Todo mundo sabe que existem diferentes tipos de vinho que correspondem a diferentes estilos de vinificação, com características organolépticas próprias e harmonizações específicas. Abaixo seguem os 9 tipos diferentes:
FRIZANTES E ESPUMANTES
A característica principal dos vinhos frizantes e espumante é a anidrido carbônico que, incorporado ao vinho contido na garrafa, se libera no momento da abertura da garrafa, gerando a espuma e as bolhas finas (perlage). Se a pressão gerada pelo anidrido carbônico na garrafa é menor de 2,5 bar o vinho será classificado como frizante, se for superior à 3,5 bar o vinho será espumante. A diferença entre um vinho frizante e espumante diz respeito somente a quantidade de gás contido na garrafa e que se libera com a abertura da mesma. Os vinhos pertencentes a esta categoria são produzidos através da refermentação de um vinho base devidamente acrescentado de açúcares e leveduras: os métodos mais utilizados para produção dos espumante ou frisante são o clássico ou tradicional, se a segunda fermentação acontece nas garrafas e o Charmat quando a segunda fermentação acontece em tanques de aço inox pressurizados (autoclaves). Frescos e aromáticos (especialmentes os obtidos com o método Charmat), são ideais como aperitivos, para companhar sobremesas e perfeitos com pratos a base de peixe.
BRANCOS LEVES
Os vinhos brancos leves são frescos e devem ser consumidos jovens e para tanto são ideais para acompanhar aperitivos, pratos a base de peixe, carnes brancas e queijos frescos. São produzidos através a vinificação em branco que consiste na fermentação do mosto em temperatura controlada sem a presença da casca, das sementes e dos bagaços da uva. Antes do engarrafamento normalmente o vinho afina alguns meses em tanques de material inerte (aço inox ou cimento ou fibra de vidro).
BRANCOS ESTRUTURADOS
Nesta categoria de brancos achamos vinhos mais concentrados e encorpados, com mais teor de álcool e maior carga aromática. São vinhos ideais para harmonizar com pratos a base de peixe de sabor mais intensos, com carnes brancas de também de sabor mais intenso (pato, perdiz, etc) ou com queijos de meia cura. As vezes a fermentação acontece em pequenos barris de madeira ou passam por um processo de batonnage sur lies (permanências sobre as lias) para aumentar o corpo e a concentração aromática. Quando se quer diminuir a acidez estes vinhos passam pela fermentação malolática e, especialmente para os Chardonnays, afinam alguns meses em barrique antes de serem engarrafados.
BRANCOS AROMÁTICOS
Estes vinhos são obtidos com castas aromáticas ou seja, uvas que tem uma aromaticidade e perfume naturalmente maior que o normal, característica que encontramos no vinho após a fermentação. A maioria das castas aromáticas são brancas (Moscato branco e Gewurtztraminer) e se prestam muito bem a espumantização ou ao processo de passificação. Estes vinhos acompanham muito bem sobremesas secas e queijos com ervas quando doces, se secos harmonizam perfeitamente com pratos da cozinha oriental.
ROSADOS ou ROSÉ
Esquecidos por muito tempo estes vinhos estão começando a reaparecer na preferência dos consumidores graças ao frescor e vivacidade. Caracterizados pelos perfumes frutados e floreais estes vinhos são ótimos aperitivos, harmonizam perfeitamente com entradas a base de frios, e acompanham todos os pratos típicos do verão, mais leves e frescos, além de verduras e carpaccios, seja de carne que de peixes. Os vinhos rosados são obtidos através um tempo de maceração reduzido (normalmente não mais de 72 horas) do mosto de uvas tintas.
TINTOS LEVES
Os vinhos desta categoria são obtidos com um estilo de vinificação mais simples que implicam em um menor tempo de contato das cascas com o mosto e períodos de afinamento curtos sem passagem em madeira. O tipo de casta utilizada é fundamental para o resultado final, assim como a proveniência das mesmas (climas mais quentes favorecem a concentração de açúcares e o maior teor alcoólico do vinho). Vinhos tintos jovens produzidos em áreas com clima mais frio (norte da Itália, da França e da Espanha) são acompanhamentos perfeitos para carnes assadas, frios e embutidos e queijos meio curados.
TINTOS DE CORPO MÉDIO
Os vinhos de corpo médio também são obtidos, geralmente, com métodos de vinificação mais simples e normalmente são comercializados ainda jovens (o ano sucessivo à vindima), porém as características das castas com quem são produzidos e as áreas de proveniência fazem de modo que estes vinhos sejam mais estruturados, com taninos mais presentes, ideais para acompanhar um farto churrasco. Estamos falando dos Merlot ou Cabernet do Friuli, dos Chianti ou do Montepulciano d'Abruzzo.
TINTOS ENCORPADOS
Os vinhos encorpados são obtidos com métodos de vinificação mais complexos e depois que o vinho passe longo períodos de tempo envelhecendo em barris de madeira e sucessivamente afinando na garrafa. Para ter vinhos de excelência é necessário que a matéria prima seja da melhor qualidade, neste caso as uvas devem presentar acidez elevada e taninos marcantes que permitam o longo estagio em madeira (que resulta numa maior vida útil do vinho) e devem ser cultivadas em videiras cuja rendimentos são baixos. A maceração do mosto com as cascas, as sementes e os bagaços é mais demorada e após a fermentação o vinho é transferido em barris de madeira de diferentes dimensões (em função do produto que se quer obter e dos costumes do lugar de produção). Após a fermentação malolática, para reduzir a acidez e deixar o vinho mais macio, os vinhos amadurecem nos barris de madeira por alguns anos (normalmente de 1 à 4) antes de serem engarrafados. Estes vinhos harmonizam à perfeição com carnes fortes como caça, cordeiros e queijo de longa cura.
PARA SOBREMESA
Partencem a esta categoria vinhos muito diferentes entre si. Já vimos o caso dos espumantes e frizantes doces e dos passificados. Além destes devemos considerara também os vinhos licorosos ou fortificados (quando doces) que são obtidos bloqueando a fermentação através a adição de álcool (bagaceira) e o envelhecimento por longos períodos de tempo em barris de madeira, as vezes não completamente cheios para permitir a oxidação do produto (Sherry, Porto e Marsala). Os espumantes doces acompanham melhor as sobremesas levedadas já que a acidez e a espuma ajudam a refrescar a boca da gordura contida nestas sobremesas, já os passificados e fortificados harmonizam melhor com os doces de pasta seca e os queijos com ervas.