Blog sobre tudo o que sempre quis saber sobre o mundo do VINHO, além de curiosidades, dicas e novidades
segunda-feira, 30 de junho de 2025
MUDANÇAS CLIMATICAS - 70% DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO PODEM DESAPARACER
sexta-feira, 27 de junho de 2025
BORDEAUX PERDEU, DESDE 2019, 27.000 HECTARES DE VINHEDOS
Além da crise do vinho francês e dos vinhedos em Bordeaux, há ainda outra estatística alarmante: a redução das superficies plantadas de videiras entre 2019 e 2025. Isso, de acordo com um relatório do Agreste, o escritório de estatísticas do Ministério da Agricultura da França, caiu de 119.000 hectares nos últimos seis anos para menos de 92.000, que serão usados para a próxima colheita no outono, uma queda de 15%. Soma-se a isso o fato de que, como é de conhecimento público, somente de 2023 a 2025, no âmbito do plano de extirpação lançado pelo governo francês para reequilibrar a oferta e a demanda, 18.000 vinhedos foram arrancados após dois planos de ajuda em andamento (o plano regional de saúde de 6.000 euros por hectare e o plano nacional final de 4.000 euros por hectare). No entanto, as contas ainda não batem e um novo plano de extirpação adicional está sendo considerado.
A Agreste também divulgou dados sobre o impacto da crise no emprego, informando que, entre 2019 e 2023 (antes do primeiro plano de extirpação), “o número de trabalhadores no setor vinícola em Gironde caiu 15%, com uma queda total de 7.404 funcionários e trabalhadores autônomos”. Esses números foram publicados há alguns dias, em ocasião da adoção final pelo Parlamento francês de um texto que incentiva os viticultores de todo o país a extirpar os vinhedos abandonados, pois são focos de doenças, como a flavescência dourada, que correm o risco de contaminar os outros vinhedos vizinhos. A medida, conforme já publicamos aqui em um texto anterior, também endureceu as penalidades para aqueles que não arrancarem as vinhas não cultivadas, com multas de 1.500 euros e 3.000 euros no caso de reincidência.
quinta-feira, 26 de junho de 2025
SOCIAL MEDIA E VINHO - INSTAGRAM O MAIS UTILIZADO
O mais usado é o Instagram, seguido pelo Facebook, que mantém sua presença, embora seja considerado menos eficaz e - enquanto o WhatsApp e o Google My Business se consolidam como ferramentas de comunicação direta - o X (antigo Twitter) é considerado em declínio e cada vez mais abandonado. O TikTok mostra amplo potencial de crescimento, mas ainda luta para se estabelecer devido ao seu público muito jovem, com o LinkedIn permanecendo como o canal preferido para relações corporativas e o YouTube sendo pouco explorado e, portanto, ainda de valor marginal. Essas são algumas das conclusões do “Enodata” 2025 sobre mídias sociais, um estudo catalão sobre o uso das principais plataformas sociais em relação às vinícolas da Catalunha, realizado com o apoio do Incavi - Institut Català de la Vinya i el Vi, que analisou vários perfis de empresas catalãs que publicaram pelo menos um conteúdo nos últimos 12 meses: entre os objetivos declarados de sua presença social, 91% a utilizam para aumentar sua notoriedade, 83% a utilizam como uma forma de reter clientes e 71% visam atrair novos visitantes. Há também 52% que usam as mídias sociais para vendas diretas, 33% que querem educar sobre a cultura do vinho e 32% que buscam se conectar com outros profissionais. O conteúdo mais publicado é sobre vinhedos e viticultura (83%), garrafas e rótulos (79%) ou fotos, vídeos ou postagens relacionadas ao enoturismo (77%). Mas em qual plataforma eles são carregados? O Instagram é a rede social mais ativa, usada por 100% das vinícolas catalãs pesquisadas, e a que tem a classificação mais alta entre as outras oito analisadas. E, embora 78% das empresas vinicolas digam que, graças ao Instagram, aumentaram sua notoriedade e 62% digam que, dessa forma, conquistaram novos clientes, ainda há funcionalidades pouco exploradas: por exemplo, apenas 46% têm seu perfil vinculado a um site de comércio eletrônico e apenas 24% aproveitam o botão de reserva direta, sendo que 65% das empresas não usam hashtags específicas. Portanto, de acordo com os promotores do estudo, ainda há muito espaço para melhorias.
Até o momento, o perfil do Ig com o maior número de seguidores é o da Freixenet, a maior produtora catalã de vinhos espumantes e líder mundial em exportações de Cava (76.427 seguidores), enquanto o perfil com a maior taxa de interação (4,25%) é o da El Xitxarel-lo, uma produtora de vinhos brancos. O Facebook, que começou como um canal importante, agora tem um papel complementar diante do Instagram: 98% das vinícolas têm um perfil de empresa no Fb, mas apenas 81% publicaram pelo menos uma vez no último ano, apesar do fato de 99% das vinícolas considerarem a rede social mais fácil de gerenciar. 71% a utilizam para compartilhar conteúdo já publicado no Instagram (independentemente dos diferentes públicos e algoritmos) e, dominando o ranking de seguidores, está a Familia Torres, a principal adega da Espanha e um dos nomes mais famosos e influentes do mundo (999.000 seguidores), seguida pela Freixenet (607.000) e pela Maset (29.000). Entre as mais úteis e usadas depois do Instagram, de acordo com as avaliações das vinícolas entrevistadas, estão duas plataformas que não são exatamente mídias sociais: Google My Business e WhatsApp . O primeiro é um serviço gratuito para a promoção de atividades comerciais ou públicas oferecido pelo Google e que, no caso das vinícolas, se refere principalmente ao Google Maps: é considerado conveniente porque - do lado do cliente - remete imediatamente a avaliações, horários, mapas, fotos, reservas via Cover Manager e links para comércio eletrônico. A segunda é confirmada como uma ferramenta amplamente usada e muito eficaz como canal privado: 95% das vinícolas usam o WhatsApp para responder aos clientes, gerenciar reservas, confirmar horários e visitas ou concluir vendas, e é considerada uma ferramenta essencial, especialmente para pequenas vinícolas que não têm plataformas avançadas de comércio eletrônico. O TikTok, apesar de seu vasto potencial, é pouco usado (apenas 22% das vinícolas têm uma conta ativa) e é considerado um site social muito jovem e baseado em conteúdo frívol. Ele também é frequentado por um público muito jovem (e, portanto, de acordo com vários estudos, ainda não muito interessado em vinho), com todos os riscos éticos e legais ligados à promoção de conteúdo alcoólico. O LinkedIn é considerado a rede social dos profissionais, projetado mais para as relações corporativas do que para o cliente final ou para o enoturismo e, embora seja reconhecido como útil, não é percebido como essencial na comunicação, justamente porque não é voltado para o consumidor final, mas para distribuidores, importadores e compradores. Por fim, as vinícolas também entendem a importância do YouTube, mas não investem recursos suficientes nele, apesar de outros setores, como restaurantes e hotéis, usarem a plataforma para mostrar experiências imersivas, como passeios virtuais, receitas e entrevistas: de acordo com os promotores do estudo, esses formatos também deveriam ser adotados pelas vinícolas para aproveitar ao máximo o potencial dessa rede social
quarta-feira, 25 de junho de 2025
BAROLO - HISTÓRIA, TERROIR E OS 5 MELHORES DE 2025
A história do vinho Barolo começa na época pré-romana, com o primeiro cultivo rudimental de videiras pelos Liguri Statielli. O Piemonte começou a atrair a atenção dos gauleses e, mais tarde, dos romanos, devido à qualidade do vinho produzido na área de Alba.
O vinho Barol era produzido com uvas Nebbiolo. Thomas Jefferson o descreveu como um vinho “quase tão adorável quanto Bordeaux e tão vivo quanto Champagne”, portanto, espumante e doce (muito diferente de como o conhecemos hoje). A história do Barolo deu uma guinada com o enólogo francês Louis Oudart que, graças ao impulso de Juliette Colbert e Camillo Benso di Cavour, engarrafou um vinho tinto seco, tranquilo, moderno e elegante. Cavour queria um vinho que pudesse encantar as exigentes cortes europeias e competir com os grandes vinhos franceses da época: era 1844 e o fenômeno Barolo estava prestes a começar.
Mais tarde, entre as duas guerras mundiais, a popularidade do Barolo explodiu, novos vinhedos foram plantados e o vinho Barolo se estabeleceu como um dos melhores vinhos do mundo. Em 1927, as áreas de produção do vinho Barolo foram definidas na Gazzetta Ufficiale e, em 1980, o Barolo se tornou um vinho DOCG. A história do Barolo continua a partir da década de 1980: o Langhe está em plena fermentação e as técnicas enológicas estão se adaptando aos tempos. A vinificação tradicional do Barolo começou a ser contestada pela escola dos modernistas (entre eles os famosos Barolo Boys revolucionários). Estes últimos começaram a adotar uma vinificação mais curta e o envelhecimento em barricas, resultando em vinhos mais coloridos, menos tânicos e com aromas de especiarias doces. Consequentemente, essas interpretações de caráter internacional geraram muitas críticas dos tradicionalistas, críticas que viraram públicas com o famoso “j'accuse” do Barolo de Bartolo Mascarello em 1996, que dizia: “No Barriques, No Berlusconi”.
Em conclusão, hoje os contrastes acirrados parecem ter se dissipado e o único vencedor continua sendo o Barolo que se tornou um dos vinhos mais amados internacionalmente graças as suas características únicas e inimitáveis.
terça-feira, 24 de junho de 2025
VINHEDOS ABANDONADOS NA FRANÇA - O GOVERNO ESTABELECE MULTAS SALGADAS
Para combater os vinhedos não cultivados, a França, onde o setor já está lutando contra a extirpação, está respondendo com sanções. De acordo com o Vitisphere, o Senado aprovou a lei que impõe multas aos vinhedos abandonados para combater a flavescência dourada (é uma doença provocada por um fitoplasma que afeta plantas, em especial as videiras, causando-lhes clorose nas folhas, podendo culminar na morte da planta. O vetor de transmissão é o inseto. Em três anos uma videira pode morrer se afetada, enquanto a produção da vinha cai gradualmente) e que são definidos como “uma ameaça à saúde de todo o vinhedo francês”. Na prática, uma infração de quinta classe (1.500 euros e 3.000 euros em caso de reincidência) é imposta aos proprietários de vinhedos abandonados que não cumprem uma ordem de extirpação (emitida pelas Diretorias Regionais de Alimentação, Agricultura e Florestas - Draaf) para evitar o risco sanitário de surtos de flavescência dourada.
Os senadores votaram por unanimidade e em uníssono o texto aprovado em 6 de março pela Assembleia Nacional por iniciativa do deputado Hubert Ott (Haut-Rhin, Modem), sem a menor modificação, para avançar o mais rápido possível de acordo com o relatório apresentado pelo senador Sébastien Pla (Aude, Partido Socialista), no qual ele fala de "aproximadamente 2. 000 hectares de vinhedos abandonados na Gironde e 1.330 hectares nas áreas das denominações Côtes-du-Rhône e Côtes-du-Rhône Villages“, um fenômeno que afeta muitas áreas e está se intensificando com ”vários milhares de hectares na Nova Aquitânia, Occitânia e Provence-Alpes-Côte d'Azur". E se “não há nenhum estudo sobre as causas desses abandonos”, ao mesmo tempo “os motivos mais citados pelos profissionais e serviços governamentais dizem respeito, por um lado, às dificuldades econômicas encontradas por muitos viticultores e, por outro, aos problemas de sucessão que levam à interrupção da exploração dos vinhedos em questão. Estamos observando uma tendência de queda no consumo doméstico de vinho, da ordem de -70% entre 1960 e 2020, não mais compensada pela dinâmica das exportações, em um momento em que as tensões internacionais estão contribuindo para a contração de certos mercados estratégicos e o surgimento de novos países produtores está aumentando a concorrência. Além da queda no consumo, é a própria estrutura dos hábitos de consumo que está mudando, como mostra a manutenção e até mesmo um ligeiro aumento no consumo de cerveja, em contraste com o declínio contínuo de todas as outras bebidas alcoólicas, especialmente o vinho tinto, a produção histórica de muitos vinhedos".
A necessidade de combater os vinhedos não cultivados para conter a propagação de doenças e, em particular, a flavescência dourada, é justificada "além de seus efeitos prejudiciais sobre a paisagem, aos riscos de incêndio no ambiente mediterrâneo e, quando apropriado, ao desenvolvimento do enoturismo. De fato, se a proliferação de doenças da videira se deve principalmente a condições climáticas desfavoráveis, a presença de terras em repouso, verdadeiros reservatórios de infecção, representa, em alguns casos, um fator particularmente agravante". Ainda mais do que o míldio, segundo o relatório, as videiras não cultivadas favorecem inquestionavelmente o desenvolvimento da flavescência dourada nas videiras cultivadas ao seu redor. Esse não é um problema pequeno, considerando que, segundo o relatório de Pla, “de acordo com as informações fornecidas ao relator pelo Ministério da Agricultura, mais de 460.000 hectares de área de cultivo de videiras, ou seja, mais de 60% da área cultivada com videiras, estão contaminados”
segunda-feira, 23 de junho de 2025
UVA AGLIANICO E SEUS VINHOS - A RAINHA DO SUL DA ITÁLIA
Se Nebbiolo é o rei do norte, então Aglianico reina como a rainha do sul. Essa uva produz vinhos de qualidade excepcional, muitas vezes a um valor incrível. Para aqueles que apreciam vinhos ecorpados, rústicos e terrosos, o Aglianico é uma verdadeira estrela. Com sua casca grossa, ele produz vinhos de cores profundas com taninos firmes que podem envelhecer lindamente por mais de uma década. Esses vinhos apresentam uma estrutura robusta, alta acidez e um caráter intenso, o que os torna ideais para noites aconchegantes junto à lareira ou para acompanhar uma refeição suculenta.
Os vinhos Aglianico são conhecidos por suas tonalidades de rubi profundo a púrpura e pelo perfil de aroma complexo, que apresenta:
- Frutas: Ameixas maduras, frutas vermelhas, cerejas
- Notas florais: Notas sutis de rosas
- Toques terrosos: Couro, fumaça e um toque de chocolate amargo
Com o envelhecimento, os taninos se suavizam e o vinho desenvolve notas sofisticadas de trufas, tabaco e especiarias.
Um Aglianico jovem apresenta uma explosão de frutas vermelhas vibrantes, alta acidez e taninos arrojados - ideal para quem gosta de um vinho com um toque de ousadia. Com o tempo, ele se transforma em um vinho mais suave e complexo, com textura aveludada e sabores profundos de tabaco, couro e cacau.
O Aglianico prospera nos solos vulcânicos e ensolarados do sul da Itália. No mapa acima aparecem todas as denominações onde o Aglianico está presente nas regiões da Campania e Basilicata, onde a casta se expressa com maior qualidade. Elabora 3 vinhos DOCG, conforme a seguir:
- Taurasi DOCG (Campania) - Conhecido como "Barolo do Sul" pelas caracterísicas comuns que tem com o mais blasonado vinho do Piemonte (em termos de taninos, acidez e proponsão ao evelhecimento), o Taurasi é ousado, estruturado e picante, com uma mineralidade característica dos solos vulcânicos.
- Aglianico del Vulture DOCG (Basilicata) - Proveniente do extinto vulcão Monte Vulture, esses vinhos têm taninos mais suaves e notas frutadas refinadas de ameixas e violetas.
- Aglianico del Taburno DOCG (Campania) - Uma expressão mais frutada, disponível nos estilos tinto e rosé, obtido com a casta Aglianico que cresce em altitudes mais elevadas, nos Apeninos da Campania, na província de benevento.
sexta-feira, 20 de junho de 2025
INVESTIR EM VINHOS - CONSIDERAÇÕES E DICAS
Investir em ativos alternativos está cada vez mais na moda, e isso também se aplica a ativos físicos, como vinhos finos ou com “grau de investimento”. Historicamente, o ouro tinto é considerado um ativo confiável de refúgio seguro e talvez mais seguro que o ouro, apesar que nos primeiros meses de 2025 houve uma grande queda nos índices Liv-Ex. No entanto, não se trata de um mercado simples com ganhos imediatos fáceis: pelo contrário, investir em vinho é uma questão para especialistas e requer sólidos conhecimentos técnicos. Uma coleção de garrafas de prestigio - além de ser uma grande paixão para os conhecedores - pode embasar um investimento bem diversificado, ajudando a complementar a estratégia financeira e a proteger o capital. Quais ad dicas para construir uma pequena adega de colecionador e investir em vinho de forma lucrativa?
Juntamente com outros tipos de ativos alternativos, o vinho de coleção tem conseguido atrair um interesse crescente de pequenos e grandes investidores nos últimos anos. O que sempre agradou foi a estabilidade desse setor: nos últimos anos, os índices dos vinhos mais valiosos do mundo registraram ganhos médios de cerca de 7% ao ano, sem sofrer colapsos repentinos ou quedas significativas durante períodos de crise econômica. A situação, no entanto, tornou-se um pouco complicada devido a vários fatores, como tensões geopolíticas, guerras comerciais, desafios climáticos e de safra e, não menos importante, uma mudança no comportamento do consumidor. Além das complexidades, é preciso lembrar que, em comparação com outros ativos seguros - como obras de arte ou carros clássicos -, o investimento em garrafas de vinho permite que sejam investidas quantias menores: para os novatos, o orçamento inicial pode ser mais acessível.
Como investir em vinho? Contar com um intermediário qualificado é essencial, assim como alocar corretamente seu orçamento e diversificar seus ativos. Vamos dar uma breve olhada aos fatores que influenciam os preços
RÓTULOS
Entre os elementos mais importantes a serem considerados estão o rótulo e a fama do produtor: comprar vinho de uma vinícola famosa é sempre uma vantagem, especialmente se for um vinho produzido em quantidades limitadas ou se for antigo (e, portanto, raro por definição).
SAFRA
O ano da safra é um fator decisivo, pois permite identificar produções caracterizadas por condições climáticas particularmente favoráveis. O valor de um vinho depende diretamente do nível de envelhecimento: pense principalmente nos grandes vinhos tintos (franceses e outros) que, nos melhores casos, podem ser mantidos por décadas, até meio século ou mais.
ORIGEM DO VINHO
Assim como em outros tipos de investimento, vale a pena diferenciar para ter maior flexibilidade. Além das tendências, algumas opções representam uma garantia geográfica, como os crus de Bordeaux.
Quais os melhores vinhos para investimentos?
Champagnes
Símbolo da excelência dos vinhos espumantes, o Champanhe simboliza o luxo e a sofisticação e sempre foi considerado um símbolo de status. Os preços dos melhores rótulos tendem a apresentar um crescimento estável (de acordo com os números mais recentes, estima-se que o mercado de champanhe esteja próximo de US$ 11 bilhões nos próximos cinco anos), oferecendo um retorno seguro. Muitas safras se esgotam antes de atingir seu nível ideal de maturidade: em muitos casos, elas tendem a ser consumidas antes de atingir a maturidade, escapando assim das adegas de investidores e colecionadores.
Vinhos de Bordeaux
Grandes volumes de produção e excelente qualidade: essa é a força dos vinhos de Bordeaux, que por si só atraem grande parte do comércio e do valor econômico gerado pelo mercado de vinhos de investimento todos os anos. Os tintos produzidos pelos châteaux de Bordeaux - sujeitos a vários estágios de avaliação antes do engarrafamento e da venda - são caracterizados por sua alta liquidez.
Vinhos da Borgonha
Os vinhos da Borgonha são considerados o ouro tinto por excelência. Sua fama também deriva de sua produção limitada: em alguns casos, as propriedades mais renomadas produzem apenas algumas centenas de garrafas por ano, com preços que variam de acordo. Os vinhos da Borgonha são verdadeiros ícones: os preços proibitivos, entretanto, bem como o desempenho desigual, podem desencorajar pequenos investidores e, às vezes, até mesmo os colecionadores mais exigentes.
Vinhos do Rhone
Os vinhos do vale do Rhone ganharam popularidade graças ao chamado “efeito Bordeaux”, representando uma espécie de alternativa barata aos vinhos da “moda”, caracterizados por preços muito altos. A região na fronteira entre a Suíça e a Itália produz uma quantidade limitada de vinhos finos, que são vistos com interesse crescente pelos investidores.
Vinhos iconicos Italianos
Os vinhos italianos, em geral, não podem apresentar o mesmo potencial de envelhecimento dos vinhos franceses. Essa característica limita suas perspectivas de apreciação e, portanto, seu uso como vinhos de investimento, com exceção de produtos particularmente estruturados e valiosos, principalmente da Toscana e do Piemonte, como o Brunello di Montalcino, os Supertuscans e o Barolo.
Vinhos iconicos Europeus
Em quais vinhos investir como alternativa? Entre as opções mais interessantes na Europa estão a Espanha e Portugal. No primeiro caso, o destaque é para os vinhos de Rioja, Ribera del Duero, Toro e Priorat, enquanto Portugal pode contar com o famoso vinho do Porto, um produto relativamente de nicho que alimenta uma demanda bastante limitada.
Vinhos da Califôrnia
Os vinhos de investimento da Califórnia se identificam com Napa Valley e Sonoma Valley, no centro de uma produção de vinhos muito limitada e muito exclusiva. O acesso a esse mercado - caracterizado por uma dinâmica de preços muito forte - está sujeito a listas fechadas.
Como investir em vinho? O ponto de referência para os negociantes é a London International Vintners Exchange - ou Liv-ex -, reservada exclusivamente para profissionais. Os investidores privados podem recorrer a um distribuidor ou revendedor autorizado paara acessar esse mercado ou comprar por meio de leilão. A referência para comerciantes e colecionadores é o Liv-ex 100, um índice lançado em 2000 que reúne as cotações dos produtos mais populares. O subíndice correspondente em nível italiano é o Liv-ex Italy 100, que agrupa uma seleção muito restrita de rótulos.
Quais as vantagem deste tipo de investimanto? Bons rendimentos (o reconhecimento do rótulo é uma garantia de retorno crescente ao longo do tempo, desde que se trate de um vinho raro ou de uma safra fina. A integridade da embalagem original também contribui para o valor), nenhum imposto (investir em garrafas de vinho também vale a pena do ponto de vista fiscal: como se trata de um ativo perecível, não há pagamento de imposto sobre ganhos de capital), diversificação (investir em vinhos finos representa um ativo atraente para diversificar o portfólio e protegê-lo das flutuações de instrumentos mais voláteis), investimento seguro e boa liquidez (deixando de lado o desempenho no início de 2025, o mercado de vinhos vintage tem se mostrado confiável nos últimos anos e tem sido capaz de resistir até mesmo a períodos de crise. Os vinhos mais valiosos são sustentados por uma excelente demanda e são um investimento líquido de fácil troca), bem físico tangível (investir em vinhos finos significa possuir um ativo físico e tangível que, como tal, não é afetado pela volatilidade do mercado de ações e de outros instrumentos financeiros).
Em resumo, quanto rende o vinho e por que esse tipo de investimento deve ser considerado? Especular com vinhos raros requer um grande capital: nem todo mundo pode comprar uma garrafa de Cabernet Sauvignon que, aos olhos dos especialistas, vale centenas de milhares de euros. Para aqueles que estão preparados para adotar um horizonte de investimento de médio a longo prazo, no entanto, uma pequena adega de colecionador - se bem abastecida - tende a oferecer a certeza de recuperar o capital e obter um retorno atrativo.
quinta-feira, 19 de junho de 2025
BRASIL LIDERA IMPORTAÇÕES DE VINHOS E ESPUMANTES NA AMERICA LATINA
No dia 24 de Fevereiro foi
realizada em São Paulo a nona edição da Adega Ideal, o mais relevante congresso
profissional do mercado de vinhos no Brasil onde foi traçada uma análise
detalhada do setor com destaque para a marca expressiva de US$ 500 milhões de
importações em 2024. No último ano, as importações de vinhos na América
Latina cresceram 8%, um número que amplia o interesse dos produtores
internacionais, especialmente diante da queda de consumo na Europa, dos
desafios na Ásia e da estabilidade do mercado nos Estados Unidos. Esse
crescimento incentiva o aumento das metas de exportação para a região, com
destaque para o Brasil, que registrou um avanço de 10% (subindo de US$
468.867.679,4, em 2023, para US$ 518.216.136,7, em 2024), a República
Dominicana, com 20% (indo de US$ 72.995.546,4, em 2023, para US$ 88.063.956,7,
em 2024), enquanto o México manteve um desempenho estável, com uma variação de
1,2% de um ano para outro.
Christian Burgos, CEO da Revista
Adega e diretor da ProWine São Paulo, afirmou que ““Quando se trata do Brasil,
é evidente que muitos produtores e associações estão direcionando grandes
investimentos para o país. Sempre me perguntei se essa estratégia fazia sentido
e se o mercado realmente responderia a tanto investimento. A resposta que ouvi
foi clara: ‘Não há outro lugar para colocar’. Ou seja, apesar dos desafios, o
Brasil se destaca como uma das melhores opções de investimento e atenção no
cenário atual. Ainda assim, o país não garante que o mercado responderá
positivamente a todos que optarem por investir nele”. O CEO da Revista Adega
ressaltou um ponto importante sobre o aumento do investimento das ONGs,
especialmente da União Europeia e o assédio dos produtores. Segundo ele, embora
isso aumente a pressão, pode ser positivo, principalmente quando se trata de ações
de marketing financiadas por esses recursos, que ajudam a divulgar o vinho sem
onerar diretamente o bolso do importador, beneficiando o mercado como um todo.
No entanto, a expectativa em relação aos números muitas vezes é irreal. Burgos
mencionou que, apesar de muitos acreditarem que o grande desafio para o vinho
seja o movimento antiálcool, esse fenômeno ainda não se materializou de forma
significativa no Brasil ou na Europa. Desde o pós-guerra, o consumo de vinho
tem caído nos países produtores, especialmente com a urbanização e a perda da
bebida como fonte de calorias no trabalho rural. Já o varejo nacional tem
buscado maior profissionalização e controle de estoques, enquanto os
produtores, especialmente os chilenos, enfrentam a necessidade de reorganizar
suas estratégias de plantio e comercialização. O mercado está em um momento de
transição, onde a consolidação e o planejamento estratégico serão fundamentais
para um crescimento sustentável.
Já Felipe Galtaroça, CEO da Ideal
Consulting, mediador do seminário, ressaltou que “Ao analisar o mercado
brasileiro, estimamos seu tamanho considerando volumes comercializados
(sell-in) e preço médio de varejo (retail). O vinho de mesa apresenta o menor
preço do mercado. Além disso, algumas marcas adotam estratégias tributárias
diferenciadas para ampliar sua distribuição nacional, especialmente nesse
segmento”. Com a redução do poder de compra da população, o vinho de mesa se
torna uma alternativa acessível ao consumidor, que muitas vezes não distingue
entre vinhos de uvas viníferas e americanas. Paralelamente, observa-se uma
reconfiguração do segmento, com uma valorização que tem reposicionado até mesmo
os vinhos de entrada como itens de luxo. Os dados também revelam oportunidades
no varejo. O vinho importado representa 60% do mercado em valor, com preço
médio de R$ 53,70. No varejo, essa média cai para R$ 36,00. Já os vinhos
nacionais têm forte presença no autosserviço, mas ainda precisam expandir sua
distribuição para canais especializados e on-trade, como bares e restaurantes.
O espumante brasileiro, por exemplo, cresceu de 25 para 37 milhões de litros
nos últimos anos, demonstrando um potencial de valorização.
Diante desse cenário, a indústria
nacional enfrenta o desafio de consolidar sua presença e ampliar sua
participação em segmentos de maior valor agregado. O fortalecimento das
estratégias comerciais e a adaptação às novas dinâmicas do varejo serão determinantes
para o crescimento sustentável do setor.
PRINCIPAIS INSIGHTS DA NONA
EDIÇÃO DO SEMINÁRIO ADEGA IDEAL
Ø Em 2024, o Brasil e o México foram os
principais importadores da América Latina, respondendo por 42% e 26% do
mercado, respectivamente. O crescimento total das importações na região foi de
7,7% em relação a 2023;
Ø O mercado de vinhos importados no Brasil
apresentou um crescimento significativo, com destaque para o Chile, que
registrou um aumento de 16% em volume e conquistou três pontos percentuais de
quota de mercado, atingindo 35%. Itália e Portugal tiveram um desempenho
positivo com um crescimento de 10% e 9% nas importações, respectivamente;
Ø Com base nos dados da sell-in e considerando
um aumento nos estoques do mercado brasileiro, resultante de um crescimento no
abastecimento – impulsionado principalmente pelas importações – que não
acompanhou o sell-out do varejo (principal canal de vendas da categoria),
estima-se que parte desse montante esteja estocado em importadoras e
distribuidoras;
Ø No ano passado, o mercado brasileiro de vinhos
e espumantes movimentou cerca de R$ 19 bilhões, equivalentes a 0,2% do PIB
nacional;
Ø Pelo quarto ano consecutivo, o mercado de
espumantes brasileiro apresenta crescimento. No último ano, o volume totalizou
37,2 milhões de litros, 2% acima de 2023 e quase 40% superior ao volume de
2019;
Ø As importações de vinhos e espumantes no
Brasil alcançaram um novo patamar histórico em 2024, com um total de 17,7
milhões de caixas de nove litros. Esse volume representa um aumento em relação
ao recorde anterior, registrado em 2021, quando foram importados 17,6 milhões
de caixas.
terça-feira, 17 de junho de 2025
VINHO IDEAL? PARA OS MAIS JOVENS DEVE TER 11,5% DE ALCOOL
Uma pesquisa encomendada pelo Conseil Interprofissionel de Vin de Bordeuax (CIVB) á IWSR (empresa líder global em dados, análises e percepções para o setor de bebidas alcoólicas) realizado em sete mercados estratégicos (Alemanha, Bélgica, China, EUA, França, Japão e Reino Unido) e que também se concentra nas expectativas dos consumidores em relação ao teor alcoólico dos vinhos, evidenciou que o conceito de “drinkability”, de um vinho mais leve e, portanto, com menor teor alcoólico, parece estar se tornando cada vez mais difundido entre os wines lovers, em uma era em que os produtos “No-Lo” (termo cunhado para designar bebidas com baixo ou nenhum teor alcoólico) estão em alta, tanto que o teor alcoólico está entre os requisitos mais populares na escolha e compra de uma garrafa de vinho.
Para os consumidores, o teor alcoólico é um critério fundamental de escolha ao comprar uma garrafa e eles preferem teores alcoólicos moderados, especificamente 12,5 graus na França e 11,5 nos mercados de exportação (e na faixa etária de 18 a 34 anos) para vinhos tintos, rosés e brancos. O teor alcoólico, como informa o portal Vitisphere, é um critério de escolha importante ou muito importante para 56% dos consumidores de vinhos tranquilos nos Estados Unidos (+4% em 2022), 54% na Grã-Bretanha (+10%), 49% na França (+2%), 47% no Japão (-2%), 42% na Alemanha (+5%), 38% na Bélgica (+1%) e 26% na China (-1%). Os analistas da IWSR destacaram que na França, Bélgica e China esse critério é transgeracional, enquanto nos EUA, Alemanha, Japão e Reino Unido ele é mais importante entre os consumidores jovens (18 a 34 anos).
Os resultados indicam que o pico de aceitabilidade (limite no qual 75% dos consumidores comprariam o vinho) é de cerca de 11,5 graus, independentemente da cor do vinho, com variações entre os países. Entre os países importadores, espera-se um teor alcoólico mais baixo do que nos países europeus, como a França, onde essa exigência é de 12,5 graus. E os jovens são mais sensíveis ao teor alcoólico e esperam um teor alcoólico um pouco menor (em média, cerca de 1 grau).
O CIVB também confiou à IWSR a atualização do “Barômetro de fama e imagem” para monitorar a percepção dos vinhos de Bordeaux, a região vinícola icônica do mundo. O mesmo CIVB informou que, em todos esses países, Bordeaux continua sendo o vinho mais conhecido, excluindo os produtos locais, e também está entre as quatro origens mais compradas (primeiro na França e na Bélgica). Os vinhos de Bordeaux são reconhecidos como “vinhos de qualidade” e “produzidos por produtores apaixonados” e “estão progredindo no conceito de acessibilidade, especialmente em termos de custo-benefício”. E nos Estados Unidos, Japão, Alemanha e Reino Unido, aqueles que compram vinhos de Bordeaux são mais jovens do que a média dos consumidores de vinho - boas notícias para o futuro.
segunda-feira, 16 de junho de 2025
FRAUDE EM CHAMPAGNE, 800.000 GARRAFAS FALSIFICADAS
O enólogo Didier Chopin é acusado de fraude, uso indevido de denominações de origem e uso indevido de ativos da empresa por produzir e vender garrafas falsificadas de champanhe entre 2022 e 2023. De acordo com as estimativas dos promotores, 800.000 unidades foram produzidas no departamento de Aisne com uma receita baseada em vinhos espanhóis e também outros de Ardèche (outro departamento francês), aos quais foram adicionados aromatizantes, dióxido de carbono e licores, conforme relatado pela revista de vinhos "La Revue du Vin de France". A bebida falsificada era então transportada para o Marne, onde o viticultor possuía uma verdadeira propriedade de champanhe, e lá os rótulos eram colocados às garrafas para vendê-las a distribuidores franceses a preços de banana (especialmente na distribuição na Grande Distribuição), mas também em mais de 40 países no exterior. E é por isso que o Civc (Comité Interprofessionnel du Vin Champagne), o Inao (Institut national de l'origine et de la qualité) e a Cgt (Confederation of Champagne Workers) entraram com uma ação civil contra a Chopin, com o apoio de um delator que revelou todo o caso em agosto de 2023.Sua esposa, Karine Chopin, também está sendo acusada de fraude e uso indevido da denominação.
Um julgamento que começou dia 11/06 no tribunal de Reims, no qual o réu admitiu sua culpa, mas a minimizou: “Cometi alguns erros muito graves”, disse ele, “mas não fiquei rico”. Ele disse que agiu dessa forma porque foi “muito pressionado” pela Scapest, a agência central que abastece os supermercados Leclerc e com a qual Chopin tinha um contrato. Entrevistado pelo canal de notícias francês Tf1, o réu disse que “veio para explicar a verdade” e "produziu algumas garrafas de champanhe falsificadas. Cerca de 200.000". Só que, durante a audiência, ele aumentou o número para ‘500.000-600.000’, ‘talvez até mais’, com os magistrados suspeitando que, na realidade, há pelo menos 800.000.
Ele pode pegar cinco anos de prisão e uma multa de 375.000 euros.
sexta-feira, 13 de junho de 2025
CONSUMOS DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NA ITÁLIA - RELATÓRIO ISTAT 2025
Na Itália, o consumo ocasional de álcool está crescendo, enquanto o consumo diário está caindo, e o vinho não é mais o “rei” indiscutível da mesa. O Relatório Anual 2025 da Istat (Instituto Nacional de Estatística), apresentado no meado de Maio em Roma, esclareceu essa tendência. "Observamos mudanças profundas ao longo do tempo: houve uma mudança do consumo moderado e diário de vinho durante as refeições para padrões mais parecidos com os dos países nórdicos, que não dizem mais respeito apenas ao vinho, mas também cerveja e destilados. Esses últimos, geralmente consumidos fora das refeições e não diariamente, concentram-se em ocasiões específicas (por exemplo, fins de semana) e, às vezes, são levados ao excesso e à embriaguez (o chamado binge drinking)". Em particular, o relatório continua explicando que "nos últimos 25 anos, entre a população com 15 anos ou mais, enquanto o consumo geral de álcool (vinho, cerveja e outras bebidas alcoólicas pelo menos uma vez por ano) permaneceu quase estável em 70,6% em 1999 e 68,7% em 2023, houve, de um lado, uma redução no consumo diário (de 33,3% para 19%) e, por outro, um aumento no consumo ocasional (de 37,3% para 49,8%) e no consumo fora das refeições (de 23,8% para 33,4%); os hábitos de consumo excessivo de álcool permanecem quase estáveis (7,3% em 2003 e 7,8% em 2023)". Ao longo do tempo, com a mesma idade, o consumo diário cai significativamente de geração em geração. Enquanto entre os nascidos no período imediatamente pós-guerra o consumo diário chegou a 40,3% na faixa etária de 45 a 49 anos, entre os nascidos entre 1970 e 1974 ele caiu para 18,8%. A tendência oposta para o consumo fora das refeições, que, se para os nascidos entre 1965 e 1969 era de 29,6% aos 35-39 anos de idade, sobe para 49,1% entre os nascidos na geração 1985-1989. O consumo diário de álcool afeta mais os homens do que as mulheres, mas observa-se uma redução para ambos. O consumo de álcool fora das refeições, por outro lado, mostra tendências muito semelhantes por gênero, mas em níveis mais altos para os homens. E se o conceito de “moderação” deve ser o caminho a seguir para todos, o hábito da embriaguez se revela um fenômeno tipicamente juvenil, com o pico atingido na idade de 20 a 24 anos, onde oscila em torno de 15% em todas as gerações nascidas entre 1984 e 2004, e depois diminui em idades mais avançadas. Entre a geração nascida entre 1970 e 1974, o consumo excessivo de álcool afetou 9% aos 35-39 anos de idade, porcentagem que aumenta para 15,2% na mesma idade entre os nascidos entre 1985 e 1989.
quinta-feira, 12 de junho de 2025
OS 20 VINHOS MAIS PROCURADOS E PESQUISADOS DO MUNDO, EM 2025
De acordo com o portal Wine Searcher, o guia de referência em fato de pesquisa e comparação de preços de vinhos a nivel mundial, em 2025 os primeiros 20 vinhos mais procurados nas pesquisas foram: Chateau Lafitte Rothchild, Chateau Mouton Rothchild, Chateau Latour, Chateau Margaux, Petrus, Chateau d'Yquem, Dom Perignon Brut, Chateau Haut-Brion, Sassicaia della Tenuta San Guido, Domaine de la Romanee-Conti Romanee-Conti Grand Cru, Chateau Pontet Canet, Chateau Cheval Blanc, Chateau Lynch-Bages, Chateau Montrose, Opus One, Chateau d'Estournel, Chateau Palmer Domaine de la Romanee-Conti La Tache Grand Cru Monopole, Tignanello di Marchesi Antinori e Chateau Leoville-Las Cases "Grand Vin de Leoville".
O que emerge, como sempre, é um “top 20” que fala essencialmente francês e, entre as poucas exceções, as cores da Itália se destacam graças ao Sassicaia (nº 9), a joia da Tenuta San Guido e Bolgheri, um dos simbolos da excelência da indústria vinícola italiana, e um “clássico” em termos de prêmios e reconhecimento, o Tignanello da Marchesi Antinori (nº 19), outro vinho italiano icônico produzido por uma das famílias mais importantes do mundo do vinho. O Opus One, entre as referências do Napa Valley, é o único vinho estrangeiro no ranking. Embora seja verdade que tudo está mudando, desde os estilos de produção que estão evoluindo até o consumo que cada vez mais premia um elemento como o drinkability, entendido como simplicidade, frescor e elegância, os rótulos mais procurados continuam sendo, no entanto, sempre os grandes clássicos, os vinhos consagrados, os de qualidade reconhecida, valores importantes e marcas fortes, o “sonho” perene dos amantes do vinho, dos assim definidos "big spenders" e dos colecionadores.
Uma lista de vinhos de absoluto prestígio que compõe “The Most Wanted Wines of 2025” da Wine Searcher e que confirma seus nomes (apenas as posições no Top 10 mudam) mesmo comparando-os com a edição anterior. Uma lista que também mostra como é forte o mito de Bordeaux, dominando o ranking, e o prestígio de alguns dos territórios vinícolas mais icônicos que, pelo menos com suas joias, continuam a brilhar sob sua própria luz: da Borgonha a Bordeaux, de Champagne à Toscana e Napa Valley na Califórnia.
quarta-feira, 11 de junho de 2025
SUPERFICIE PLANTADA, PRODUÇÃO, CONSUMO DE VINHOS NO BRASIL
Sabemos que mudanças climáticas,
quebras de safra, inflação, mudanças nos hábitos de consumo, guerra
tarifária e conflitos geopolíticos foram os fatores principais que induziram
uma queda na produção e no consumo de vinhos a nível mundial, mas qual a
situação no Brasil?
