamento do consumidor. Além das complexidades, é preciso lembrar que, em comparação com outros ativos seguros - como obras de arte ou carros clássicos -, o investimento em garrafas de vinho permite que sejam investidas quantias menores: para os novatos, o orçamento inicial pode ser mais acessível.
Como investir em vinho? Contar com um intermediário qualificado é essencial, assim como alocar corretamente seu orçamento e diversificar seus ativos. Vamos dar uma breve olhada aos fatores que influenciam os preços
RÓTULOS
Entre os elementos mais importantes a serem considerados estão o rótulo e a fama do produtor: comprar vinho de uma vinícola famosa é sempre uma vantagem, especialmente se for um vinho produzido em quantidades limitadas ou se for antigo (e, portanto, raro por definição).
SAFRA
O ano da safra é um fator decisivo, pois permite identificar produções caracterizadas por condições climáticas particularmente favoráveis. O valor de um vinho depende diretamente do nível de envelhecimento: pense principalmente nos grandes vinhos tintos (franceses e outros) que, nos melhores casos, podem ser mantidos por décadas, até meio século ou mais.
ORIGEM DO VINHO
Assim como em outros tipos de investimento, vale a pena diferenciar para ter maior flexibilidade. Além das tendências, algumas opções representam uma garantia geográfica, como os crus de Bordeaux.
Quais os melhores vinhos para investimentos?
Champagnes
Símbolo da excelência dos vinhos espumantes, o Champanhe simboliza o luxo e a sofisticação e sempre foi considerado um símbolo de status. Os preços dos melhores rótulos tendem a apresentar um crescimento estável (de acordo com os números mais recentes, estima-se que o mercado de champanhe esteja próximo de US$ 11 bilhões nos próximos cinco anos), oferecendo um retorno seguro. Muitas safras se esgotam antes de atingir seu nível ideal de maturidade: em muitos casos, elas tendem a ser consumidas antes de atingir a maturidade, escapando assim das adegas de investidores e colecionadores.
Vinhos de Bordeaux
Grandes volumes de produção e excelente qualidade: essa é a força dos vinhos de Bordeaux, que por si só atraem grande parte do comércio e do valor econômico gerado pelo mercado de vinhos de investimento todos os anos. Os tintos produzidos pelos châteaux de Bordeaux - sujeitos a vários estágios de avaliação antes do engarrafamento e da venda - são caracterizados por sua alta liquidez.
Vinhos da Borgonha
Os vinhos da Borgonha são considerados o ouro tinto por excelência. Sua fama também deriva de sua produção limitada: em alguns casos, as propriedades mais renomadas produzem apenas algumas centenas de garrafas por ano, com preços que variam de acordo. Os vinhos da Borgonha são verdadeiros ícones: os preços proibitivos, entretanto, bem como o desempenho desigual, podem desencorajar pequenos investidores e, às vezes, até mesmo os colecionadores mais exigentes.
Vinhos do Rhone
Os vinhos do vale do Rhone ganharam popularidade graças ao chamado “efeito Bordeaux”, representando uma espécie de alternativa barata aos vinhos da “moda”, caracterizados por preços muito altos. A região na fronteira entre a Suíça e a Itália produz uma quantidade limitada de vinhos finos, que são vistos com interesse crescente pelos investidores.
Vinhos iconicos Italianos
Os vinhos italianos, em geral, não podem apresentar o mesmo potencial de envelhecimento dos vinhos franceses. Essa característica limita suas perspectivas de apreciação e, portanto, seu uso como vinhos de investimento, com exceção de produtos particularmente estruturados e valiosos, principalmente da Toscana e do Piemonte, como o Brunello di Montalcino, os Supertuscans e o Barolo.
Vinhos iconicos Europeus
Em quais vinhos investir como alternativa? Entre as opções mais interessantes na Europa estão a Espanha e Portugal. No primeiro caso, o destaque é para os vinhos de Rioja, Ribera del Duero, Toro e Priorat, enquanto Portugal pode contar com o famoso vinho do Porto, um produto relativamente de nicho que alimenta uma demanda bastante limitada.
Vinhos da Califôrnia
Os vinhos de investimento da Califórnia se identificam com Napa Valley e Sonoma Valley, no centro de uma produção de vinhos muito limitada e muito exclusiva. O acesso a esse mercado - caracterizado por uma dinâmica de preços muito forte - está sujeito a listas fechadas.
Como investir em vinho? O ponto de referência para os negociantes é a London International Vintners Exchange - ou Liv-ex -, reservada exclusivamente para profissionais. Os investidores privados podem recorrer a um distribuidor ou revendedor autorizado paara acessar esse mercado ou comprar por meio de leilão. A referência para comerciantes e colecionadores é o Liv-ex 100, um índice lançado em 2000 que reúne as cotações dos produtos mais populares. O subíndice correspondente em nível italiano é o Liv-ex Italy 100, que agrupa uma seleção muito restrita de rótulos.
Quais as vantagem deste tipo de investimanto? Bons rendimentos (o reconhecimento do rótulo é uma garantia de retorno crescente ao longo do tempo, desde que se trate de um vinho raro ou de uma safra fina. A integridade da embalagem original também contribui para o valor), nenhum imposto (investir em garrafas de vinho também vale a pena do ponto de vista fiscal: como se trata de um ativo perecível, não há pagamento de imposto sobre ganhos de capital), diversificação (investir em vinhos finos representa um ativo atraente para diversificar o portfólio e protegê-lo das flutuações de instrumentos mais voláteis), investimento seguro e boa liquidez (deixando de lado o desempenho no início de 2025, o mercado de vinhos vintage tem se mostrado confiável nos últimos anos e tem sido capaz de resistir até mesmo a períodos de crise. Os vinhos mais valiosos são sustentados por uma excelente demanda e são um investimento líquido de fácil troca), bem físico tangível (investir em vinhos finos significa possuir um ativo físico e tangível que, como tal, não é afetado pela volatilidade do mercado de ações e de outros instrumentos financeiros).
Em resumo, quanto rende o vinho e por que esse tipo de investimento deve ser considerado? Especular com vinhos raros requer um grande capital: nem todo mundo pode comprar uma garrafa de Cabernet Sauvignon que, aos olhos dos especialistas, vale centenas de milhares de euros. Para aqueles que estão preparados para adotar um horizonte de investimento de médio a longo prazo, no entanto, uma pequena adega de colecionador - se bem abastecida - tende a oferecer a certeza de recuperar o capital e obter um retorno atrativo.
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