Foram publicados a poucos dias os dados de produção de 2018 dos vinhos da Sicília:
Os dados da tabela acima nos levam a algumas importantes considerações:
PRODUÇÃO GERAL
Apesar da produção de vinho da Sicília ter registrado uma variação positiva de 6%, passando de 4,725 milhões de hl. para quase 5 milhões, este aumento está muito longe daquele registrado a nível Itália (+24%) e alinhado a média dos últimos 10 anos.
VINHOS DE QUALIDADE
Fica claro, analisando os dados da tabela, que estamos presenciando uma inversão de tendência no tipo de vinhos produzidos na Sicília. Enquanto os vinhos DOC, ou seja os vinhos de qualidade superior, cresceram 27%, alcançando quase 1,6 milhões de hl. em 2018, representando 1/3 do volume total de vinhos produzidos, os de mesa tiveram uma flexão de 12% no último ano, e analisando a série histórica, a variação média dos últimos 10 anos foi -52%. Enquanto em 2005 os vinhos de mesa eram responsáveis pelo 71,8% de toda a produção total, em 2018 esta porcentagem caiu ao 16,8%. Os IGTs, que é a denominação mais representativa entre todos os vinhos produzidos na Sicília (51,5%) permaneceram estáveis com um aumento de 2% em 2018.
AUMENTO DOS VINHOS TINTOS
Em contraste com o que acontece em muitas outras regiões italianas e também a nível nacional, na Sicília estamos presenciando outra inversão de tendência quanto ao equilíbrio de produção entre vinhos brancos e tintos. Como evidencia a tabela abaixo em 2018 os vinhos brancos registraram uma produção de 2,8 milhões de hl., praticamente em linha com a média histórica, e com um aumento de 4% em comparação a 2017. Já os vinhos tintos cresceram no último ano 8% alcançando o volume de 2,2 milhões de hl., 6% a mais da média histórica dos últimos 10 anos. O que realmente é mais interessante neste trend dos vinhos tintos é que os que mais cresceram foram aqueles de maior qualidade, os DOC (+40%) enquanto os tintos IGTs e os de mesa tiveram, respectivamente, flexões de 4 e 9%, como mostra a tabela abaixo:
Estamos presenciando na Sicília uma verdadeira mudança no equilíbrio de produção da tipologia de vinhos, que está se atestando em uma produção de maior qualidade, graças aos esforços dos principais produtores da região que querem perder o estigma de "produtores de vinhos de corte", conquistando os mercados internacionais.
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