Com base no novo relatório da
Organização Internacional da Vinha e do Vinho, podemos afirmar que o cenário
atual é, no mínimo, desafiador para o setor vitivinícola. O Brasil, em
contraste com outros países da América do Sul, se destacou por expandir sua área
de vinhedos pelo quarto ano consecutivo, registrando 83 mil hectares, um
crescimento de 1,6% no período de 2023/2024, mas quanto a produção e consumo,
segiu o trend internacional de diminuição. No que diz respeito a produção,
o volume global de vinhos produzidos atingiu o patamar mais baixo desde 1961,
chegando a 225,8 milhões de hectolitros, uma queda de 4,8% em relação a 2023 e
no Brasil não foi diferente: foi registrada uma expressiva quebra de
safra no 2023/2024 por causa das condições climáticas adversas, com um volume
de produção de 2,1 milhões de hectolitros, 25,2% abaixo da média dos cinco anos
anteriores. O consumo também teve uma contração significativa (-10,1%) em
comparação ao 2023, com 3,1 milhões de hectolitros contra os 3,5 de 2023, 3,6
de 2022 e 4,1 de 2021 (record histórico de consumo interno de vinhos). Se
estes dados divulgados agora são preocupantes, ao mesmo podem ser uma
oportunidade, para isso é necessário um investimento cada vez maior no setor de
vinho no Brasil, um mercado que tem grande potencial mas precisa ser
trabalhado. Em 2020 e 2021 – em plena pandemia – o consumo de vinhos no
Brasil chegou a 4,1 milhões de hectolitros, atingindo um recorde. Em pouco
menos de quatro anos, o mercado brasileiro viu ‘volatilizar’ 1 milhão de hectolitros
– ou 100 milhões de litros de vinho.
Como afirmou Caroline Dani,
pesquisadora e Presidente da ABS-RS " observamos uma redução do
consumo, mas também uma redução de produção e de superfície de vinhedos
plantados. Isso dá um certo equilíbrio na economia: quanto menos uva, menos
vinho, menos consumo. É importante em termos de equilíbrio de setor. Por
conta da quebra da safra de 2024, tivemos uma redução significativa na produção
do Brasil, dados que foram confirmados agora pela OIV, por outro lado, o Brasil
era um dos países com maior consumo e perspectivas de aumento de consumo, mas
esse ano houve uma queda. No meu entender - conclui
Carolina, temos que pensar no Brasil também como produtor de uvas
para consumo in natura e suco de uva" reforçando o
potencial do suco de uva nacional
terça-feira, 10 de junho de 2025
PRODUÇÃO MUNDIAL DE VINHO EM 2024
Para o vinho, 2024 foi um ano caracterizado pelo sinal de “menos” em nível internacional e global e, portanto, do consumo à produção, da área cultivada com videiras às exportações em valor, tudo diminuiu.
Em termos de produção, em 2024, de acordo com o relatório da OIV, a produção global de vinho, excluindo sucos e mostos, é estimada em 225,8 milhões de hectolitros, uma diminuição de -4,8% em relação a 2023: esse é o segundo ano consecutivo de queda acentuada, e o nível de produção mais baixo desde 1961 (219 milhões de hectolitros), quando as geadas da primavera atingiram os principais vinhedos do sul da Europa, especialmente na França. Assim como em 2023, os eventos climáticos extremos ou atípicos tiveram grande influência na produção global, com geadas precoces, chuvas fortes e secas prolongadas tendo um impacto dramático na produtividade dos vinhedos. Além disso, em algumas regiões, essa baixa produção também reflete a diminuição dos volumes de consumo. Os números de 2024 levam em conta o volume de produção de uvas para vinho colhidas no primeiro semestre de 2024 no Hemisfério Sul e no segundo semestre de 2024 no Hemisfério Norte.
A produção na União Europeia em 2024 foi estimada em 138,3 milhões de hectolitros (-3,5% em relação a 2023), o menor volume de produção registrado desde a virada do século, e também menor do que em 2017 (141,5 milhões de hectolitros). O impacto da mudança climática foi significativo. A Itália se confirma como a maior nação produtora de vinho do mundo e um dos poucos países com um sinal positivo, graças aos 44,1 milhões de hectolitros (+15% em relação a 2023), embora o volume para 2024 ainda seja 6% menor do que a média dos ultimos cinco anos. As condições climáticas adversas afetaram a maioria das regiões vinícolas da Itália, especialmente no norte, onde uma parte significativa dos vinhedos foi atingida por chuvas de granizo. A França, segunda colocada no ranking mundial, produziu um volume de 36,1 milhões de hectolitros em 2024, mas 11,1 milhões de hectolitros (-23,5%) foram perdidos em comparação com 2023 (-17,9% na média de cinco anos, o nível de produção mais baixo desde 1957). A queda na produção de vinho francês em 2024, segundo a OIV, se deve novamente às condições climáticas adversas em todo o país, desde a floração até a colheita, que afetaram as regiões vinícolas, com problemas como chuvas contínuas, surtos de doenças fúngicas (míldio in primis), floração ruim, seca e tempestades de granizo, reduzindo drasticamente os rendimentos. A Espanha mantém sua posição como o terceiro maior produtor de vinho do mundo, com um volume de produção em 2024 de 31 milhões de hectolitros (+9,3%), mas 11,1% abaixo da média de cinco anos. Esse aumento, impulsionado por colheitas relativamente positivas em Castilla-La Mancha e Extremadura, representa uma recuperação parcial das graves secas de 2023, mas o estresse hídrico contínuo continua sendo um grande desafio para os viticultores.
Itália, França e Espanha, juntas, respondem por metade da produção mundial de vinho (49,3%). Em quarto lugar estão os Estados Unidos (21,1 milhões de hectolitros, -17,2%, um número influenciado pela safra da Califórnia, a menor desde 2004), à frente da Argentina (10,9 milhões de hectolitros, +23,3%), Austrália (10,2 milhões de hectolitros, +5,3%), Chile (9,3 milhões de hectolitros, -15,6%), África do Sul (8,8 milhões de hectolitros, -5,1%), Alemanha (7,8 milhões de hectolitros, -9,8%) e Portugal (6,9 milhões de hectolitros, -8,2%).
segunda-feira, 9 de junho de 2025
EM 2024 O CONSUMO MUNDIAL DE VINHO DIMINUI
De acordo com as estimativa da OIV (Organização Internacional da Videira e do Vinho) o consumo mundial de vinho em 2024 deve registrar um volume de 214,2 milhões de hectolitros, 3,3% a menos em comparação a 2023. A queda da demanda nos principais mercados, aliada aos altos preços médios impulsionados pelos baixos volumes de produção e pelos efeitos persistentes da inflação passada, dificultou o ano, sem esquecer que a diminuição progressiva do consumo também foi influenciada pela evolução dos estilos de vida, pela mudança de hábitos sociais e pelas mudanças geracionais. Como resultado, quinze dos vinte principais mercados do mundo registraram uma diminuição no consumo em 2024 em comparação com 2023. A União Europeia representa um mercado de vinhos de 103,6 milhões de hectolitros, ou 48% do consumo mundial. (-2,8% em relação ao ano anterior e -5,2% na média de cinco anos).
