sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Espanha e seus vinhos

A relação da Espanha com os vinhos é muito antiga, aproximadamente entre 4.000 e 3.000 A.C, mas foi somente durante a dominação romana na península ibérica que a plantação de videiras e a produção de vinho começou a prosperar.
Durante as invasões dos bárbaros e dos árabes na Idade Média a cultura do vinho sobreviveu graças ao cristianismo e a dedicação dos monges que produziam vinhos para servir nas missas. No meado do século XIX, quando os vinhedos da França foram atingidos pela filoxera, alguns produtores migraram para a Espanha levando consigo as técnicas sofisticadas de vinificação utilizadas na França da época.
Mais recentemente, a partir de 1990, a indústria vitivinícola espanhola passou por profundas transformação nos campos, nos processo de vinificação e nas regulamentações setoriais e hoje a Espanha, além de ser o país com maior superfície plantada a videira (1 milhões de ha), é o berço de alguns entre os vinhos mais conhecidos no mundo, graças as características morfológicas do solo (terrenos com altura média de 600 à 1.000 metros acima do nível do mar e rodeados por cadeias montanhosas) e ao clima diferenciado que proporcionaram uma grande variedade de produções de cepas.
UVAS TÍPICAS
A maior parte dos vinhedos plantados são de cepas brancas como Verdejo, Albariño, Xerel-lo e Viura mas, sem sombra de dúvida, os vinhos espanhóis mais conhecidos são tintos oriundos de uvas tipicamente espanholas como Garnacha, Tempranillo, Cariñena, Monastrell, Graciano, Mencía e Manzuelo, sem esquecer, obviamente, as cepas internacionais presentes na península ibérica como Cabernet sauvignon, Merlot, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
LEGISLAÇÃO
A legislação espanhola para classificação de seus vinhos segue as regras estabelecidas pela Comunidade Européia e a principal divisão diferencia os vinhos DOP (Denominacíon de Origen Protegida) dos IGP (Identificacíon Geográfica Protegida). Todos os vinhos que não se enquadram nos dois critérios acima só podem ser rotulados como "Vino".
Por sua vez os vinhos DOP se subdividem em:
DO (Denominacíon de Origen): vinhos que devem atender as especificações quanto as variedades das uvas permitidas, ao modo de cultivo e localização dos vinhedos;
DOCa (Denominacíon de Origen Calificadas): denominação mais prestigiosa. Apenas vinhos que tenham ficados, pelo menos, 13 anos na categoria precedente podem-se beneficiar desta denominação. Hoje existem duas na Espana: Rioja e Priorat;
VP (Vinos de Pago): categoria que se aplica a uma propriedade de reputação elevada e a produção, vinificação e afinamento devem acontecer dentro da propriedade.
VCIG (Vinos de Calidad con Identificacíon Geográfica): é uma categoria intermédia entre o Vino de la Tierra (VdlT) - a maioria dos IGP são classificados desta maneira - e DO. Só após 5 anos de utilização da denominação CVIG é que uma região pode solicitar a obtenção da DO.
ENVELHECIMENTO
Além da classificação por denominações a legislação espanhola estabelece regras específicas para o envelhecimento dos próprios produtos identificando as respectivas categorias:
JÓVEN: vinhos colocados em comercialização seis meses após a safra, podendo ou não ser afinados em madeira;
CRIANZA: para os tintos, envelhecimento mínimo de 24 meses, sendo que 6 em carvalho. Para os brancos e rosados envelhecimento mínimo de 18 meses sem restrição de afinamento em madeira;
RESERVA: para os tintos, mínimo de 36 meses de envelhecimento, cujo 12 em barris e o resto em garrafa. Para os brancos e rosados, período de envelhecimento mínimo de 18 meses, sendo 6 em barris e o resto em garrafa 
GRAN RESERVA: vinhos produzidos apenas em safras excepcionais. Tintos: envelhecimento mínimo de 60 meses, sendo que 18 em madeira e o restante em garrafa. Para brancos e rosados mínimo 48 meses sendo que 6 em madeira e resto em garrafa.
DOCa Rioja e DO Ribera del Duero tem legislação diferenciada para a nomenclatura evidenciada em função do envelhecimento de seus produtos, prevendo períodos mais longo que os anteriormente evidenciados.

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