quarta-feira, 11 de junho de 2025

SUPERFICIE PLANTADA, PRODUÇÃO, CONSUMO DE VINHOS NO BRASIL

Sabemos que mudanças climáticas, quebras de safra, inflação, mudanças nos hábitos de consumo, guerra tarifária e conflitos geopolíticos foram os fatores principais que induziram uma queda na produção e no consumo de vinhos a nível mundial, mas qual a situação no Brasil?

Com base no novo relatório da Organização Internacional da Vinha e do Vinho, podemos afirmar que o cenário atual é, no mínimo, desafiador para o setor vitivinícola. O Brasil, em contraste com outros países da América do Sul, se destacou por expandir sua área de vinhedos pelo quarto ano consecutivo, registrando 83 mil hectares, um crescimento de 1,6% no período de 2023/2024, mas quanto a produção e consumo, segiu o trend internacional de diminuição. No que diz respeito a produção, o volume global de vinhos produzidos atingiu o patamar mais baixo desde 1961, chegando a 225,8 milhões de hectolitros, uma queda de 4,8% em relação a 2023 e no Brasil não foi diferente: foi registrada uma expressiva quebra de safra no 2023/2024 por causa das condições climáticas adversas, com um volume de produção de 2,1 milhões de hectolitros, 25,2% abaixo da média dos cinco anos anteriores. O consumo também teve uma contração significativa (-10,1%) em comparação ao 2023, com 3,1 milhões de hectolitros contra os 3,5 de 2023, 3,6 de 2022 e 4,1 de 2021 (record histórico de consumo interno de vinhos). Se estes dados divulgados agora são preocupantes, ao mesmo podem ser uma oportunidade, para isso é necessário um investimento cada vez maior no setor de vinho no Brasil, um mercado que tem grande potencial mas precisa ser trabalhado. Em 2020 e 2021 – em plena pandemia – o consumo de vinhos no Brasil chegou a 4,1 milhões de hectolitros, atingindo um recorde. Em pouco menos de quatro anos, o mercado brasileiro viu ‘volatilizar’ 1 milhão de hectolitros – ou 100 milhões de litros de vinho. 

Como afirmou Caroline Dani, pesquisadora e Presidente da ABS-RS " observamos uma redução do consumo, mas também uma redução de produção e de superfície de vinhedos plantados. Isso dá um certo equilíbrio na economia: quanto menos uva, menos vinho, menos consumo. É importante em termos de equilíbrio de setor. Por conta da quebra da safra de 2024, tivemos uma redução significativa na produção do Brasil, dados que foram confirmados agora pela OIV, por outro lado, o Brasil era um dos países com maior consumo e perspectivas de aumento de consumo, mas esse ano houve uma queda. No meu entender - conclui Carolina,  temos que pensar no Brasil também como produtor de uvas para consumo in natura e suco de uva" reforçando o potencial do suco de uva nacional


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