Nos EUA, o maior mercado de vinhos do mundo, o consumo caiu -5,8% em relação a 2023, para 33,3 milhões de hectolitros. A França continua sendo o principal consumidor de vinho da Europa em 2024, com um consumo estimado de 23 milhões de hectolitros, uma queda de 3,6% em relação a 2023 e 4,9% abaixo da média dos últimos cinco anos. A Itália, o segundo consumidor de vinho da Europa e o terceiro do mundo, registrou um nível de consumo de 22,3 milhões de hectolitros em 2024, um volume em linha com 2023 (+0,1%) e 3,6% abaixo da média de cinco anos. A Alemanha, o terceiro maior mercado da UE, tem um volume de consumo estimado em 17,8 milhões de hectolitros em 2024 (-3% em relação a 2023). O consumo também diminuiu no Reino Unido (12,6 milhões de hectolitros, -1%), mas não na Espanha (+1,2%, para 9,9 milhões de litros) e na Rússia (8,1 milhões de hectolitros, +2,4%), enquanto a hemorragia do consumo na China (o décimo maior consumidor do mundo) continua, caindo para 5,5 milhões de litros em 2024 (-19,3% em relação a 2023): em 2019, o consumo no país do Dragão foi de 15 milhões de litros.
sexta-feira, 6 de junho de 2025
EM 2024 ITÁLIA RETOMA PRIMAZIA NA PRODUÇÃO MUNDIAL DE VINHOS
quinta-feira, 5 de junho de 2025
EXPORTAÇÕES DE VINHOS ITALIANOS REGISTRAM RECORD EM 2024
Em um cenário delicado onde as palavras mais populares são queda no consumo, impostos, saúde ou inflação, o vinho italiano se despediu de 2024 com um recorde histórico de exportações em valor, com 8,1 bilhões de euros, +5,5% em relação a 2023, de acordo com dados do ISTAT atualizados á poucos dias. Um crescimento econômico que também é acompanhado por um aumento nos volumes que registraram 2,18 bilhões de litros em 2024 (+3,2% em relação a 2023), mas que deve ser lido à luz do crescimento dos vinhos espumantes, que “roubaram” a participação de mercado dos vinhos tranquilos, com exportações de 555,5 milhões de litros contra os 495,7 em 2023 (+12%), por um valor de 2,3 bilhões de euros (+5%), com os vinhos espumantes agora representando mais de um quarto de todas as exportações de vinho italiano.
Entre os vários países, os EUA se confirmam, de longe, como o primeiro parceiro estrangeiro das vinícolas italianas: enquanto esperam para ver se e quando as temidas taxas prometidas por Trump chegarão, os Estados Unidos importaram 1,9 bilhão de euros em vinho italiano, um aumento de 10,2%, graças sobretudo a um final de ano que, para muitos, é o resultado de uma pequena “corrida ao estoque” justamente para se resguardar do efeito de possíveis impostos. A Alemanha também aumentou seu valor, chegando a 1,18 bilhão de euros (+3,71%), o Reino Unido ficou praticamente estável, com 851 milhões de euros (+1%), o Canadá cresceu para 447,8 milhões de euros (+15,3%), enquanto a Suíça, com 411,1 milhões de euros (-1,96%), e a França, com 304,6 milhões de euros (-0,88%), cederam um pouco. Entre os outros parceiros, a Holanda, com 257,1 milhões de euros (+10,1%), cresceu, assim como a Rússia, com 230,6 milhões de euros, com um salto de +45,6%, enquanto a Bélgica perdeu um pouco, parando em 227,5 milhões de euros (-1,6%). Entre os mercados mais importantes, a Suécia cresceu, chegando a 189,6 milhões de euros (+3%), enquanto o Japão se manteve, com 184,2 milhões de euros (+0,5%), e, ainda na Europa, a Áustria, com 163,5 milhões de euros (+14,3%), e a Dinamarca, com 150,8 milhões de euros (+4,94%), fecharam com sinal positivo. A Noruega, por outro lado, ficou bem abaixo da 'cota 100', com € 92,2 milhões (-10,9%), enquanto, na Ásia, a China parou em € 89,5 milhões, com queda de -10,2% em relação a 2023.
quarta-feira, 4 de junho de 2025
MARCAS DE CHAMPAGNES MAIS ADMIRADAS NO MUNDO
O champanhe é muito mais do que um vinho espumante: é um emblema cultural e social, celebrado em todo o mundo não apenas por sua qualidade, mas também por seu valor simbólico. A revista norte-americana 'Drinks International', enquanto aguarda a publicação de seu ranking dedicado às principais marcas de vinho do mundo, elaborou 'The World's Most Admired Champagne Brands 2025', agora em sua 12ª edição. O ranking, que tem 12 anos de existência, foi elaborado por nada menos que 40 casas de champanhe, levando em conta a qualidade, a consistência da marca e do marketing, a relação custo-benefício e o nível geral de admiração, entrevistando sommeliers, varejistas, gerentes de bares, Masters of Wine e escritores de vinho no mundo todo.
Pelo sexto ano consecutivo, o título de marca de champanhe mais admirada do mundo foi para Louis Roederer, um champanhe conhecido por sua elegância e refinamento, seguido por Krug, um dos produtores de champanhe mais prestigiados; Bollinger, a primeira Maison a receber o Royal Warrant da Corte da Inglaterra, ou seja, o título de “fornecedor oficial da Casa Real” em 1884, completa o pódio. Billecart-Salmon aparece em 4º lugar, Charles Heidsieck em 5º, Pol Roger em 6º, Ruinart em 7º, enquanto a mais conhecida das marcas de champanhe, Dom Pérignon, aparece em 8º, seguida por Taittinger em 9º e Salon em 10º.
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Culpar a Geração Z pela diminuição das vendas de vinho tornou-se um reflexo quase automático para o setor. Os números falam por si: esta ger...
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No dia 24 de Fevereiro foi realizada em São Paulo a nona edição da Adega Ideal, o mais relevante congresso profissional do mercado de vinhos...
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Todo ano a OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) publica um estudo temático e o de 2018 é muito interessante porque traz um e...