Sabemos que mudanças climáticas,
quebras de safra, inflação, mudanças nos hábitos de consumo, guerra
tarifária e conflitos geopolíticos foram os fatores principais que induziram
uma queda na produção e no consumo de vinhos a nível mundial, mas qual a
situação no Brasil?
Com base no novo relatório da
Organização Internacional da Vinha e do Vinho, podemos afirmar que o cenário
atual é, no mínimo, desafiador para o setor vitivinícola. O Brasil, em
contraste com outros países da América do Sul, se destacou por expandir sua área
de vinhedos pelo quarto ano consecutivo, registrando 83 mil hectares, um
crescimento de 1,6% no período de 2023/2024, mas quanto a produção e consumo,
segiu o trend internacional de diminuição. No que diz respeito a produção,
o volume global de vinhos produzidos atingiu o patamar mais baixo desde 1961,
chegando a 225,8 milhões de hectolitros, uma queda de 4,8% em relação a 2023 e
no Brasil não foi diferente: foi registrada uma expressiva quebra de
safra no 2023/2024 por causa das condições climáticas adversas, com um volume
de produção de 2,1 milhões de hectolitros, 25,2% abaixo da média dos cinco anos
anteriores. O consumo também teve uma contração significativa (-10,1%) em
comparação ao 2023, com 3,1 milhões de hectolitros contra os 3,5 de 2023, 3,6
de 2022 e 4,1 de 2021 (record histórico de consumo interno de vinhos). Se
estes dados divulgados agora são preocupantes, ao mesmo podem ser uma
oportunidade, para isso é necessário um investimento cada vez maior no setor de
vinho no Brasil, um mercado que tem grande potencial mas precisa ser
trabalhado. Em 2020 e 2021 – em plena pandemia – o consumo de vinhos no
Brasil chegou a 4,1 milhões de hectolitros, atingindo um recorde. Em pouco
menos de quatro anos, o mercado brasileiro viu ‘volatilizar’ 1 milhão de hectolitros
– ou 100 milhões de litros de vinho.
Como afirmou Caroline Dani,
pesquisadora e Presidente da ABS-RS " observamos uma redução do
consumo, mas também uma redução de produção e de superfície de vinhedos
plantados. Isso dá um certo equilíbrio na economia: quanto menos uva, menos
vinho, menos consumo. É importante em termos de equilíbrio de setor. Por
conta da quebra da safra de 2024, tivemos uma redução significativa na produção
do Brasil, dados que foram confirmados agora pela OIV, por outro lado, o Brasil
era um dos países com maior consumo e perspectivas de aumento de consumo, mas
esse ano houve uma queda. No meu entender - conclui
Carolina, temos que pensar no Brasil também como produtor de uvas
para consumo in natura e suco de uva" reforçando o
potencial do suco de uva nacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário