Hoje em dia se fala sempre mais de novas definições a respeito de vinhos produzidos com técnicas diferentes, porém poucos consumidores sabem exatamente qual a diferença entre estes produtos e, mesmo entre os experts, as vezes, se cria confusão até em função de não ter ainda uma legislação específica que regulamente tal matéria.
Quando falamos de vinhos, normalmente, nos referimos a legislação europeia que é aquela que melhor defende e tutela os consumidores e garante a qualidade dos produtos que chegam aos mercados de distribuição, mas quando nos referimos aos vinhos biológicos e biodinâmicos encontramos poucas referências legislativas.
O vinho biológico na Europa só começou a ser certificado como tal após a entrada em vigor da nova legislação europeia em 01/08/2012: a lei estabelece que para para um vinho ser certificado como biológico, além da cultivação das videiras sem química devem-se respeitar práticas específicas durante a fase de transformação na cantina. Para tanto não são admitidas, entre outras, práticas como a concentração parcial à frio, a dessulfuração dos mostos, a eletrodiálise, o tratamento de vinhos com permutadores catiônicos. Quanto aos ingredientes e coadjuvantes de processo são permitidos todos aqueles de origem natural com a recomendação de preferir os de origem biológica. No caso das leveduras enológicas são permitidas somente aquelas biológicas e de família específicas aptas a vinificação (neste caso o produtor pode contar com, aproximadamente 43 tipos de leveduras, contra 70 no caso de produção de vinho não biológico).
Podemos afirmar que o vinho BIOLÓGICO é o fruto de uma filosofia agrícola e produtiva que privilegia a relação entre o território e a natureza, e desta maneira: vinhos produzidos com baixa ou nenhuma utilização de substâncias químicas e sulfitos, com redução dos recursos hídricos utilizados e a adoção de técnicas de culturas biológicas para prevenir de maneira natural os ataques de parasitas.
Já quando nos referimos ao vinho BIODINÂMICO vemos uma evolução do vinho biológico que, seguindo as regras de Rudolf Steiner, além de ser produzido com o máximo respeito a natureza deve também levar em conta as fases lunares e técnicas de produções muitos peculiares. Neste caso, porém, ainda não existe uma legislação específica em matéria que regulamente a produção e comercialização deste tipo de vinho.
Espero ter esclarecido um pouco mais, aos meus leitores, as diferenças destes dois tipos de vinhos que, no futuro, com certeza, ocuparão sempre mais espaços nas prateleiras de supermercados e lojas especializadas.
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